domingo, dezembro 23, 2007

domingo, novembro 04, 2007




um video bonito sim?

A mim lembras-me um quadro perfeito.

e um campo cheio, tão cheio e bonito de flores vermelhas.
com um céu mergulhado de azul e branco que se confunde com o mar.

tu és a tal corrente que surge imponente e se mantém sempre a frio

és o limite das palavras
um castelo de imagens decompostas
que se ressente vivo no ar pesado
e se desmancha vagarosamente pelos dedos entreabertos.

sábado, outubro 27, 2007

e filmes. Le Scaphandre et le Papillon

dias de outono e luzes apagadas

Aqui não há tantas luzes quanto isso.há frio e dias de Outono.e indiferença que de tanto encher rasga.
Aqui há solidão e escolhas inoportunas tão pouco descabidas que se ficam por mim. O maior dos esforços é o pior dos fracassos. Vai-se além do hórizonte resguardado na mente e aquilo que resta é um imenso deserto inabitado. a desilusão trás rostos indiscretos que nadam antes da superficie. Não menos moribundos, mas sempre mais vivos que eu. Eles sempre esperam alguém, nem que seja uma mão que empurre ou um vicio menor que os agarre noutros dias. alguém lembre de os resgatar aonde o mar é profundamente escuro, que eu sabia isto, do pouco que me lembro, nada me trás o melhor de ninguém, senão o desassocego inútil viajante de mim e noutros tempos que já não sei, de alguém.

sexta-feira, outubro 26, 2007

As pessoas deviam de ser como os gatos...

...independentes e senhores de si. ou gatos de si.

tanto melhor que o gato das galochas só o meu, de pantufas e vasto casaco branco, um pequeno nariz castanho, o seu nariz de madeira e uns belos olhos esverdeados. Muito conversador e gato de si mesmo. E aveitureiro como sempre haveria de ser, pai de uma pequena gata ainda por apelidar e marido, por assim dizer, da gata da vizinha. Se bem que, esposas gatas foi coisa que nunca lhe faltou, assim como uma pequena irmã que por um curto periodo de tempo por aqui habitou, mas que da noite pró dia terá sido raptada por o vizinho do lado que à muito a ameaçava dado os seus ataques fortivos aos pequenos piriquitos que na marquise engaiolados se encontravam eram continuos.
Sendo a assim, a pequena malhada foi raptada, a sua anterior esposa, a fofinha, também gata da vizinha por sinal experiente em roubar todo o tipo de chouriças, alheiras e comidas enlatadas para gato da melhor qualidade foi, para infelicidade do meu gato , atropelada.
Mais uma vez, viuvo e rapaz solteiro, faz uma vida arriscada na noite. As lutas são constantes e não são raras as vezes em que o seu casaco vem empoeirado da rua, não sendo também menor o numero de arranhões.
Levando uma vida arriscada, mas normalmente farta, não dispensando a sua diária resmunguisse e olhar de quem nega a paternidade e o compromisso com as gatas da vizinha , que insistem em comer todo o seu mantimento de forma descarada.
Já velho e com pouca paciência o pouco que faz é deixa-las abasterem-se e por fim, quando estas já aspiraram por completo os recipientes de comida, é chegada a vez dele.

...

quarta-feira, outubro 24, 2007

Um ano livre de obrigações permanentes não é de todo o melhor. Contráriamente ao que a maioria poderia pensar.
Inicialmente é muito fácil, são as férias grandes que sempre tive, só que com prolongamento no final do jogo e esse jogo tem nada mais nada menos que a duração de um ano. Normalmente tempo a mais trás-me vida a menos e é aí que os pensamenos surgem sobre tudo e todos, fluem de tal maneira que mal se podem agarrar. Não há muito mais que isto para se fazer, não se a curiosidade e o pensamento constante de obrigação permanente não assombrassem todos os segundos. Tenho de ler. tenho de aprender. tenho de me fazer valer. Tudo menos perder um ano. Mas o ano está perdido. Por mais metódica que seja isso não vai resolver nada. Então decido adiantar-me. Aprendo tudo o que poder e para o ano sou a melhor. Mediana de novo é que não.
Deparo-me com um personagem que não soubesse eu que cheguei depois e que o meu nome é Marta bem poderia ser ele, Okada. Tem o mesmo tempo que eu. De sobra. Tão de sobra que chateia. Dá para tudo. Para agradar à familia, aos vizinhos e ao gato também. Não estou dentro do livro ou ele fora dele. Estou a lê-lo e a reler-me entretanto. Não querendo isto dizer que tudo me é semelhante folha a folha. Partilho das ideias do personagem, ou melhor, do seu autor, que, diga-se, porporciona uma bela viajem pela sociedade japonesa contemporanea, em que as semelhanças são extraordinárias, a barreira entre ocidente e oriente é infima ou quase nenhuma, não fosse o palco da narrativa Tóquio e o mesmo talvez não fosse verdade.
Quanto a ocidente e oriente fico-me pela China e pelo Japão. o fascinio leva-me até ao extremo oriente e não,não é certamente o fascinio que me trará sucesso, mas independentemente disso, as minhas prioridades fazem-se rumo ao sol nascente. Não faltam entraves e pensamentos plenos de ignorancia. Ora não terei um bom salário ou sequer emprego ou única e simplesmente não quero fazer nada.
Isto remete-me imediatamente para o personagem que não é de todo um fracassado mas que está ciente das suas capacidades e daquilo que é ou não. Facto é que se denomina de mediocre face a terceiros e coisa que não deixa de admitir é a sua falta de disponibilidade para o que quer que seja dada a sua falta de conhecimento próprio. Há então um paradoxo existencial inerente a este, coisa que me remete, novamente, à minha pessoa.
A vizinha, e face à minha curta leitura, tem a particularidades interessantes, tais como uma despreocupação desmedia aliada a uma naturalidade estranha. Uma mistura curiosa mas boa e por vezes um tanto confusa.
O senhor Honda ivoca os momentos de guerra, com relatos incriveis e metáforas que prevejo serem fundamentais no futuro do personagem principal.
Alargo-me nas palavras, vou tecendo comentários ao livro, livro este que me foi presenteado em data de aniversário e que me trás o entusiasmo para pelo menos continuar a acreditar num sonho que não será certamente nulo, vejo-o apenas interrompido em órbita, uma órbita anual. Vou apreendendo o melhor de tudo. Espero ser o suficiente de mim enquanto não chega o tempo de ter vida e falta de tempo, afinal de contas o meu entrave maior foram senão as palavras, o português, que de tanta facilidade, despreocupação e preguiça se fez o meu pior inimigo, formou-me uma barreira anual intransponivel. Sou péssima e mais não se fala, resta-me mais um exame no final, ou isso ou nada, e aí não há mediocridade que me valha a pena.

Captain meow

segunda-feira, outubro 22, 2007

Parabéns a mim.

quinta-feira, outubro 18, 2007

abraça-me.
eu vi a morte esta noite. e soube o que era o medo.
Por haver quem ousasse dizer que queria morrer
não me estenderam as mãos.

Viram-me invevitávelmente miserável
Perceberam que por fim
a minha imitação perfeita se viu livre de prazeres

Nem por isso se riram
da minha inconsciênte irresponsabilidade
ou das minhas mãos trémulas
que tentava recolher desesperadamente.

Não era nada comigo
ou nada com eles.
Nada que não soubesse-mos.

Eu tinha-a aqui resguardada a espreitar.
Inalava do seu frio
e mergulhava na nossa dor.

Nada comigo. nada contigo.
nada aqui.
nada aqui que não fosse mais que o medo
mais que a dor.
menos que o medo.
o medo.
algum dia algo mais que dor.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Olha demoradamente e pergunta se é seguro,
pega
e finalmente sente o queimar.

Amanhã já não há dedos que me valham,
as palavras estão queimadas
e as mãos ainda ardem.

Nem uma uma unha ou um segredo mal roido.

Maldito fim de tarde ocasional
feito de riscos, cinza e carvão
e de relatos inconstantes
mal formados
corroidos pelo vazio mental.

Não podia ser segura
uma tentativa de compreender
as manchas do cósmico entardecer

O gozo reactivo a uma fixação paradoxal prolongada.

E a resposta das mãos.
sob os dedos desapareçidos.

domingo, outubro 14, 2007

cránio despedaçado
o mundo é meu, os olhares são meus
raro momento
em que ossos são meus e estão esmagados
devo ter ficado melhor que na fotografia
o sangue quente
a queda final
sem medo
o contra tempo
já não sou uma pobre coitada
que viaja desesperada em si
cheguei
sou eu!
eu!
toca-me a pele muda.
a boca silenciada
sem melodias gritantes
distorcidas
errantes
imperceptivel
leva-me
só a alguns
nunca quis o mundo em mim, nem o toque de tudo e todos
insignificante demasiado
leva
leva tudo
dá-me de beber aos olhos sedentos por verdade
não fui o melhor de mim
castiga-me
impermiabilidade
insanidade
veneno quente que jorrou
perfurou
imprópria
plástico bidimencional
transpõe
inclausurada na dor
o meio.
o medo.
o asfalto negro.
a massificação
o seguimento.
o insurgimento.
fingimento
e as cópias.
um mundo de cópias de flashes velhos que se repetem.
inconsciêntes
indolores
eu.
um murro no estomago.
e as flores e as borboletas
repetidas em particulares belezas que não se imitam.
uma falsa simbologia.
um falso seguimento.
o engano.
o entrave
o asfalto negro e seco.
a decepção
sublime e nunca doce
a descoberta
a partilha
a insignificante partilha
a insegurança
e todos os in's que surgem, constantes.
disperça.
direcção
a beleza do simples.
a dificuldade do simples.
a pena de chegar tarde.
ou a pena tardia?
a espera
a loucura.
o entusiasmo.
a descoberta tardia.
não chegou.
ou chegou?
a indiferença
a revolta.
o egoismo descarado ou o esqueçimento?
a espera.
o relativismo.
a incerteza.
os dedos cansados.
as palavras repetidas na loucura
e na espera
a tinta seca
a alma insensível
sucumbe
falta-me tudo
tudo!
o fim da bateria
o colapso mental
o botão.
o café.
a adrenalina
a calma.
a canção.
a loucura das palavras. insánas.
(des)necessárias.
a lenta desilusão.
espreita.
vem ao de leve.
e retoma.
ou toma-me de vez.
a corbardia de não fugir.
um telhado com perspetiva.
estáctica.
vazia.
estendida.
acobardo-me neste escape sem me conseguir afogar.
de olhos fechados.
longe da relva.
perto céu. sem um deus.
sem ninguém a tocar-me os dedos.
abrir as mãos.
sonhar palavras de outubro.
com a queda do dia.
e das folhas.
a imerssão.
o flutuar perfeito
um sorriso num fim de tarde.
a certeza, num dia.
num telhado.
de olhos fechados.
os defeitos extraordinários.
extraordináriamente admirados.
o confronto final.
o (re)conhecimento de tudo.
a desleixada dor.
travada.
incapaz de sobrepôr a conformidade.
a desistencia final na minha luta.
o eu que flutua. de olhos semi abertos.
que ainda teme. de mãos abertas. de dedos cansados. de alma dorida.
o confuso misterioso estupidamente saboreado ao pormenor.
o sublinhar de tudo.

domingo, outubro 07, 2007

diz-me tu que eu já não sei. fiquei apenas sem saber o que sentir. ou com nada para sentir. como um entrave, lento e irredutivel.
não foi racional. não foi.
nem havia ninguém. nem uma história, um conto, um sorriso ou uma lágrima daquelas com que nunca soube lidar.
era eu, ridiculamente sózinha. ridiculamente racional. perto demais de mim para compreender a devastação do ser no próprio ser.
não houve uma exclamação que dissesse "maldita dor!", "maldito amor!".
era um maldito nada.
tão quiéto e frio. tão sem nada para perceber.
é a isto que sabe?
não cheguei a meio só de temer saber do meu próprio ser.
não quis saber de mim, do outro lado deve ser pior que vazio, melhor que nada.
e eu não sei. nem quero saber.




a voz ficou calada e a mão diz que a música é triste.

sexta-feira, setembro 21, 2007

o ideal era ir vestir um traje de gente grande, pôr um sorriso parolo na cara e fazer de conta que tudo vai bem.
quanto a ontem, vá-se lá saber do que foi ontem, eu quero é um amanhã, ou um ano mais tarde até se assim puder ser. eu continuo aqui sem te ver e não, não me apeteçe mais tomar conta de mim e muito menos tomar conta de ti.
se não nos temos, é assim que ficamos. rio-me de nós. palerma. tão palerma quanto o traje e o sorriso. não sei o que vem depois. sempre quis que assim fosse. tudo previsivel. tudo sob o meu controle. e agora fico-me parada em mais um dia. como tu no teu amor de ontem. fui apanhada de surpresa. fiquei desamparada quando tu afinal sempre soubeste que o teu amor algum dia tinha de ir. maldita hora em que tive eu de ficar. é só um ano. um ano. tenho quase 19. devia escrever cartas à minha mãe, pedir-lhe desculpa por este ano e pelo traje grande que ainda não sou. ainda assim, eu sou pior que o teu amor de ontem. menos inesperado mas mais dorida.
queria eu ser isso. sem nunca sequer ter sido a pretendida ou a tal de que todos falamos e sabemos desejar ser.

segunda-feira, setembro 17, 2007

mais um ano.
a marta fecha os olhos e sustem a respiração.










eu hei-de voltar a saber o que é de mim.
ou quem sabe talvez não.

um ano é muito.
e eu só estou cansada.

terça-feira, setembro 11, 2007

Consegues ver-me sem aquela incerteza e acreditar?

Só era preciso perceberes para que lado pendo. que estou disposta a tombar para eu própria saber. não é errado. não faz mal. só se trata de arriscar. talvez, mais do que tu, gostasse de ter essa certeza absoluta de tudo e por tudo. mas eu sou isto, incerta, e se duvidar como todas as vezes, não me quero sujeitar aos teus sonhos, às tuas dúvidas e medos. só me quero ficar por mim e ter a certeza do quanto posso, quero e devo seguir isto.

quarta-feira, setembro 05, 2007

vamos é comer gelado e sorrir o resto são vontades e coisas más, uns nomes sem importância e gente inconsciênte.
até porque o teclado está confuso dentro da cabeça, o puro, o simples, os nomes. estão doentes, inflamados, a inchar sem espaço por dentro.

não achas muito chato quando a vida sabe a restos? não achas muito chato pareçer e cheirar a resto?
isso devia incomodar a sério, e o teclado inflamado também.
mas a voz decidiu falhar mesmo no momento em que desafina. é estupido um resto despreocupado cheio de problemas momentaneos.
eu disse bem que a máquina estava em colapso mental. duras o tempo suficiente para ficares de mãos dadas.
agarrada a uma lembrança mental mal formada.
erro.. desligou..ligou..apagou..
formatação em curso.
as maos dadas? era suposto tornar a saber o que elas são?
quem mas deu? e o regresso a casa é para quando?
descodifica e retoma.
coisas más. sempre coisas más que não sabemos que são más.
viver de olhos fechados é fácil. implodir é fácil.
comer gelado e sorrir é como correr de mãos dadas e olhos fechados, cair na relva e sentir o verde e o azul.






sábado, agosto 04, 2007

apatia e medo.

Eu leio-te em silêncio, as palavras são demasiado inseguras, escrevem-se, apagam-se, tornam a escrever-se e acabam apagadas. Tenho medo do resto que me falta, do que vem a seguir. nem te cheguei a dizer como era dantes, sem medo, sem saber o que era o medo, sem ter medo de tudo. acho que já não se segue mais nada depois do vazio em que tudo se tornou. eu procuro, eu tento lembrar-me de como fazia para não cair, eu tento lembrar-me de ficar sem que isso me custe ou se torne demasiado, mas volto sempre a isto que sou, ao meu lugar sombrio e apático preenchido de medo.
porquê que não me vês, porquê?

sábado, julho 14, 2007

eu consigo superar o tempo sem sentir, olha para mim, eu sou tão capaz de tudo. estou sózinha, já não me dizia ou lembrava disto hà tanto tempo. és capaz disso? de estares sózinho e te esqueçeres?

quinta-feira, julho 05, 2007

normalmente sento-me a um canto. sem saber agir, sem saber quem olhar, sem saber estar.
normalmente isto chateia a marta. normalmente isto também lhe enche os olhos. normalmente, habitualmente ou de outra forma qualquer é assim.
normalmente quando se sai do canto todo o resto deveria ser melhor, mas quando se sai à rua veêm-se os velhos, pobres coitados, a mendigar. estão sentados a um mesmo canto, contam os trocos e imploram mais uns ou vão ficando, em silêncio e vergonha, cabisbaixos para não se ver melhor.
isso enche-me os olhos, tanto ou mais que no canto, as explicações são insuficientes. penso se só a mim me doi e o porquê de os outros ignorarem. eles têm ruas bonitas e de ar antigo. têm nelas vidas que se podem dizer vividas, e que agora no fim, cansadas, não desistem outra vez. nem que isso lhes valha o respeito ou a própria vida. como dizem as explicações que incompreendo e hão-de ser sempre insuficientes, isto é sobreviver. eu digo, isto é desrespeitar. se não lhes doi, doi-me a mim. desculpe se não partilho da hipócrisia, quando nas ruas do mundo a vida já pouco se vê.

normalmente sento-me a um canto fora das ruas do mundo. continuo cabisbaixa e sem agir. tenho respeito, ou falta dele por falta de outros.
como é que ia ignorar tanta vida que está apenas cansada?




segunda-feira, junho 25, 2007

Lembras-te de quando de quando o tempo não sobrava e corrias atrás de alguém. de quando a curiosidade e o fascinio pareciam tão demasiados para uma pessoa só. lembras-te das mãos e dos beijos que davas, da vida que levavas, dos sonhos que tinhas, do tanto que fazias. lembras-te de quando o piano não era para ti e tu o sentias de qualquer maneira independentemente da idade que tinhas. lembras-te do tudo que querias, do pouco que sabias e da alguma coisa que conseguiste. lembras-te da incapacidade que te prendia a um desejo vasto de tudo querer, de tudo saber e de às vezes nada conseguir. lembras-te de sorrir e do olhar triste de perda de coisa nenhuma. lembras-te do vazio e da tristeza. lembras-te das conversas imparáveis que tinhas. das viajens inacabádas e da saudade. lembras?

domingo, junho 24, 2007

caimos sózinhos e sem lugar

nunca se chega a perceber realmente quando estamos à superficie. o tempo foi quase todo a cair. e nem a sensação de emergir é sufieciente. tenho luz, que se repete, um dia atrás do outro. não me lembro da força de emergir e querer respirar, continuo em queda e sem saber aonde procurar, quem procurar.



não sei ficar, nem sentir por querer sentir tudo.

sexta-feira, junho 22, 2007

desconhecidos

Simplesmente já não me lembrava de trocar ideias com desconhecidos. de me falar a desconhecidos e de tremer enquanto espero uma resposta ou hesitar enquanto dou uma. é sempre desconfortante este nervosismo, ou esta certeza de que precisava disto.
Veio tudo o que era antigo, tudo o que começava e acabava num ponto final. Ele veio. Ele foi. eu perdi. também perdi o sentido e sensibilidade, ou foi a dor que na restia que tinha se gastou e me deixou aqui a querer senti-la. não sei se quero saber se gosto ou gostava dessa dor desconcertante, reflito-me nela, é o que quero ver ao espelho, é o que quero ver nas mãos, nos olhos, nas palavras. não é o que quero ver para sempre, é o que quero ver por precisar ver enquanto os desconheçidos não tornam ao seu lugar. ao lugar das conversas, desconfianças e ideias pré-concebidas. ao lugar do riso. de um olá. e um beijo de despedida.
tenho sempre medo de errar, de desiludir, de não ser o suficiente. tudo se repete. afasto-me. e o regresso nunca aconteçe. a despedida vai-se fazendo sem ninguém estar presente e a dor torna a querer voltar.
acho que não sei ficar.
lamento não saber ficar.
eu precisava de um olá e de um sorriso. e de um beijo e de um "boa noite".
e precisava de partilhar e retribuir a duplicar todas essas coisas.

um dia escrevo-te uma carta, com papel e letra bonita e de cheiro eterno como nos livros.




terça-feira, junho 05, 2007



Estou cansada e com saudades de mim. Ela não me deixa pensar em mais nada, os olhos enchem-se e a cabeça encrava nos pensamentos. nestas alturas tenho quase a certeza que estou doente. deixou de ser quem devia ser e sou só eu.
ele não é nada.
ninguém é nada.
e eu estou só cansada do peso do mundo e do estado solidão.

quinta-feira, maio 31, 2007

Vou falar-me enquanto posso, enquanto a minha mente, ainda por esmagar, me deixa reconheçer novamente aquilo que sou. Sou uma sensação triste que normalmente já não vale apena sentir, o meu silêncio, a minha dor, a minha imagem. A dor, aqui, em mim, arrastou-se. Ainda vou caindo mais fundo e sempre que me leio, sempre que me vejo, não passo de dor, não passo de dor por me alimentar dela. Tornou-se dor sem sentido e mesmo assim ela faz parte de mim. Não lhe quero chamar pelo nome, de que adianta conheçe-la e ela continuar cá. É crónico muito provávelmente. Há vezes, como agora, em que descubro a dor que me esmaga. Estou desgastada. sou uma imitação de mim mesma e nem esta imitação me deixa representar bem. A dor deixou de ser dor e passou a ser uma caracteristica ou um defeito absurdo em mim. Já não doi. Se já não doi eu arranjo quase maneira que doa. Sinto alguém e deixo-me ser ignorada. A dor volta, melhor, a dor renasce. As coisas são assim? Antes fossem, isto é apenas o que percebo enquanto a insanidade não volta e me leva de volta para o meu canto da solidão. Quando ela vem, volta pior que nunca, a alma não sente, a mente não pensa, ela esmaga tudo. Intensifica-se. Esmaga. Apodrece. A percepção é nula. O desespero é levado ao extremo. Depois acaba, quase que como se trata-se de um ciclo com um fim vitorioso. Eu retomo ao que normalmente deveria ser e finalmente descanço. Percebo a loucura mais que nunca ao ver-me estampada nas minha palavras. Arrasto-me para aqui. Eu preciso saber como sou, eu lembro-me de como sou quando ela está cá, eu lembro-me da confusão que é não pensar, não sentir, não raciocinar nada. Lembro-me do medo e da dor e não me lembro dela a esmagar-me a alma de uma só vez, lembro-me de o fazer repetidas vezes sem receio. O ciclo acaba. A alma ainda está aqui. Está ferida. Está esmagada. E estou eu a perceber o final e a começar o inicio de outro ciclo que me arrasta para lá outravez. Todo este auto conhecimento torna-se demasiado desnecessário. como já disse com ela não penso, com ela as coisas nem sequer têm sentido. Em que fase me encontro, é essa a pergunta que me faço, não quero chegar a tempo de ver outro fim de novo. É cansativo. é insensível, é imperceptivel. tenho medo da repetição. tenho medo do vazio que trás. e da loucura. oh a loucura já não sei quanto dela foi minha. só quero fugir dela. sair daqui, mas a verdade, tanto quanto a certeza dizem que volta tudo, que é pior, que um dia a alma dúvida e enfraqueçe e acaba por esqueçer que tem de voltar sempre e sempre só mais uma vez para a Marta se lembrar.
A Marta diz-lhe olá. dante dizia-lhe obrigada pela dor. Hoje já não é dor, é querer mais do que a própria dor e ela me permitem. boa noite então porque era assim que devia terminar. Boa noite e um beijinho.

terça-feira, maio 29, 2007

Na verdade escrevi um enorme texto. e dado que estava uma merda apaguei tudo. explicações deste género são uma merda ainda maior. e felicidade em 3 segundos ainda mais. não sou especial e está acabado. se me apagar isso é um grande feito. A Marta arranja coragem para isso e talvez depois sorria. e talvez chore e talvez lhe seja indiferente. sim. aqui é tudo muito indiferente, que se foda então o dar-lhe valor. alimentar-lhe o ego pode certamente dar-me vómitos. deixar-me cansada e acima de tudo continua a ser desnecessário. então isto é um vai-te foder? também certamente que não. é só a minha mente cansada que se descuida nos pensamentos. escolhe-os na perfeição e os diz no momento certo. lamentável disto é apenas que tal não aconteça regularmente, caso assim fosse tu já aqui não estavas e secalhar eu também não porque se eu te alimento o ego tu alimentas o meu, no fundo, sou só eu a alimentar o meu mas culpar-te e mandar-te foder é bem melhor que tudo o resto.
e já não me apeteçe sorrir. caiu tudo de uma só vez, porque a racionalidade assim entendeu.

sábado, maio 26, 2007

Na realidade, sem rodeios, sem dramas, sem ironias, sem um monte de merdas que distorçam aquilo que quero, pareçe e devo dizer. na realidade estou-me a acabar, hoje vou dize-lo de novo. não sei o que se passa. derrepente voltou a estupida vontade de me sentir especial. na verdade voltou, e foda-se isto outravez, voltou a comparação com outros, voltou o sentir-me menor. voltou a realidade fria sem tempo para me habituar. também voltaram as paranoias. mesmo tendo parecido sempre isso. voltou o desistir e um choro incontrolável. voltei a precisar de tudo. sabia tanto que ia vir tudo de rajada quando menos esperava. sabia tão bem que estava numa queda imparável. num sonho maldito de que nunca consigo fugir. voltei ao limite. ou ao inicio. ou ao que quer que isto seja. volta a repetir-se vezes e vezes sem conta sem conseguir uma única vez evitar. eu estava a comer a minha dor. a mastiga-la infinitamente. ecoa sempre que vou cair. ecoa sempre e nem sempre posso comigo aqui dentro. quero tanto sair daqui. de mim. tenho medo de parar de cair e de voltar a cair. tenho medo de repetir vezes e vezes sem conta até à exaustão. eu não quero a exaustão. não quero. nem quero ter medo dela por estar a quere-la neste momento. estou a suplicar por calma e por paz. isto nunca acaba. nunca chega a ter um fim. eu não quero felicidade. não quero essa maldita. só não quero estar eternamente neste estado apático ou num histerismo desesperante e acabar com tudo. não sei porque te deixo levar-me a isto. a deixar-me cair. quase não pareçe importar que me faças isso. não importa. claro que não. a minha insanidade chegou a isto. a deixar-te fazer-me mal. a nem sequer gostar de mim. é por isso que não presto. não te valho nada. nem um olhar. nem uma palavra. nem uma lembrança. não te queria a doer desta maneira. não me queria a desgostar de mim assim. eu já não sei mais o que quero. menos ter-te aqui. só és dor e dor. e odio por mim. como podia ter-te aqui a odiar-me? não podia. não podia e tu tens de ir embora de mim, por mim. só eu te posso tirar daqui. mas parei de saber agir. paralizei. eu falei no colapso mental. e na queda e na dor. e em ti. eu sabia que voltou de novo. eu sabia e nem sequer fui a tempo de me impedir. não consegui parar. olha para mim. quando é que me ias ver assim. eu sou assim. e se dantes não prestava não é agora que suplico paz e calma a mim própria que estou melhor. isto nunca vai melhor. a queda não pára. a Marta não pára. a loucura não pára e muito menos vai embora.

sexta-feira, maio 25, 2007

Na realidade eu sou a melhor para decepcionar, magoar e esqueçer. também sou uma caixa de música em colapso mental, não sou uma boa máquina, tanto que tudo o que tenho já só é dor de um resto de sentimento. As máquinas não sentem. e eu não te quero sentir. nem quero olhar para mim. nem ter pena disto que sou. nem chorar. nem mais nada do que se repetiu ultimamente.


Every day is exactly the same

quinta-feira, maio 24, 2007

The Fragile.

Entoa cá dentro. engana. conforta. lembra. doi. Tornaram-se bem melhores que as palavras deles. bem melhores. e este senhor. tem raiva e vida dentro dele. e tem o the fragile dele. nosso também. nosso também por tantas letras e sons que nos fazemos sentir. Paralizada em colapso mental.
não quero mais dançar. só quero dormir, dormir e dormir para sempre. caixinha de música.

segunda-feira, maio 21, 2007

Eu não te queria a olhar para trás. Nem me queria a chorar. nem me queria a ouvir linda martini, assim, neste estado, nem as palavras deviam cair cá dentro e soar a verdade. eu não queria estar em queda, eu não sei estar aqui a vermo-nos olhar para trás. não sei.

sábado, maio 19, 2007

não está tudo dito.
as horas estão a matar-me e isso é o que menos importa. uma cama não serve. as pessoas que me rodeiam não servem. o chão não serve. eu não sirvo. eu nasci para não caber neste mundo. lugar. ou qualquer coisa que lhe possa chamar. mundo, mundo, mundo. mundo não. mundo é muito e menos que isso é pouco. o sol não vai embora. e os olhos insistem em ficar abertos. se ao menos valesse apena. hoje vale ainda menos. dantes eu tinha um nome. e da ultima vez que deixei cair umas palavras ainda me fui lembrar dele. mas que merda sermos só um monte de nomes. eu tenho quatro. um é sabedoria. e sabedoria é coisa que também não serve muito em mim. café, sol e sabado. sol e sabado até que podiam combinar, não para mim, mas é de todo aceitável. uma caneca de café, sol e sabado. não, não combina. uma caneca de café, frio e sabado. sim. as máquinas de lavar roupa também não servem. as pessoas insistentes também não. se ao menos o barulho parasse. e as pessoas se calassem de vez. mas o melhor é ser-se irritante e ouvir a menina sem nome ou a menina que dantes tinha um nome, gritar, gritar e gritar. nervosismo e café. e eu que só queria paz e o meu canto para ficar. o meu canto das das horas que em que doi, bem que podia ser o meu canto quase a tempo inteiro. a menina nasceu para ficar lá a ouvir cair as palavras e a chuva e ter uma caneca de café quente do lado direito ou outro qualquer. seja como for a menina não pode ficar aí. seja como for a menina volta aqui, desperdiça um bocado de tempo e maltrata as palavras. depois, se a tivesse, voltava para uma varanda. de noite. e também se o fizesse fumava um cigarro. não há varanda, não há cigarros. apesar de haver telhado, e o telhado é bem melhor que a varanda, o telhado é alto demais e os senhores inconvenientes não acham grande ideia ir-se lá para cima. os senhores deviam pensar mais no que dizem. se pensarem bem, eu só ia estar mais perto do deus deles. e nada melhor que um telhado e um deus. um deus de noite e um cigarro na mão. um gato branco no jardim, deitado perto de uma arvore. nem ele tem nome. é meu, e é por isso que não tem nome. tem o que quiser quando quiser. está quieto e calado. não discutimos. eu estou no telhado. e ele está ali, aleijado de uma pata da frente à qual prefiro chamar mão. ou mãozinha porque é pequena. ele tem a sorte de me ter a mim. não lhe dei um nome. por mim também não me tinham dado nenhum. é como baptizar alguém. és disto e está acabado. se não gostas. muda. e como é que se muda um nome para nome nenhum? nós gostamos de obrigar alguém a alguma coisa e está dito. o contrário é mentira. não queres um deus mas tens um. não queres um nome, tens quatro. queres gente calada e só o gato é que não fala. até a máquina de lavar roupa incomoda. muito mais que o aspirador. o aspirador é diferente. não faz um barulho irritante a cada 2 segundos, faz todo de uma vez só. aspirador e aspiratudo. tem um nome bonito. ao contrário da máquina de lavar roupa que tem quase tantos nomes como eu. falta-lhe um. um número. na vida temos na maior parte das vezes só dois. os que têm três já não mudam mais. só temos uma vida. e diga-se de passagem que a minha é um desperdicio. mas deus entende dar vida a individuos sem a menor aptidão para a aproveitarem. viva o nosso deus então. não rejeita sujeitos deprimentes como eu. eu devia pareçer ter os dois números que tenho. na verdade não. a menina de nome pareçe uma menina menina. vendo bem isso ou é muito mau ou bom demais. a menina pareçe uma menina dependente de drogas incrivelmente deprimente. gosta de chãos e de letra e de cafés e de paz. e não gosta assim tanto do deus porque lhe deu uma jaula eu forma de corpo. meninas assim já não são bonitas. meninas assim acabam sempre a dizer e fazer coisas sem sentido. meninas assim não têm jeito nenhum. nem motivo nenhum. nem mereçer nenhum. meninas assim já não sabem o quanto são meninas. a menina continua a gostar de cores e de musica e de danças. fica no seu canto, mas o seu canto tem isso e mais aquilo tudo de ao bocado. já nem pareçe tão mau. depois há as outras meninas. que se pareçem com os numeros delas, isto é, não pareçem nem menos nem mais. são tanto dali que eu às vezes gostava de ser assim, uma menina que se pareça com os seus numeros. isto também devia deixar de ser confuso. e a menina arranja alguma coisa que fazer. pára de tentar fechar os olhos se eles querem ficar abertos, salta cá pra baixo e deixa o deus lá em cima. e quem sabe os numeros encaixam. e as coisas já são o que devem ser. sem se precisar tanto de palavras e de numeros certos. e palavras brancas em fundos pretos e palavras pretas em fundos brancos e palavras a brilhar. e coisas de gente alucinada assim assim. cansada e sem nada para fazer e sem nada para querer pensar. o melhor disto é ninguém ler. o melhor é eu saber isso. o melhor é eu poder escrever tudo o que quiser. seja como for, se o lessêm também o faria. isto é uma espécia de histerismo disfarçado. não me lembro dele nem me lembro de mim, aquela não sou eu, nem aquele é o meu gato, a verdade disto tudo só pode estar no senhor deus. sim. sem dúvida que sim. e agora já está tudo dito. mesmo sem ter dito nada que valha apena ler. está tudo.


A Marta não aguenta outravez. é isso e mais nada.
ela volta a cair e que se foda mais isso. hoje a marta só consegue chorar. ouve-o. deita-se. vai tentar dormir. não consegue. vai vê-lo. e continua a chorar.
estamos de preto sem branco. preto sem branco.
Eu sou uma intrusa. eu sou uma intrusa e vocês uns elitistas. são apologistas do sentir e do não julgar. e depois querem diferença e esqueçem-se que a vossa reside na mesma da dos outros. a vossa diferença está em seleccionar. em rir dos outros. em ignorar os outros. porque vocês claro. sentem e sabem e julgam. ou será que me enganei e vocês não julgam. não claro que não. vocês riem da vossa superioridade. e eu fico e continuo calada para não darem por mim, não vos olho para não ter de vos ver dizer que o meu lugar não é aí nem em mais lado nenhum.



Eu não quero interpretar as coisas mal, não quero ignorar se não fui ignorada. só queria perceber. mas a maldita cabeça parou de pensar e o mundo anda cá dentro em guerra. a queda é grande ou até mesmo maior. da outra vez havia razão, desta não. estou cansada e vou dormir. ou não vou dormir e vou ouvir música até a cabeça não doer mais. isto não passa. isto nem sequer teve motivo para começar. quero sair daqui. e ir a tempo de estar lá e vê-lo. quero estar lá e saber que pertenço ali.

sexta-feira, maio 18, 2007

O resto não valeu apena. Apaga a luz e deixa-me estar.
Não vou.
E sabes, continuo a cair, agora mais que nunca.
Não sei...

terça-feira, maio 08, 2007

Queira saber que sou a personificação da indecisão e da irresponsabilidade ponderada. Certo e irrevessível é unicamente o passado. aqui a mudança é constante. ora luta com o ego, ora luta com a mente. ora altera. ora mantém. Acho que também não lhe falei da minha preguiça. daí a minha tão pondera irresponsável que chega a ser quase tão planeada como um acto completamente digno de alguém cumpridor. Queira saber também que quando lhe entreguei esse relato de mim, e já no fim de o escrever por falta de mais, onde coubesse história para lhe contar, tal como nos tinha pedido, tudo, item por item, apenas um pouco desordenado, apenas um pouco em falta, apenas o toque que nos chamava para sair. A letra estava feia e desleixada. E isso que lhe escrevi ficou apenas com o suficiente daquilo que queria e achei que lhe devia contar. Em casa pude escrever o essencial. Com a letra do computador, certa certa. como eu nunca a faria. Falei mais das minhas escolhas, pormenorizadamente, e espanto o seu será o que eu lhe acrescentei. Aquilo que eu quero porque descobri. Não, a minha vida não é uma montanha russa. e eu não passo de uma pessoa emotiva, mas racional. Na verdade aqui a monotonia chateia por demais. E espero ser aquilo que espera porque eu nunca quis ser mais que qualquer outra pessoa. Apenas não me soube/ sei encaixar nos moldes que nos deram e aos quais temos de nos aprender a moldar. Sei tanto de mim, tanto quanto possa imaginar, tenho tudo aqui perdido. ainda tenho tanto que saber e depois tanto que juntar que nem chega a valer apena ter sentido agora e ter de construir um segundo depois. Eu disse. Sou a personificação da indecisão. falei-lhe daquilo que possivelmente achava ser, a letra estava feia, e a minha história é incrivelmente confusa e mesmo assim veio chamar-me. Digo-lhe, não valerá apena. eu sei tudo quanto sou. mas nunca quando sou.

segunda-feira, maio 07, 2007

feita de trapos. cada vez mais trapos e hoje excessivamente cansada de tudo.
cai de baixo pra baixo cada vez mais dentro de mim.

sexta-feira, maio 04, 2007

A fada chama-se Joanna

Ela pareçe uma fada. ela tem voz de fada. e é a fada mais bonita que já vi.
A sala encheu, o "senhor" roberts cantou. e depois veio a fada. e o dia que tinha começado com a lua cheia às 05:27 acabou com a lua cheia e a fada, à meia-noite e qualquer coisa.
Cansativo. o dia. mas talvez um dos mais perfeitos. o concerto, o mais perfeito.
A fada chama-se Joanna e toca harpa como ninguém e tem uma outra voz e jeito como ninguém.

segunda-feira, abril 30, 2007

Pára. de. olhar. para. mim..



sábado, abril 28, 2007

Hoje não tem muito de ti. Tem-te apenas a ti como o começo de tudo. O pensamento a frio. a percepção. a lucidez acima de tudo. Temi a paz talvez por hesitar aquilo que me mostrava. aquilo que me trazia de ti. sem o odio ou ressentimento que tenha ficado. acho que me levaste a isto. a isto que apelidei de miserável. ultimamente consigo simplesmente saber aquilo que sou. aquilo a que cheguei. aquilo em que me tornei. há descontrolo e dor na realidade. nunca que poderia ser perfeito saber tanto, tanto tempo depois e tudo pareçer normal. na verdade nunca soube identificar esse limite da normalidade. fui sempre a seguir de tudo. e ali, quando tu apareçes e julgas saber tanto, inexplicávelmente eu acredito em ti. eu acredito no que não sou porque tu o dizes. deixas-me mais que partida e eu continuo a acreditar. era tão simples de mudar. era crer só um bocado em mim. em vez de ter de sentir aqui qualquer coisa a odiar-te e a consumir-me mais que tudo tanto tempo. trouxes-te-me tanto medo. medo de fugir dessa normalidade. medo de ser julgada. medo de nunca ser aceite. merda. levas-te-me a isso e haverá maior erro que eu ter-te deixado fazer isso? decerto que não. não foste o culpado acho. apenas te dou como o inicio da minha queda e o final da minha percepção. já te tinha dado por acabado, mas nunca ninguém acaba se deixa dor, ressentimento ou um resto de nada que seja.

sábado, abril 14, 2007

Achei-te. E o resto não interessa.
Agora já te posso matar. a ti e ao teu nome. tiro-te daqui e está feito. acabou.

vamos ler uma manga? vamos? vamos cantar? sabes que mais? sabes? faz-me sorrir porque estou cansada que chegue por tempo indeterminado.
esqueçia-me de te pedir para dançar. dançar e cantar alto até não podermos mais e depois terminar-mos no chão, deitados, a olhar para o ar e a ouvir feeling good.






A Marta perdeu-se da realidade. sorri das coisas mentirosas. imagina mais coisas mentirosas. e depois continua a viver uma vida mentirosa. até que a consciência se torna dela de uma só vez. vão-se embora a espontaneidade e todos os sorrisos que ela trazia. vão embora a mentira e as canções deitadas no chão de olhos fechados. vão-se embora sempre que a mentira satura e a consciência tem conta da sua presença. Vão-se embora e a Marta fica com a alma pesada, porque ela também devia de ir embora com isso tudo dela, tudo o que ela imagina para ela, com ele. às vezes a Marta fica sem perceber porquê que só ela pode ficar se sempre fez parte desse mundo faz de conta.

quinta-feira, abril 12, 2007

já não me quero perceber. não me quero importar se estás aí ou não. continuo a sentir em tudo vazio. tudo sem sentido. e isso agora não me preocupa. não tanto como dantes quando remoia dias seguidos o mesmo pensamento até ter outro tão parecido como o anterior. continuas a ser a coisa perfeita. continuas ali a ser alguém que me diz tanta coisa nos movimentos, no comportamento e na fala que não ouço. continuo a ver-te. continuo agarrada à música, quero que me traga tudo de novo da mesma maneira, com a mesma intensidade. não trouxe nada. apenas deve ter deixado de fazer sentido sentir-te. não foi sempre tão sem sentido isso? nunca deixou de haver distância ou frieza em cada percepção tua. nunca deixou de haver aquele pequeno sentimento de vergonha por me sentir ridiculamente fixada a ti. foi sempre assim. sem excepção. não se tornou cansativo. apenas repetitivo. nem quando os olhos quase rebentavam de lágrimas por nada mudar, por te continuar a ver virar costas e me deixares a fazer o mesmo a mim própria. devo ter-me esqueçido de me lembrar de mim sempre que deixei que todos os dias fossem uma merda. esqueçi-me de lá estar quando tu estavas. como é que me ia ver? como é que me ia ver se tinha o corpo colado ao chão e os olhos a rebentar? não podia deixar de admirar a tua perfeição e esqueçer-me de tudo assim de rajada. não podes ser tu e só tu.nem posso ser eu e tu. não pode[mos] ser nada, nunca. não devia ser fácil saber isto antes que o ponteiro nos gritasse e no final de contas já não valer mais apenas acordar? estou penturada à porta de cada, sim, pendurada na porta de casa. não me apeteçe entrar. não quero mais saber o caminho do lugar onde me fecho. não vale apena querer lá estar infinitamente a esconder-me. ficou vazio. ficou incolor. sem sabor. ficou assim quando o ponteiro fugiu. e eu fiz questão de o encher de cor. de pintar e colar tudo o que pinto. eu fiz questão de me mentir e dizer que ali é o meu lugar. e que ali se está bem como tu estás em qualquer memória que me acrescentas ou apagas. ficas bem em ti e isso chegou-me para te gostar. eu não tenho de ficar bem em mim. nem tenho de ficar mim. não te consigo tirar daqui. não te consigo puxar sem me importar se isso vai acabar por nos levar aos dois. fico pendurada à porta de casa à espera de chegar até mim até matar a estúpida vontade de te querer ver. não vou entrar ali. é isso que penso e mais nada. passa um segundo. passam dois e mais. dez chegam-me para me tirar dali. tenho tanto a certeza que não vais estar ali. não vais chegar a ser a pessoa que me diz olá mesmo sem me conheçer. sei isso. e tiro-me dali. não faz sentido ficar à espera se não vais chegar.não sou perfeita para ti. não que isso me chegue de resposta. mas resolvi mandar-me calar. cantar-me baixinho e tentar acalmar-me. acabaram-se por hoje os monólogos a dois. entre mim e entre ti.

domingo, abril 08, 2007

não nos conhecemos. não sabemos nada um do outro. somos completos estranhos. volta e meia sonho contigo. volta e meia leio o pouco que posso saber de ti. volta e meia faço de conta que não existes e passado algum tempo lá estás tu e lá estou a pensar o que terei eu haver contigo ou tu comigo. no fundo deve ser nada. mas às vezes pareçe tudo. não devemos ter nada em comum. na verdade temos. todos têm algo em comum. tu bem que podes ser o livro de reclamações divino que andam por aí a carregar porta a porta. ora morres ora nasces outravez. ora existis e acredito em ti ou então és mentira e faço de ti verdade. não é assim que aconteçe ao livro divino de reclamações e perdões? nunca ninguém lhe diz nada. eu pelo menos nunca lhe disse. as senhoras dão-lhe esmolas e vá-se lá saber se na crença delas aquilo serve de alguma coisa senão dar dinheiro ao padre e pareçer que há mais paz na mentira que faz de conta que é verdadeira. não se devia chamar fanatismo a isso? é isso que digo sempre que posso, isto até todos me cairem em cima e eu pareçer mais a filha do diabo que outra coisa qualquer. eles até chegam a ter sorte ao menos têm um livro de reclamações com uma caixota gigante onde cabe um homem que se faz de sabedor. sabedor da vida dele e da dos outros. ele dá-lhes paz e eles notas ou moedas. Na verdade lamento informar mas a paz compra-se, compra-se à hipócrisia do faz de conta e mais lamentável é a hipócrisia gratuita dos homens da caixota e dos seus seguidores.
continuamos a não ter nada em comum, nada que se saiba, falo de ti e comparo-te ao livro de reclamações e aos homens das caixotas e ao fanatismo. é isso. talvez não gostes de paz barateada ou dada e talvez nem sequer gostes de fanatismo ou nem acredites no livro divino como eu.

sábado, abril 07, 2007



As verdades.
As que ficaram para o fim morreram.
Eles não são mais o que são mas as verdades continuam lá. Antes do fim.
Antes de morrerem.

Eles desapareceram como todos acabam um dia por fazê-lo. Espero que a ultima asneira tenha sido aquele misero cd. Eles desaparecem rodeados por fãs. Fãs que gritam uma coisa qualquer que nem ao trabalho me dei de ouvir por completo. Mesmo assim há-de valer apena pedinchar por companhia para vê-los. Ninguém fica só por um cd ou ninguém fica pelo único erro que deixou antes de se dar ao trabalho de desapareçer. Que se lixem os erros. Vamos voltar ás verdades e vamos dançar e chorar até ao momento em que eles souberam que morreram? Deviamos fazê-lo até o chão voltar a ser chão e tudo ter sentido com dor e com verdade.

segunda-feira, abril 02, 2007

Deixa lá isso! Eu não te quero fazer lembrar mais nada. Pelo menos, daquele nada que nunca valeu apena. Dizem que isso que te aconteçeu é o teu inconsciente a resolver problemas pendentes, mas colocando as coisas assim, a única coisa que o inconsciente faz é devolver-te problemas pendentes.
Essa coisa dos sorrisos aconteçe raramente em ti. Sem falar de quando acordas a sorrir. Isso sim é raro. Não te sentes estúpida a sorrir assim por nada? Às vezes tenho à ideia de que é maluca ou doida ou uma coisa qualquer bastante fora do normal. Fazes-te assim só porque sim. A dor não foi embora e a felicidade nem sequer cá chegou. Consegues ser quase perfeita a ser isso que és. Mas como te disse o que és, és isso mesmo, nunca se sabe porque choras ou porque sorris. E ainda te lamentas dos sonhos, haverá coisa mais perto do real, pena é quando acaba e dás por ti a acordar intrigada e sorridente. A propósito gosto do nome Marta, não que te fique bem, isso é nome de menina, nome de sonhadora a tempo inteiro. e isso tu não és. não mais menina, não mais sonhadora a tempo inteiro, a vida inteira.
Também é primavera e chove. Aqui não há sakuras, nem as estações são o que eram. Aqui a realidade nunca é aquilo que devia ser. Estamos bem aqui porque somos daqui e isso bem que podia ser verdade.

segunda-feira, março 19, 2007

Toda a racionalidade em peso não vai alterar o egoismo anterior que me fez recusar todas e quaisquer pessoas. não consigo ser racional comigo e tento ser com os outros. deve ser por isso que nada resulta. que grito cada vez mais com os meus pais. como se tivessem culpa de alguma coisa. a verdade é que são os únicos a quem sequer posso gritar. gritar, falar e esse contacto todo directo. é nesta altura que tomo consciência da minha falta de vida. sou uma inútil. e não a minha necessidade não é ter quem me ame. é ter alguem para amar. é alguém ter com quem discutir racionalmente e a quem pedir desculpas. alguém a quem possa contar uma novidade, alguem a quem possa contar a minha simples e pequena felicidade por um nada, e ter um sorriso enorme estampado e receber um de volta. porra. quantas vezes sonhei com isto. há quanto tempo não tenho isto? fui-me desvalorizando porque quando se perde estes tais pequenos nadas perde-se o chão. o chão todo. sem um resto que valha apena pisar. tenho-me a mim, em cima de mim, a gritar dentro de mim. e isso importa? de que importa receber uma novidade e sentir aquela felicidade repentina que a primeira coisa que queremos fazer é partilhar. isso deixou de existir. e quantas vezes houveram coisas para partilhar. quantas vezes já fugi das novidades e felicidade acabada de chegar só porque sorrir sem partilhar não me faz o minimo sentido. é disso que sinto falta. não é que gostem de mim. é que eu goste deles.

domingo, março 18, 2007

Não me venham com merdas a dizer que gostam desse vosso mundo. é bastante detestável para se gostar dele. ninguém gosta de estar sózinho. não sempre. mas "oh eu gosto tanto de estar sózinha" "eu quero isto" "só me apeteçe chorar e nem sequer tenho amigos". Uma coisa será ter-se amigos e passar a vida a dizer que eles se vão foder. outra é continuar a tê-los não fazer isso e continuar a dramatizar, isto até porque já me esqueçia, vocês cortam-se. assim pareçe muito mais grave. ouvem umas músicas drepimentes e entram numa pseudo depressão porque sábe-se lá desde quando, é moda.
Tomara a mim conseguir sair disto. se me lamento não é porque sim. ou porque o bonito agora é ser-se bastante retardado. mandem-me foder e riam-se de mim que até os beijo em sinal de agradecimento. sou bastante egoista para gostar de vós e não me agrada a ideia que ainda tenho de que só sou feliz se estiver com alguém. devem achar-me fraca demais para conseguir alguma coisa na vida. o problema é gostar de demasiadas coisas. e depender desse alguém. mas como disse sou egoista. e o meu egoismo reflecte-se muito em frazer aquilo que apenas gosto e quero. não sou um amor de pessoa porque não gosto da ideia de agradar ao diabo e ao menino jesus. espero sempre qualquer coisa de qualquer pessoa como toda gente mas não dou alguma coisa com o intuito de receber algo,,,isso é das coisas mais detestáveis. deve ser por isso que não gosto daqui deste lugar nem destas pessoas. é por isso que hei-de estar no japão ou na bolsa de valores ou noutro sitio qualquer a fazer o que gosto. vou continuar a ser a fraca. sim vou. mas bastante arrogante para que se goste de mim. associam fraqueza a simpatia e submissão.
eu vou querer não ser feliz quando realmente for, vou tornar a recusar tudo por isso me assustar, por não aguentar sentir tudo ao mesmo tempo e estar habituada ao conforto que nunca se tem. nada é apenas dor. nunca. nem a felicidade é sempre só felicidade. aliás. já todos sabem isso. não sei só porque se insiste em recusar ou querer deixar ficar a vida num impasse. este número não me pertençe. nem sempre me aceito. nem sempre gosto do que vejo quando me vejo. evito as pessoas e evito os espelhos quando já não quero mais ver aquilo que sou. sabes, a vida pareçe-me o som deste piano, depois de saberes tudo, do inicio ao fim, de escutares vezes sem conta, já não choras, já não sentes como no inicio, é bonita e triste defacto, mas a tristeza dela já não te diz mais nada. já não sabes de cor como é? é como a vida, sabes sempre o que vai aconteçer, sabes sempre o que vai mudar, sabes sempre como fugir dos problemas e conseguir continuar a viver nesse impasse a esqueçer o que perdeste. não te lembres. não te cruzes com ele. o chão é para ti. o chão é para tu o veres e o piano é para ficar aí a ecoar a fingir que não é como no inicio. a fingir como foi sempre. achas os outros tão detestáveis. gostas do olhar dele e sempre que te lembras de alguém a olhar para ti, apontar-te e dizer para outra "é esta". pensas o que será que é "esta". o que terá vindo depois. o que terá sido dito antes. e a tua atitude de indiferença é odiáres essa tua vida. não gostares dos outros. nem teres ninguém. mas viveres a sonhar com alguém. a tua fraqueza é forte e rude e não te rendes. nem te deixas admitir isso. a vida que perdes já não te chateia como antes. já não te magoa como o piano no inicio magoava. a ferida cicatriza aberta. tens a dor a gritar e a sangrar. já viste o quão orgulhosa és. devias render-te. não sei porque te ris quanto se riem de ti. e merda. porque os deixas tratarem-te mal. porque os tratas mal. porque és tão indiferente. já não és fraca se a dor não doi. não te passa ao lado isso tudo sem sequer lembrares nada?
Devorar um cd de Mario Laginha e Bernardo Sassetti dá nisto sempre. não posso partilhar a beleza do piano. a verdade é que poucos estão interessados nisto. lá no seu auge de pseudo-depressivos ouve-se uma música pop, com uma melodia rasca com corpos a serem exibidos como forma de vender a chamada "música". é. eu sou tão pseudo depressiva mas à minha maneira. é que agora não doi mas faz-se de conta que sim. não é assim? vamos pegar na lámina e cortar e ver a bela da fergie vender mais cd's, que sem perceber muito, ou há-de vender o corpo ou há-de vender a música.

sábado, março 17, 2007

Nada será como nunca foi. e haverá coisa mais obvia e tão inaceitável? é bem mais fácil imaginar-se um lugar acolhedor. um abraço aconchegante. olhar uma qualquer pessoa, que por alguma razão nos diz tanto, ser-nos afinal alguma coisa. quantas vezes posso eu ter-me imaginado a tocar piano. ainda vou a tempo de fazê-lo. porque não? a desculpa de se dizer que é tarde demais é demasiado aceitável para alguém como eu me dizer que isso é mentira. que já não há vontade para mudar. nem sequer quero força para tal. ás vezes só se quer desistir de tudo. pareçe só vontade de querer mudar. mudar de vez e acabar com tudo. desaprender a existir. não saber de mais nada. quer-se isso. mas isso não se pode. isso ninguém nos dá. nunca mais. isso nunca mais se renova. não como uma troca. é preciso saber começar sem nunca ter ensinado como se começa a ter vida sem ela sequer ter parado. vamos. corre. vive rápido desta vez e talzes vás caber no teu número que te deixou ficar para trás. grita qualquer coisa que te valha apena. se te doi grita. não te quero ver a rasgar. não quero implusões de dor. as tuas perolas negras estão cada vez mais tristes. já ninguém te vê Marta. estás sempre no chão a viver o que não tens, rasgas-te tanto com mentiras que te entram pela cabeça dentro. não te doi o coração. isso não te fere mais? ou será que não queres mais ver-te sentir e chorar? precisas tanto de te amarrar a esse piano hoje e de te lembrares do nada que és. quanto queres mudar que não chegas a mudar. doi-te e fere-te ver. doi e fere ver tudo a viver menos tu que te deixas ficar. larga o chão e o piano. e esqueçe a dor. já não te magoa o suficiente saber que só tu saberás aquilo que realmente és.....
pega no gato branco ao colo e faz de conta que vives.
ele vem pela porta de casa e age como se de uma pessoa se trata-se. e tu gritas-lhe. e tu deitas-te à beira dele e chóras. e falas-lhe. sempre lhe falas-te. e pedes-lhe desculpas. ele é o gato branco que entra pela porta da frente de casa.

sábado, março 10, 2007

Fora de validade

Ás vezes é só uma questão de se ter mais, de se ser mais, de ser mais magro, de ter mais dinheiro, de ser mais bonito, de ter melhor roupa, de ouvir um qualquer género músical, de ter mais amigos que o outro, de conheçer o máximo de pessoas possível, de ser sempre mais que os outros. pareçe que competem uns com os outros na vossa merda de vida. não sabem ser nada mais que hipócritas e invejosos. pergunto-me porque vos faz falta isso. eu só precisava de paz. vocês precisavam de saber ser normais como todos.
definitivamente não gosto disto se a realidade é esta. melhor. se as pessoas desta realidade são estas. são intragáveis, mas todos, seja lá quem for, o que interessa são as coisas fúteis. e isso defacto não interessa nada de nada. mas eu não passo de uma tipa estranha e esse conjunto homogeneo que conseguem ser não será nunca, e com certeza, lugar a que eu pertença. é que eu não presto. a minha data de validade deve ter expirado ainda noutro século, por isso encontro-me fora de validade. é capaz de ser bem verdade. eu sou o tipo de pessoa a que dizem "tu não existes" ou "tristeza" e sábe-se lá o que mais. não me mandaram ir foder. até porque tipas estranhas como eu podem ser violentas, nunca se sabe o perigo que há em dizer "vai-te foder". pois eu digo. "mudem ou vão-se foder". provávelmente encher-me-iam de anormal. a Marta veste-se mal, apelida-se dos mais variados nomes e manda foder toda gente. A Marta devia era chamar-se Sofia, mas depois a Marta ia deixar de achar graça ao simples facto de as pessoas terem medo de falar com ela, de olharem e terem vergonha de estar ao lado dela, isto porque a Marta se veste mal. coisa mais desiquilibrada, é bem normal que ninguém tome nada do que digo a sério. também sou o género de pessoa que nunca vai saber o que quer da vida e vou continuar a gostar dos que assim são. eu gosto de Zés Ninguem. e isso deve ser bom. sim isso é bom.

sexta-feira, março 02, 2007

Sabes muito bem que esse "olá" nunca vai soar com normalidade. não sei se sentiste o tempo passar-te desta vez. finalmente. sim finalmente consegues ver. tu crias-te a tua situação e tu corrigiste a tua situação. mas sabes que mais meu caro? o velho hábito foi tanto nosso que não me agrada nem um bocadito aquilo que queres ser. não te censuro por quereres que gostem de ti. talvez te censure por chegares tarde demais e só porque a vida te viu e passou. e claro que te quero ver feliz. a ti e a ela. e a nós. acho que entretanto eu faço o mesmo que tu e quando passar meio século como teve de passar para ti e eu tiver visto a vida ultrapassar-me e a felicidade tão distante eu darei esse "olá" tal como me tens dado a mim. e nessa altura já não vais ser tu e ela. vamos ser nós. quando eu te der esse "olá" e vocês já estiverem do lado de lá eu serei uma cópia tua, sangue do teu sangue e sangue do dela também. eu em cima do chão vocês dentro da terra. e é esta a nossa crua e fria realidade. não se gosta. claro que não.


quarta-feira, fevereiro 28, 2007

A pressa...aquela pressa toda de quem vive a correr. A minha pressa quase pareçe viver a correr para morrer mais depressa. Onde estava eu à 10 anos? Porquê que não pegaram em mim e desenvolveram qualquer coisa de mim. qualquer coisa de útil. todos têm um dom. todos sabem fazer uma coisa melhor. todos sabem que gostam de uma coisa em particular e aí que se agarram e lutam. podia pensar que não tiveram os mesmos problemas que eu e que tiveram tudo na idade exactamente precisa para desenvolver as suas capacidades. mas não pode ser essa a desculpa ou a causa. fico farta de pensar "merda marta não tens nenhum dom, não sabes fazer nada de forma especial porque é daquilo que realmente gostas", isto levava qualquer um a pensar o que diabo faz aqui afinal. faltam meses para escolheres imagina lá tu aquilo que queres fazer no futuro. na tua vida. é claro que podes mudar, mas chega a uma altura em que não podes mudar. gostas de análise financeira, da bolsa e de tudo o que dela advém mas não tens ganância suficiente penso eu. saí de ecónomia e resta-me apenas dedicar-me a ser mais uma autodidacta. podia ir para a academia militar pensava eu até saber que o que curso nem lá é admitido. injusto ou não é a pura realidade. durante uns anos pensei em Direito mas mudei de ideias e advogados há muitos e não que goste muito deles por assim dizer. direito fora de questão. psicologia. ora se estudasse o suficiente provávelmente teria média para entrar. o facto é que um valor ou dois são precisos e outro facto é que me deixam ir o primeiro ano para a particular, mas analisando bem, e depois de ver "mais ou menos" as disciplinas e o que pretendem nelas desenvolver seria obrigada a expôr aquilo que sou da maneira que sou e na verdade não me encontro preparada para isso. gosto de pintar. não gasto dinheiro em telas e as tintas acabaram e não me apeteçe gastar dinheiro nelas também. nunca foi algo que imaginei fazer, não a tempo inteiro. a escrita. podia fazer comunicação e aí aprender realmente a escrever. mas não. não quero. não gosto. nem me apeteçe fazer comunicação. espero continuar nas escritas. como sempre fiz. escrever para mim. e por fim. as culturas orientais e a minha mais provável escolha. sim. apeteçe-me aprender japonês e mandarim. fascina-me a ideia de ir para o Japão ou China daqui e três ou quatro anos e lá viver. quero aprender tudo sobre o que fui estudando aqui e ali mas nunca mais que isso. caí no erro ou não de contar livremente que era isso que queria e claro que a mente pouco aberta das pessoas só deu para o risinho mais palerma do mundo. não pensei no dinheiro. como disse falta-me a ganância precisa na bolsa. sei perfeitamente que não há emprego. não imagino muitas saidas neste curso. gosto dele e vou fazê-lo talvez. e até seja loucura ou não. mas eu sou incerta ou instável e não encontro nada de especial. estamos a dar Luis Sttau Monteiro. e a a primeira coisa que achei foi que me identifico com ele. não na escrita como é obvio. mas na multiplicidade de gostos e práticas. foi de todo possível para ele. não que o seja para mim. mas gosto de pensar que é normal tanta variedade e indecisão enquanto não for mera insatisfação por me cansar ou por pouco empenho. serão bons tantos gostos quando não há um dom que nos tenha cabido ou que sequer saibamos ter?

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Porquê que gritam? Porquê? Fizeram questão de esconder a vossa infelicidade tantos anos. hoje já posso ver. hoje já cresci. hoje já não faz mal se ouço porcarias atrás de porcarias. insultos e odio. será que não percebem que fazem tudo ao contrário. não há nada que vos possa dizer. merda. torna-se tão impossivel estar-se aqui a ouvir gritos. conseguem matar-se tanto por dentro. conseguem matar tanto agora. tentaram fugir sempre. pra matar agora tudo de uma vez. até que ponto achavam que ia durar o vosso odio. até que ponto se escondem mentiras só porque os laços foram feitos. nenhum de vós tem o direito de arruinar nada. nem de destruir mais ninguém. sempre fizeram isso a vós mesmos. e não, eu não quero mais perceber o que raio vos leva a gritar e destruir tudo. agora. agora que passou tanto tempo cansaram-se da vossa infelicidade. a infelicidade que sempre nos acompanhou.

eu não quero perceber. nem pertençer a isto. hoje ainda não sou uma menina crescida por isso façam o favor de saboriar o silêncio e caso queiram falar façam-no pelo olhar. isso chega para tanto. só preciso que não gritem. eu não quero nem vou crescer só porque se decidem odiar de uma vez só passado tantos anos. isto é um "não incomodar" colado na cabeça porque fazem questão de ignorar os das portas deste labirinto sombrio que é a nossa casa.
ainda bem que me esgotaram. e me levaram a este cansaço interminável. não fazem ideia do vazio. do eco dos vossos gritos no vazio. somos a nossa ruina perfeita. se não o somos pareçemos tanto. eu quero esqueçer isto tudo. todos.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Take another little piece of my

Didn't i make you feel, oh baby, like you were the only one
Baby didn't i give you nearly everything that a woman possibly can
Honey you know that i did
Cos each time i tell myself that i, i think i've had enough
Oh, i am gonna show you baby, that a woman can be tough

I want you to come on, come on, come on, come on
And take it, take another little piece of my heart now baby
Break it, break another little bit of my heart now darling
Yeah, have a, have another little piece of my heart now baby
Cos you know you got it and it makes you feel good
Yes it does

Yeah you're out on the street, babe you're looking good
Deep down in your heart, you know that it ain't right
No, no
Cos you never never never hear me when i cry out at night
Honey i cry all the time
And each time i tell myself that i can stand the pain
Oh you take me in your arms, i sing it once again

I want you to come on, come on, come on, come on
And take it, take another little piece of my heart now baby
Break it, break another little bit of my heart now darling, yeah
Have a, have another little piece of my heart now baby
Cos you know you got it, it makes you feel --
It makes you feel so good
Babe makes you feel so, it makes you wow
You know sometimes it makes you feel so... good

Come on, come on, come on, come on
And take it, take another little piece of my heart now baby
Break it, break another little bit of my heart now darling
Darling yeah, have a, have another little piece of my heart now baby
Cos you know you got it, wow hey-yeah

Take another little piece of my
Another little piece of my heart baby
Break it, break another little bit of my heart now, oh now
Have a, have another little piece of my heart now baby
Cos you know you got it, it makes you feel --
Baby if it makes you feel so good, yeah


Janis Joplin

o calendário indica claramente ás pessoas quando é que se devem de lembrar dos outros. eles seguem-no à risca. não vá alguém queixar-se por falta de atenção. não que isso aconteça hoje, esse aglomerado de pessoas lembrou-se porque o calendário o diz. hoje não são faliveis. hoje são um amor. um amor hipócrita e frio. um amor obrigatório. acho-os demasiadamente infelizes assim. tu és um boneco e eu sou a tua boneca. eu mostro-te e tu mostras-me e fazemos o par perfeito. vi coisas assim hoje. sempre as vi e destesto este tipo de teatro ou obrigatoriedade. não que seja tudo assim, mas há muita coisa assim.

o amor não vive aqui. nem a marta (esse peso morto que cometeu suicidio mental).
eu sou uma triste e miserável imperfeita. obcecada com o corpo. invejo sorrisos (dos olhos) e não um todo numa pessoa. e depois? a tristeza não tem necessáriamente de ser uma imperfeição.
dance. dance.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

sábado, fevereiro 10, 2007

boa noite marta. começava assim o dia. cheio de apatia e era só mais um ser automático ou automatizado, como lhe queiram chamar. os dias começam e acabam sem sentido. ao contrário do que é normal a loucura é que chega repentinamente e quase nunca dura tempo suficiente para saber de mim.
"eu sou forte" repito. "eu não me arrependo de nada só do que não fiz". porra marta. mas que merda mais ridicula. felizmente deixaste-te disso. as palavras estão cansadas. e repetidas. apeteçe-me matar isto. ontem ou lá quando foi apetecia-te dançar e ele nem veio para te fazer companhia. nem para te ver. os medos levam-te a pensar que nunca mais te quer ver. toda a vida viveste amedrontada pelo abandono. e foi isso que tiveste sempre. a casa dos teus pais tornou-se uma espécie de labirinto e só sabes o caminho do teu quarto. és uma cabra pra eles. mas eles também queriam sempre mais e mais. queriam que fosses a melhor e agora és o contrário disso. não te preocupas mais com a desilusão que és. a tua figura está uma lástima, isto para não dizer um nojo. Secalhar achaste que escresveres aqui ia adiantar de algo. ou que alguém te vinha buscar ao quarto e levar-te arrastada para o mundo e obrigar-te a viver. mas não é nada assim. pois não? achas que podes ser essas coisa pequena que pensa com o coração? achar? podes sê-lo aí no teu quarto ou na banheira onde choras. mas não podes viver numa merda de desespero apático, nem falares pra ti como estás a fazer. já nem te lembras como vieste aqui parar.nem queres voltar a ser o que eras, só queres ter o que tinhas. doeu tudo porque tinha de doer. falas sempre na perfeição e nas palavras. mas não vales nada nisso. penduras-te numa música e choras o dia todo se for preciso. porra. isso não é vida. nem estes monólogos servem de alguma coisa. nem as paixoes por desconheçidos. ele arranhou-te o mais que pôde. mas isso passou. e tu ficas-te nessa dor e não te resta mais nada. não tens amigos. não tens nada de novo para contar. merda marta. porquê que não lutas mais?

merda de monólogo. não me apeteçe mais isto. sem coerência. enfim. fodeu-se. ou não sei.
boa noite.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Não te apeteçe dançar agora? Esta música quer-nos a morrer nas paredes. Esta música quer-nos a morrer. I hate you now, this is not love....canta, vamos, canta. Canta e morre. Apeteçe-me dançar e ver-nos rodar. vamos rodar e morrer. e sentir a realidade como ela é. a parede fria a carne quente. a parede fria a carne fria. a canção gélida. e as coisas mudaram. ela canta-nos i love you now this is not hate. Ela é confusa e tem a voz quente. eu gosto-nos aqui na parede. E um belo foda-se agora. porque te queria aqui a ver-me dançar. queria deixar-te ver-me a sentir-te....eu deixava-te...e depois nós dançava-mos só os dois outravez...e ia cantar tudo outravez...tudo...i hate you now...i love you now...this is not love....this is not love..

a podridão da minha mente anda a revelar-se..e a dor estraga sempre tudo,que merda, sim, que merda, as coisas não mudam, apteçe-me viver por isso vamos dançar enquanto quero...devias despachar-te enquanto a vontade de desviver não volta, ela levou-me a esta podridão e hoje eu quero sentir-me viva e cantar e dançar.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

palavras mortas meu caro. e sentimentos e tristezas. tudo desorganizado. paciência com descontentamento. reflexão. implosão. os olhos rebentão e foge-nos o coração.
ao que sei as palavras foram-se. aqui tudo se perde.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

é nestas alturas em que me digo. foda-se marta és uma inutil. devias estar lá ou a fazer uma coisa qualquer de jeito. foste inutil toda a vida. já podias ter carta e não tens. amanha tens de ir trabalhar e não sabes como. a mãe está no hospital e o pai por azar tem um cancro. tu na verdade foste sempre mais um empecilho. a tua irma ao menos é util. e nem dá trabalho. já nem cá vive. e depois ainda tens a lata de sofrer e pensar em merdas neste momento. foda-se marta. não devias dar-te sequer ao trabalho de existir. sua mente esquizofrénica e bipolar. és defacto uma inutil e já devias saber que nestas alturas tu és a unica pessoa a não poder desesperar. esperas marta. que a mama volta sempre. ela sempre olhou por ti. por isso ela vem.


cansada. e a desabafar aqui nas palavras. inutil. congelada sábe-se lá aonde e sempre demasiado sózinha. a vida pode ser mais merdente do que aquilo que é realmente. a marta está bem. quem a rodeia está mal. a marta pode ficar bem?

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Eu estou do lado de cá a ver-te passar. Eu estou do lado de cá a deixar-te ver-me cair. Não consigo fugir da apatia. não consigo porque eu sou a apatia. as coisas deixaram de ter o mesmo significado e agora tudo está claro. eu quero ir embora. não, eu não vou pegar num bilhete e ir de comboio até à ultima estação. eu quero ir de ir. eu quero ir por não ter mais nada que me faça sentir. e quero deixar de sentir a dor da apatia. e deixar de ter empatia por desconheçidos. não quero mais a marta. ela não sabe viver. eu quero ir-me embora da marta. sinto-me presa. presa em mim. estou cansada de representar. de pareçer feliz. e forte. não tenho destino. nem presença. e devo de o mereçer por todas as vezes que fui cabra comigo...mas isso cansa. cansa e eu quero ir-me embora. despareçer. não consigo calar-me por dentro. eu estou a gritar. eu vou gritar. e vou continuar a sofrer. e vou continuar a não saber agir. e depois vou dançar ao som da minha tristeza e ouvir a minha vida toda. e dança-la. e senti-la e não vivê-la porque foi sempre isso que soube fazer.

Eu estou sentada no chão. e estou a ver todos sairem porta fora. olham e eu sou só mais uma estranha. estamos num antro de estranhos cada um no seu mundinho e pequeno pedaço de nada. uns fazem-se acompanhar por outros. outros tantos estranhos fazem questão de contar em detalhe o seu dia anterior. eu. como os outros. tenho uma estranha perto de mim que conta repetidamente o seu dia de ontem. tenho metade da cabeça ocupada a querer cantar e outra metade a ouvi-la. ela acaba e a cabeça encheçe por completo. acho que fica á espera que lhe conte qualquer coisa. mas não me apeteçe falar com estranhos mesmo que eles façam questão de falar para um ser como eu. Estamos naquele antro. e contam-se os grupos. uma infinidade deles. às vezes de relançe olham-me. ou sou eu que os olho continuamente. consigo intimida-los e fazer com que retomem à conversa que poderei até estar a invejar ou a detestar. confesso a mim mesma que não me importava de conheçer aqueles cinco ou seis estranhos apesar de repudiar todo o resto. ali eu sou uma estranha mais estranha que eles. eles teêm-se uns aos outros e revelam-se mesmo que com medo. não devem gastar demasiado tempo a gritar por dentro e gastar tudo o que têm deles só porque fazem questão de arder sempre mais. é desconfortável ser-se estranha no meio deles. e observá-los e ás vezes repudiá-los e não conheçe-los.

terça-feira, janeiro 30, 2007

segunda-feira, janeiro 29, 2007

A mamã e o papa sofrem de uma coisa chamada estupidez...é nesta altura em que devia dizer-lhes para se irem foder. A Marta fica cansada de certas e determinadas merdas e nunca os mandou foder porque ainda os respeita e eles são a mamã e o papa e afinal de contas já se cansou deles à tanto tempo que pouca importância lhes dá. menos hoje.
A Marta não é uma boa filha ou eles não são bons papás. não sei. e isso também não interessa.
mas a marta continua a não ser normal. o quê que há de errado afinal? merda merda e merda. a marta às vezes tem coisas destas. loucuras destas. merdinhas destas. consegue ser uma cabra mal educada.

Chás ou chocolates quentes são sempre bons nesta altura. a alma descongela e consigo ser menos fria comigo porque a eles como disse não os mandei foder mas fiquei cansada deles por isso o resultado foi o mesmo. Indiferença.
eu não sou uma pessoa normal...e vá-se lá saber o que é uma pessoas normal. como é uma pessoa normal e onde estão as pessoas normais. o interessante da teoria sociológica é haver sempre resposta para tudo, até para seres como eu....e pessoas como eu devem ser os desencaixados sociais que ao que se diz podem passar por momentos de frustração dado que não têm grupo de pertença e se têm um de referência não estão lá como é obvio.
e não me vejo a pertençer ao meu grupo de referência não acho que fosse gostar de pessoas elitistas como eles apesar de todos os gostos que possamos ter em comum. enfim. desencaixada.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Sou, sou mesmo mais do que essa estranha, despreocupada e triste. sou a anormal que se descobre dia após dia. sou a doente. sou a fútil. sou a anórexica em mente e a gorda em corpo. sou esse tormento que gerou a minha solidão. que levou todos e quaisquer amigos. que trouxe a triste. sou o detestar-me. sou o odiar-me. sou o querer-me fazer mal. sou o pedir desculpas pelo meu mero existir. sou a loucura que me mata. sou o local sem saída. sou a parede riscada. sou a desgraçada que se esconde do mundo porque já não sabe mais viver. sou a miserável que chora quando se escreve. sou a egoista que desaprendeu a ver os outros. sou a abandonada. a puta da abandonada. e a malcriada. sou o indesejado ser humano. e doi. porra que doi saber tanta verdade. e chorar. e ficar cansada de tudo. e com medo de tudo e estar perdida sempre demasiado perdida.

sábado, janeiro 20, 2007

Tu nunca irás saber aquilo que me deste a conheçer, tu nunca saberás o porquê de eu te olhar, tu nunca vais saber que vivo nas palavras e que quando me vês e eu te olho é isso que faz valer apena qualquer coisa . tu podes ser a mentira. a cruel mentira. e o ódio que vem depois. mas agora és tu. és tu o meu tempo. és tu que te vais corromper e eu vou continuar a arrastar-me contigo. não vais ler-te aqui, não me vais perceber aqui e vais saber-me a amargo. vamos estar demasiado distantes quando algum dia estivermos próximos com todo o mal do ódio e o sabor amargo do abandono. é nisso que te tornas meu admirável desconheçido. é em ti que paraliso e me apercebo que tudo o que nos unia num olhar nos afasta hoje num desprezável olhar teu. não sabes nem nunca o terás que saber. hoje basta-me o desprezar e o meu humilhante desviar de olhar e a ti a tua fuga.

Talvez me vejas como uma estranha como eu ás vezes me vejo. mas eu sou mais do que esse ar despreocupado e triste.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Os olhos morreram e agora já não te vejo amor. nem sei a tua cor. nem sei o teu lugar. nunca mais te vou sentir. nunca mais me vais doer. eu prometi-me. nunca mais ia doer aqui nada. nunca mais ninguém ia arder. eu nunca mais me perdia assim. devia ter ficado com o azul dos dias em mim. e recordar-te sempre para sempre. e tu vais-te daqui porque já não há cor e os olhos são cegos. isso seca-me o coração. hoje ele é oco. e faz-me doer por dentro e faz-me gritar e arranhar por fora. não sei mais de ti. e era melhor ter-te aqui a passar em filme à noite e ver tudo aquilo que não chegamos a fazer tornar-se quase verdade. acordar é dor. tira-nos a vida de dentro. e é tudo confuso. e derrepente tudo é solidão. as mãos erguem-se no vazio à procura de vida. e só há paredes. paredes para levarem tudo. para arranhar. e o barulho são as plantas e os moveis que o fazem. e o choro e o desespero voltam com medo. e tu vais. afinal tu vais sempre embora sem lembrar a morte. e eles acordam de novo e enchem-me o vazio. o meu vazio desesperado e assustado.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Aonde está o coração? O meu? Na caixa toráxica não? O meu anda algures por ai. dentro de uma caixa perdido do destinatário. O melhor é mandar de novo pra ver se chega lá. e se nunca mais vem? afinal quantos tens? manda um de faz de conta que também serve. sim. um de faz de conta, como no desenho na parede mas a vermelho. sim pode ser esse.
Podiam chamar-me idiota que eu não me importava. Podiam chamar-me o que quiserem para eu ouvir o que devo ouvir. Eu devia saber que não basta querer nem gostar. mas eu sou uma coisinha pequena que pensa com o coração. oh coisinha idiota que não sabe. eu não sei. e agora ainda tenho desculpa. e depois? depois já não há desculpas porque o tempo passou e pensa-se mas com menos coração. e depois não sei se quero proibir a marta de sofrer porque ela pensa com o coração. isso ia ser mais racional e ela ia ver como afinal é ela que cruza o seu olhar com o dele e que ele nem sabe que ela existe, mas isso ia doer mais, e os pianos iam fazê-la chorar, então ela pensa com o coração, mas vai doer mais e vai voltar a pensar fugir da vida como das outras vezes. e ele já lá estava e eu não. agora devo lá estar só eu. eu chego sempre atrasada. e isso custar-me-ia algum dia algo mais do que tempo perdido. eu espero pra não cair de novo e oiço hope there's someone e sinto o piano arrepiar-me dos pés à cabeça.eu espero sempre. eu fico sempre. sempre sózinha.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Provavelmente a minha estúpida vida vai continuar a mesma coisa, não interessa o facto de se ser infeliz ou ingrato. somos sempre demasiado jovens para nos aperceber-mos do que temos. para dar o devido valor às pessoas. para darmos valor à vida por mais estúpida que seja. tenho 18 anos. e como a maioria das pessoas dizem isto há-de passar. ou talvez não e apenas o corpo cresça mais e se aprendam meia duzia de tretas que faremos delas lições de vida. vou sempre generalizar a minha situação pra me confortar pensando que isso é o melhor. que há quem seja como eu. grande ideia a minha. que conforto há em saber que há quem assim seja? que se sinta infeliz. não gosto de me dizer infeliz ou de me sentir. infeliz é alguém que perde alguém, infelizes são os que vivem em situações de pobreza extrema. e eu. eu nem infeliz me posso dizer. tenho tudo o que um ser normal pode desejar. tenho uma familia. uma casa. tenho tanto e tão pouco. eu já não sinto. já não convivo com as pessoas. eu fiquei parada entre o ser feliz e infeliz. e ninguém arranjou uma descrição para o meio termo em que me encontro. talvez fosse estabilidade. estabilidade quê? racional? mental? não. não me pareçe que me sinta estável em qualquer ponto da minha vida. olhando-me não consigo ver a normalidade do meu ser. não consigo contemplar nada em mim. não me consigo respeitar. nem respeitar mais ninguém. a familia tornou-se distante. eles acham que isto é uma fase e agora tendem a ignorar o facto de eu nunca sair de casa. ainda me julgam feliz. bastante inocente e bastante normal. lá no fundo acham que tenho mesmo amigos na escola ou em algum lado. nunca recebi uma pergunta por parte deles em quererem saber se sou feliz. acham sempre que tenho um namoradinho escondido algures e que faço como todas as raparigas da minha idade tudo. e se lhes dissesse o que não sou? quanto lhes ia pesar isso? e se soubessem quantas vezes choro por estar sózinha? não sei até que ponto mudariam as coisas. até que ponto melhorariam. até que ponto me iam achar louca e me internariam num manicômio. os loucos já não se apercebem mais da sua situação penso eu. não estão cientes do que sentem, nem agem de forma normal. talvez. ou talvez não. nunca vou poder saber. e se também se sentissem abandonados? e se tivesse alguém para desabafar. como é ter alguém a quem contar isto? e poder chorar. chorar até não doer mais. em quê que me tornei? que familia desfeita é esta. o ano começa e vai-se dormir. já não se festeja mais nada. a vida já não se deseja. os sonhos já não precisam ser pedidos. isto é vazio. e não há ninguém aqui. ninguém a ler isto. não faço pedidos estúpidos porque ao acaso sonho com alguém que vejo constantemente. sei-lhe o nome. e que saberá ele de mim? nada. nada é suficiente para alguém como eu não é? isto é estupido. e não mereço a vida que tenho. quem hei-de mereçer eu então? se é que a vida é feita de se mereçer alguém ou não.