I
Não creias, Lídia, que nenhum estio
Por nós perdido possa regressar
Oferecendo a flor
Que adiámos colher.
Cada dia te é dado uma só vez
E no redondo círculo da noite
Não existe piedade
Para aquele que hesita.
Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rasto
Que o não-vivido deixa.
Não creias na demora em que te medes.
Jamais se detém Kronos cujo passo
Vai sempre à frente
Do que o teu próprio passo
(Sophia de Mello Breyner Andresen, Dual, Obra Poética III)
Piquenique mental matinal. Terminada a poesia e a prosa, vou ver um filme de Hiroshi Teshigahara. Distracções para a solidão não se ver melhor e que vão bem com uma gripe em pleno Outono.
E agora, um chá com mel.
quarta-feira, outubro 13, 2010
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