sábado, julho 14, 2007

eu consigo superar o tempo sem sentir, olha para mim, eu sou tão capaz de tudo. estou sózinha, já não me dizia ou lembrava disto hà tanto tempo. és capaz disso? de estares sózinho e te esqueçeres?

quinta-feira, julho 05, 2007

normalmente sento-me a um canto. sem saber agir, sem saber quem olhar, sem saber estar.
normalmente isto chateia a marta. normalmente isto também lhe enche os olhos. normalmente, habitualmente ou de outra forma qualquer é assim.
normalmente quando se sai do canto todo o resto deveria ser melhor, mas quando se sai à rua veêm-se os velhos, pobres coitados, a mendigar. estão sentados a um mesmo canto, contam os trocos e imploram mais uns ou vão ficando, em silêncio e vergonha, cabisbaixos para não se ver melhor.
isso enche-me os olhos, tanto ou mais que no canto, as explicações são insuficientes. penso se só a mim me doi e o porquê de os outros ignorarem. eles têm ruas bonitas e de ar antigo. têm nelas vidas que se podem dizer vividas, e que agora no fim, cansadas, não desistem outra vez. nem que isso lhes valha o respeito ou a própria vida. como dizem as explicações que incompreendo e hão-de ser sempre insuficientes, isto é sobreviver. eu digo, isto é desrespeitar. se não lhes doi, doi-me a mim. desculpe se não partilho da hipócrisia, quando nas ruas do mundo a vida já pouco se vê.

normalmente sento-me a um canto fora das ruas do mundo. continuo cabisbaixa e sem agir. tenho respeito, ou falta dele por falta de outros.
como é que ia ignorar tanta vida que está apenas cansada?