segunda-feira, novembro 20, 2006

Eu não tinha perspectivas para o futuro. Se algum dia houveram planos já não me lembro. Mesmo assim eu esperava sempre um amanhã sem grandes esperanças de que o dia fosse melhor, mas eu esperava. às vezes pensava em suicidio e pensava em queimar o tempo rápidamente pra deixar de pensar e assim no dia seguinte eu tinha só pensado em loucuras. Nunca me esfoçei por nada. Penso sempre demais. E a cabeça explode. Durmo. E já é o amanhã. É hoje. Eu não me esforçei. Eu não mereço o dia. Eu não mereço nada. Sou uma fraca. Não luto pela vida. Eu só a observo. E aqui entre quatro paredes nada tem movimento. Nem eu. Que fico deitada na cama a olhar para o tecto e a chorar. Não tinha grandes esperanças mas esperava sempre um amanhã, nem que fosse para queimá-lo. Sinto-me incapaz. Deslocada. Estou aqui à tanto tempo. Só me vejo, oiço e cheiro a mim. Sinto-me miserável. Não penso num amanhã com esperança Oh meu deus eu sou vazia. Eu falo d'um deus e nunca acreditei em nenhum. Se eles existissem eu era alguma coisa E eu não sou nada. e já nem me é tão duro saber isso. O coração secou e os movimentos paralisaram. eu sou uma pequena coisa que chora quando adormeçe e acorda com vontade de chorar. eu gastei as palavras. gastei as tintas e já não pinto. eu não era nada mas sentia-me alguma coisa. a coisa pequena que sou. agora cheguei ao fundo e está escuro e sinto-me nada. dantes tinha estrelas, já tinha dito não tinha? Estavam coladas no tecto e brilhavam, outras vezes desciam, tocavam-me e entravam-me pelos olhos e eu tinha cor. Agora por mais que me estique, por mais que me esforçe só vejo escuro. nem sei. mas isso deixa-me triste e com vontade de chorar. e choro porque os olhos deixam cair lágrimas sem eu as conseguir conter.........perdi-me e tenho medo.

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