Os olhos morreram e agora já não te vejo amor. nem sei a tua cor. nem sei o teu lugar. nunca mais te vou sentir. nunca mais me vais doer. eu prometi-me. nunca mais ia doer aqui nada. nunca mais ninguém ia arder. eu nunca mais me perdia assim. devia ter ficado com o azul dos dias em mim. e recordar-te sempre para sempre. e tu vais-te daqui porque já não há cor e os olhos são cegos. isso seca-me o coração. hoje ele é oco. e faz-me doer por dentro e faz-me gritar e arranhar por fora. não sei mais de ti. e era melhor ter-te aqui a passar em filme à noite e ver tudo aquilo que não chegamos a fazer tornar-se quase verdade. acordar é dor. tira-nos a vida de dentro. e é tudo confuso. e derrepente tudo é solidão. as mãos erguem-se no vazio à procura de vida. e só há paredes. paredes para levarem tudo. para arranhar. e o barulho são as plantas e os moveis que o fazem. e o choro e o desespero voltam com medo. e tu vais. afinal tu vais sempre embora sem lembrar a morte. e eles acordam de novo e enchem-me o vazio. o meu vazio desesperado e assustado.
quinta-feira, janeiro 18, 2007
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