A mentira ficou nos bancos do jardim onde me sentava com os amigos que tinha ou com ele. Os passos perderam-se e os bancos deixam de ser vermelhos e já não prendem lá mais ninguém. Já mais ninguém se aqueçe lá. Eu já não me aqueço lá. E nessa altura podia ter pego nas poucas tralhas que tenho e ir para lá só tu e eu ou os amigos que tinha. iamos. e contavamos as histórias todas outravez. e lembrar de novo que nos conheçiamos desde a primeira classe e dizer-mos como tinha tudo mudado. nós tinhamos mudado. ou quando não estava eu e eles e estava eu e tu. quando tu te sentavas e eu deitava a cabeça no teu colo e ficava-mos horas a falar. quando era inverno e tu me davas as tuas maos e aqueçias as minhas sempre frias. quando havia alguém nesses bancos vermelhos e se ficava quente e bem. e era-se feliz e não se sabia. e vai-se sempre pelo mesmo caminho de volta a casa, quando o caminho que deviamos ter feito era o de ter lá ficado, nesses bancos quentes de jardim. perdi-me nos passos, perdi-me no caminho e fico eu e as minhas tralhas. já ninguém me lembra mais e agora sabe tudo a mentira e eu já não quero mais saber ir para lá, onde os bancos estão se eles estão tão sós e tão gastos e me dizem a verdade do tempo cravado neles.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
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