segunda-feira, junho 25, 2007

Lembras-te de quando de quando o tempo não sobrava e corrias atrás de alguém. de quando a curiosidade e o fascinio pareciam tão demasiados para uma pessoa só. lembras-te das mãos e dos beijos que davas, da vida que levavas, dos sonhos que tinhas, do tanto que fazias. lembras-te de quando o piano não era para ti e tu o sentias de qualquer maneira independentemente da idade que tinhas. lembras-te do tudo que querias, do pouco que sabias e da alguma coisa que conseguiste. lembras-te da incapacidade que te prendia a um desejo vasto de tudo querer, de tudo saber e de às vezes nada conseguir. lembras-te de sorrir e do olhar triste de perda de coisa nenhuma. lembras-te do vazio e da tristeza. lembras-te das conversas imparáveis que tinhas. das viajens inacabádas e da saudade. lembras?

domingo, junho 24, 2007

caimos sózinhos e sem lugar

nunca se chega a perceber realmente quando estamos à superficie. o tempo foi quase todo a cair. e nem a sensação de emergir é sufieciente. tenho luz, que se repete, um dia atrás do outro. não me lembro da força de emergir e querer respirar, continuo em queda e sem saber aonde procurar, quem procurar.



não sei ficar, nem sentir por querer sentir tudo.

sexta-feira, junho 22, 2007

desconhecidos

Simplesmente já não me lembrava de trocar ideias com desconhecidos. de me falar a desconhecidos e de tremer enquanto espero uma resposta ou hesitar enquanto dou uma. é sempre desconfortante este nervosismo, ou esta certeza de que precisava disto.
Veio tudo o que era antigo, tudo o que começava e acabava num ponto final. Ele veio. Ele foi. eu perdi. também perdi o sentido e sensibilidade, ou foi a dor que na restia que tinha se gastou e me deixou aqui a querer senti-la. não sei se quero saber se gosto ou gostava dessa dor desconcertante, reflito-me nela, é o que quero ver ao espelho, é o que quero ver nas mãos, nos olhos, nas palavras. não é o que quero ver para sempre, é o que quero ver por precisar ver enquanto os desconheçidos não tornam ao seu lugar. ao lugar das conversas, desconfianças e ideias pré-concebidas. ao lugar do riso. de um olá. e um beijo de despedida.
tenho sempre medo de errar, de desiludir, de não ser o suficiente. tudo se repete. afasto-me. e o regresso nunca aconteçe. a despedida vai-se fazendo sem ninguém estar presente e a dor torna a querer voltar.
acho que não sei ficar.
lamento não saber ficar.
eu precisava de um olá e de um sorriso. e de um beijo e de um "boa noite".
e precisava de partilhar e retribuir a duplicar todas essas coisas.

um dia escrevo-te uma carta, com papel e letra bonita e de cheiro eterno como nos livros.




terça-feira, junho 05, 2007



Estou cansada e com saudades de mim. Ela não me deixa pensar em mais nada, os olhos enchem-se e a cabeça encrava nos pensamentos. nestas alturas tenho quase a certeza que estou doente. deixou de ser quem devia ser e sou só eu.
ele não é nada.
ninguém é nada.
e eu estou só cansada do peso do mundo e do estado solidão.