Acabo por deixar que a tristeza me satisfaça. A supor que sem ela ou com ela o meu fim seria o mesmo. A fazer de conta que vivo. Só porque sim. Sorrir. Esforçar ao máximo todos os sorrisos e olhar e gritar. Um pedido de ajuda que se arrasta pelos olhares de pavor. Receiam-me. Ignoram-me. Morro. Morro devagarinho. Canso-me da tristeza. Canso-me de pensar em todas as vezes em que quase vivi ou sorri. Choro e grito de novo só porque sim. Quase podia achar que afinal a senhora das palavras bonitas nos mentiu. E que afinal aquele lugar não existe. Nem as mãos se deram. Porque nunca se morre de mãos dadas. E as pessoas tristes acabam sempre desencontradas. Separadas por um gatilho.
M.
M.
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