Eu não sei de que cor é a minha alma, muito menos de que cor é a tua.
às vezes, ou a maioria das vezes, não sei quem tu és de facto.
perco-me numa voz e num adeus.
revejo-me na altura em que devia ter tudo para te dar.
e tento porque tento lembrar-me porque te quis tanto arrancar à força daqui.
mas são circunstâncias daquilo que julgamos ser a vida
e penso tantas e tantas, e demasiadas vezes que sou daquelas pessoas
sem nada
que nascem sem propósito
que nascem presos a um passado que nem chegou a ser seu
que tricam com tanta força o presente
e ele nunca sabe a nada
e o futuro já não é um desejo, é uma obrigação
hoje repete-se tudo.
hoje rasga-se tudo.
já não temos alma e muito menos cor
e o coração parou de bater entre mascaras e dor
e amores perdidos e imaginados
e pontos quentes com um adeus frio
e nada se repete porque afinal tudo devia ter ficado por dizer
e as mãos são frias
e a graça, sim a graça que sempre tentamos ver na vida fugiu
os olhos ardem, e o desespero mantém-se
nunca soube porque espero
nem sei porquê que o medo encrava tanto em mim
secalhar eu sou assim
nasci para te chorar sempre em pedaços
para morrer num lamento profundo
e num mar de cores flutuantes que não me pertençem e nem são tuas
e vou-me desfazendo em palavras esperando algum dia ser mais eu e menos tu
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