terça-feira, outubro 21, 2008

domingo, outubro 19, 2008

compreendes lamentando e acho que sou finalmente assim, feita de raiva, medo e dor.
aceitas-me sem te preocupares que mundo trago em mim,
os pensamentos ardem e o coração bate tão pouco
tudo me doi porque já nada habita em mim
não há ninguém a dizer-me o contrário
não me digas que é assim
não mo digas para não me pareçer tão perto do fim
dentro do espelho ainda chove
as gotas cortam e eu mantenho-me firme
fazes-me assim, fria como pedra
fico por tudo o que nos separa
doi e arde e esqueço, já ninguém mora aqui
a minha mente ficou diante de mim
e o espirito caminha livre sem a tua verdade
já não lembro sorrisos nem me tenho a mim nem a ti
suspiro, deixo finalmente de existir
passo a noite vazia e danço, danço diante de mim
as tuas palavras rodopiam carbonizadas na metamorfose cosmica
és poeira e nada
eu sou palavras e só
sou livre das tuas verdades e vontades
e vivo quando já não te grito
nem tu me sufocas



quinta-feira, outubro 16, 2008

Perfeita

as palavras gritam-me e as lágrimas ainda brotam
chorei com o céu a pesar-me e o guarda-chuva na mão
apeteçeu-me parar, parar e morrer
morrer e não pensar e não saber de mais nada
não saber de mim, nem da minha perfeição
nem do querer todos os saberes, não saber nada
não ser finalmente adulta e estar adulta
sentir-me desfeita
e desgastar todas as teorias, todos os pontos positivos
mas que não servem, nada me salva, nada pesa mais que o saber
eu sei, eu sei e não queria saber
ninguém mo diz com medo que o céu brote chuva em mim
que água escorra e toda ela, finalmente,
me desfaça.
os pensamentos brotam e nada me justifica
sou eu e só eu culpada de mim
sou eu a melhor e a pior
a falhada que cresce e se desfaz