terça-feira, junho 27, 2006

Alfinetes no coração

Que diferença faz se rasgo a pele quando quero rasgar a alma e o coração?
Vontade de sentir alguma coisa mais que a solidão. Castigar-me por tudo o que deixei perder.
E espetar alfinetes. Num coração já cheio deles.
Preciso de eternidade.
Quebrei o meu mundo. Não quero voltar a faze-lo.

Quero ouvir outros suspiros além dos meus.
Não quero ter de te pensar sempre. Nem quero que me doas para sempre.
Tu. Tu não és um alfinete. Tu não rasgas. Apenas dóis. E fazes rasgar.
Isso, isso são tudo loucuras.
Acompanhadas por música que me entristece ainda mais.

E repete uma e outra vez. Até passarem horas. Já falta pouco.
Ainda é terça-feira. Ainda é Junho.
Ainda sou eu que fujo do tempo.

Um dia ele é que vai fugir de mim.
Ele deixa de me roubar a Vida que não tenho.
Eu roubo-lhe a eternidade.
Nesse dia. A paz vai ser minha e tua.




segunda-feira, junho 26, 2006

O meu mundo

Vivo distante desse mundo de que fujo todos os dias, fica-me apenas a um abrir de uma janela ou alguns passos que não vou dar. Isolo-me. Sei que me tirariam a pouca paz que tenho e a angustia seria ainda maior. Procuro por alguém aqui neste quarto lastimoso, alguém que gostava de encontrar lá fora, no outro mundo, alguém que não me tirasse a paz, alguém que procure o mesmo que eu. Um sorriso inocente que só por si devolve toda a paz e serenidade procurada no que se foi.
A satisfação de receber um sorriso. A ironia de tudo isso. A minha propria inocencia em acreditar que há um lugar, uma rua, um sitio qualquer, onde haja mais gente simplesmente à procura desse sorriso. Aí sabe-mos ser. Respeitar. E reconheçer a necessidade da simplicidade do aconchego desse sorriso. Gostar de palavras. E de um toque delicado dos dedos finos na face ou por entre os cabelos macios. No silêncio um olhar revela tudo aquilo que és....
Corforta-te. E já não sentes que precisas dessa maldita pergunta ÉS FELIZ?!.

sábado, junho 24, 2006

. .


Um dia gostava de saber começar um conversa. Sabes como me sinto frustrada por não conseguir exprimir algo dos meus sentimentos? Torna-se dificil articular as palavras e alterna-las com os sentimentos numa conversa a sério em que não se fala de roupa, peso, novelas ou de um gajo qualquer. A fútilidade e o vazio torna-se cada vez maior nos seres. Detesto isso. É maçador e torna-se de tal forma irritante ouvir tanto discernimento. Mais ainda que a dor que me toma o espiríto. Dantes dizia aquele olá. E ficava á espera que alguém continuasse a conversa. Ou ficava num silencio desmedido à espera que fizessem o mesmo. Porque nunca soube o que dizer e acreditava e continuo a acreditar que no silêncio dir-te-ia mais do que palavras descompassadas. Saber ouvir. E saber susurrar uma coisa qualquer. Mas com sentido. E poder dizer-te que lamento um segundo que perdi ontem. E que somados aos tantos outros são meses perdidos. Sei que não vou poder repetir esses dias. E sei que amanha torno a fazer o mesmo. E fico a pensar no dia de hoje. No dia que perdi ontem. Passo algum tempo a escrever. A tentar descodificar uma desalmada consumida pela dor, solidão e uma agonia que não lhe cabe mais. A perceber que quem me rodeia talvez tenha medo de descobrir que afinal eu não sou tão normal. Que não passo de uma miúda tão cheia de dor e sem perspectivas para o futuro. Que não passo de uma nada que acorda todos os dias de uma overdose que já nem tenta curar. Limito-me a ser e a escrever o que sou.

sexta-feira, junho 23, 2006

The Gathering - Saturnine

The day you went away
You had to screw me over
I guess you didn't know
all the stuff you left me with
is way too much to handle
But I guess you don't care

You don't need to preach
you don't have to love me, all the time

Whatever on earth possessed you
to make this bold decision
I guess you don't need me
While whispering those words
I cried like a baby
hoping you would care

You don't need to preach
you don't have to love me, all the time

You don't have to preach


Já não ouvia há muito tempo the gathering, e ainda continuo a achar esta música linda,
ouço-a como da primeira vez e como a letra diz chorei como um bébé quando a ouvi.
Chorei desesperada.
E agora ouço-a calma.
São 23:04 é S.João. E nem sair vou.
Porque não tenho com quem o fazer.
E sinto-me a ficar louca, como uma borboleta fechada no casulo.
A mim falta-me a metamorfose. E em vez disso vejo uma enorme regressão.
Porque volto de novo a pensar da mesma maneira.
Vejo-me a deixar demasiada vida pra depois. Precisava de ajuda. De qualquer coisa.
De alguém.

Precisava de gritar.
Mas não.
É como se tivesse muito ocupada a tentar contar as estrelas no meu tecto branco.
Á espera que alguma se descole e me venha tocar.

E me leve. E me deixe leve.
E me deixe ir. E fugir.
Porque nunca quis saber das estrelas, ou dos tectos brancos.
E agora é só isso que tenho.
Isso e a minha vida toda a preto e branco. Com palavras que cansam
e se repetem vezes e vezes sem conta.


terça-feira, junho 20, 2006

Time



Dizes-me ao menos porquê que me deste um adeus num abraço qualquer sem eu querer?

Podes sempre dar-me um arco-iris de recompensa. E cobrir-me o coração de colorido.

Podemos sempre cortar o tempo. que nos afastou ao dois. e já não me deixa mais saber de ti.

Não me deixes pareçer só hoje e depois o que tenho sido. Uma louca à procura de uma resolução interna para problemas externos tão distantes que já nem me dizem respeito. Porque o tempo nos afastou e roubou as cores e estrelas que eram só nossas.

Ou talvez nem tenha havido nada. E isto sejam só delirios ou desejos.
é, é isso.

E sabes faltam-me cada vez mais as palavras.

Felizmente ninguém me lê, tornar-me ia maçadora e repetitiva.

segunda-feira, junho 12, 2006

Queria dizer-te que apesar de tudo anseio pelo dia em que te vou voltar a ver
e te vou dar o sorriso mais treinado e mais doce
porque apesar da tristeza eu te gosto
E apesar de saber que já nem te ter posso
Posso ao menos dar-te um sorriso daqueles que dizem
Sabes gosto de ti!?
E com humildade saber que aí dentro não houve ou há espaço para mim e para ti
E sorrir novamente e esperar que aí caiba um tu e outra pessoa qualquer com felicidade que não houve para nós.

Se ao menos eu soubesse de onde vem este desejo de dor e de querer sofrer. Hei-de procurar. Por mim. E hei-de achar-me. E achar as palavras bonitas que num dia mais escuro perdi.

terça-feira, junho 06, 2006

Tornas-te inalcançavel
Transparente e cristalino
Foco o olhar no teu brilho
Clamo por ti!
Por uma vulgar atenção
Que não renuncias
Convertes-te em inexitência
E nem o maior dos suplicos te tocou
Negas-me o perdão
Transformas-te em ausência por mim
Dás a felicidade ao vento
Ela foge de mim como o brilho que há em ti
É ela triste felicidade que foge de nós .


Textos passados. Do tempo em que havia um eu e um tu. Do tempo em que havia um nós. De um tempo passado .Agora. Sem fadas nem cores. Sem borboletas cintilantes. Sem sonhos que puxem mais por mim. Sem isso a que chamam amor, amizade. Sem sinceridade. Com medo de verdade. E ainda com mais medo de sair mais magoada.
Chego ao fim a pensar. Sabes. Acho-me gorda e feia. Acho-me um lixo. Vota-me ao lixo.
Esqueçe Marta já fizes-te isso.

sábado, junho 03, 2006

"Stop Crying Your Heart Out"

É isso.

É medonho regressar aqui e não ter nada de novo pra dizer ou mostrar.

quinta-feira, junho 01, 2006

Tenho um piano cá dentro.
Às vezes esgrafato com raiva lá no sitio onde ele está pra tirar esta melodia triste do coração.
O piano que tenho cá dentro faz-me chorar.
E faz-me ficar louca.
E depois arranho e arranho mais pra ele sair do coração. E foge.
Foge também para a cabeça. Como se fossem dois pianos. E ele consegue estar aqui dentro ao mesmo tempo na cabeça e no coração.
Pra confundir. E me deixar como louca. E me deixar. A ouvir. Coisas tristes. Que falam por mim.