o que custa é esperar pelo momento em que renascemos, porque nunca nos julgamos realmente mortos mas apenas dormentes, batemos no fundo das memórias e juntamos tudo de forma desorganizada, o sentimento é de se estar perdido, os passos são lentos, o ar é desconfortável e tudo asfixia. os olhares provocam medo, e surge um nojo de tudo e de nós, um mundo sujo e complexo.
não quero ir por aí nem por lado nenhum, não me peçam nada porque eu estou oca, tenho coisas na cabeça, sim coisas que não sei bem o que são. passo simplemente por elas, posso até lá estar, mas neste momento de apatia nem o meu rosto me diz nada, melhor, de todos os rostos é o mais vazia, é o que menos me diz, estou aqui mas não estou.
olham-me com ar de exclamação, de admiração e receio, não sei ao certo qual destas expressões devo reter. criei uma imagem que não sei ao certo quem sou. no fundo, acho que nunca soube ser ninguém, nem sei como é ser eu e sentir-me eu sem ser algo inventado ou porque realmente desejo ser assim. não gosto da ideia de ser esta bagunça de pessoa que precisa de pegar no seu proprio pulso com força e arrastar-me para onde quer que seja. não gosto de mim em assim e julgo não gostar de mim de modo nenhum.
não posso ser assim, infinitamente inconsciente de mim e com dor de tudo. gostava de me saber dizer sem medo, gostava de ter escrito sem riscar e apagar inumeras vezes coisas sobre mim para si. porque se me perguntam quem eu sou eu falo do que gosto, e tremo quando o assunto sou eu, temo que as palavras sejam desajustadas e que falhe de algum modo por não saber ao certo quem sou.
e depois dá-me uma vontade estúpida de revelar a minha arrogancia e egoismo e de me falar sem medo.
e depois apago e reescrevo, porque eu sou assim, mas não sou.
e depois talvez deva escrever que sou só isto sem motivos nem razões e sem nada por dentro.
e que gosto de quase tudo à minha volta, e às vezes até de mim, mas que na verdade, na maioria das vezes nem faço ideia de quem sou e que também afinal já não gosto de mim.
rio dos meus medos parvos, apeteçe-me apagar tudo de novo, mas a música finalmente começou a tocar e por enquanto sinto-me em mim, com medo e pouca determinação mas menos dormente.
um dia eu descobro porque este medo de mim.
não quero ir por aí nem por lado nenhum, não me peçam nada porque eu estou oca, tenho coisas na cabeça, sim coisas que não sei bem o que são. passo simplemente por elas, posso até lá estar, mas neste momento de apatia nem o meu rosto me diz nada, melhor, de todos os rostos é o mais vazia, é o que menos me diz, estou aqui mas não estou.
olham-me com ar de exclamação, de admiração e receio, não sei ao certo qual destas expressões devo reter. criei uma imagem que não sei ao certo quem sou. no fundo, acho que nunca soube ser ninguém, nem sei como é ser eu e sentir-me eu sem ser algo inventado ou porque realmente desejo ser assim. não gosto da ideia de ser esta bagunça de pessoa que precisa de pegar no seu proprio pulso com força e arrastar-me para onde quer que seja. não gosto de mim em assim e julgo não gostar de mim de modo nenhum.
não posso ser assim, infinitamente inconsciente de mim e com dor de tudo. gostava de me saber dizer sem medo, gostava de ter escrito sem riscar e apagar inumeras vezes coisas sobre mim para si. porque se me perguntam quem eu sou eu falo do que gosto, e tremo quando o assunto sou eu, temo que as palavras sejam desajustadas e que falhe de algum modo por não saber ao certo quem sou.
e depois dá-me uma vontade estúpida de revelar a minha arrogancia e egoismo e de me falar sem medo.
e depois apago e reescrevo, porque eu sou assim, mas não sou.
e depois talvez deva escrever que sou só isto sem motivos nem razões e sem nada por dentro.
e que gosto de quase tudo à minha volta, e às vezes até de mim, mas que na verdade, na maioria das vezes nem faço ideia de quem sou e que também afinal já não gosto de mim.
rio dos meus medos parvos, apeteçe-me apagar tudo de novo, mas a música finalmente começou a tocar e por enquanto sinto-me em mim, com medo e pouca determinação mas menos dormente.
um dia eu descobro porque este medo de mim.