quinta-feira, maio 31, 2007

Vou falar-me enquanto posso, enquanto a minha mente, ainda por esmagar, me deixa reconheçer novamente aquilo que sou. Sou uma sensação triste que normalmente já não vale apena sentir, o meu silêncio, a minha dor, a minha imagem. A dor, aqui, em mim, arrastou-se. Ainda vou caindo mais fundo e sempre que me leio, sempre que me vejo, não passo de dor, não passo de dor por me alimentar dela. Tornou-se dor sem sentido e mesmo assim ela faz parte de mim. Não lhe quero chamar pelo nome, de que adianta conheçe-la e ela continuar cá. É crónico muito provávelmente. Há vezes, como agora, em que descubro a dor que me esmaga. Estou desgastada. sou uma imitação de mim mesma e nem esta imitação me deixa representar bem. A dor deixou de ser dor e passou a ser uma caracteristica ou um defeito absurdo em mim. Já não doi. Se já não doi eu arranjo quase maneira que doa. Sinto alguém e deixo-me ser ignorada. A dor volta, melhor, a dor renasce. As coisas são assim? Antes fossem, isto é apenas o que percebo enquanto a insanidade não volta e me leva de volta para o meu canto da solidão. Quando ela vem, volta pior que nunca, a alma não sente, a mente não pensa, ela esmaga tudo. Intensifica-se. Esmaga. Apodrece. A percepção é nula. O desespero é levado ao extremo. Depois acaba, quase que como se trata-se de um ciclo com um fim vitorioso. Eu retomo ao que normalmente deveria ser e finalmente descanço. Percebo a loucura mais que nunca ao ver-me estampada nas minha palavras. Arrasto-me para aqui. Eu preciso saber como sou, eu lembro-me de como sou quando ela está cá, eu lembro-me da confusão que é não pensar, não sentir, não raciocinar nada. Lembro-me do medo e da dor e não me lembro dela a esmagar-me a alma de uma só vez, lembro-me de o fazer repetidas vezes sem receio. O ciclo acaba. A alma ainda está aqui. Está ferida. Está esmagada. E estou eu a perceber o final e a começar o inicio de outro ciclo que me arrasta para lá outravez. Todo este auto conhecimento torna-se demasiado desnecessário. como já disse com ela não penso, com ela as coisas nem sequer têm sentido. Em que fase me encontro, é essa a pergunta que me faço, não quero chegar a tempo de ver outro fim de novo. É cansativo. é insensível, é imperceptivel. tenho medo da repetição. tenho medo do vazio que trás. e da loucura. oh a loucura já não sei quanto dela foi minha. só quero fugir dela. sair daqui, mas a verdade, tanto quanto a certeza dizem que volta tudo, que é pior, que um dia a alma dúvida e enfraqueçe e acaba por esqueçer que tem de voltar sempre e sempre só mais uma vez para a Marta se lembrar.
A Marta diz-lhe olá. dante dizia-lhe obrigada pela dor. Hoje já não é dor, é querer mais do que a própria dor e ela me permitem. boa noite então porque era assim que devia terminar. Boa noite e um beijinho.

terça-feira, maio 29, 2007

Na verdade escrevi um enorme texto. e dado que estava uma merda apaguei tudo. explicações deste género são uma merda ainda maior. e felicidade em 3 segundos ainda mais. não sou especial e está acabado. se me apagar isso é um grande feito. A Marta arranja coragem para isso e talvez depois sorria. e talvez chore e talvez lhe seja indiferente. sim. aqui é tudo muito indiferente, que se foda então o dar-lhe valor. alimentar-lhe o ego pode certamente dar-me vómitos. deixar-me cansada e acima de tudo continua a ser desnecessário. então isto é um vai-te foder? também certamente que não. é só a minha mente cansada que se descuida nos pensamentos. escolhe-os na perfeição e os diz no momento certo. lamentável disto é apenas que tal não aconteça regularmente, caso assim fosse tu já aqui não estavas e secalhar eu também não porque se eu te alimento o ego tu alimentas o meu, no fundo, sou só eu a alimentar o meu mas culpar-te e mandar-te foder é bem melhor que tudo o resto.
e já não me apeteçe sorrir. caiu tudo de uma só vez, porque a racionalidade assim entendeu.

sábado, maio 26, 2007

Na realidade, sem rodeios, sem dramas, sem ironias, sem um monte de merdas que distorçam aquilo que quero, pareçe e devo dizer. na realidade estou-me a acabar, hoje vou dize-lo de novo. não sei o que se passa. derrepente voltou a estupida vontade de me sentir especial. na verdade voltou, e foda-se isto outravez, voltou a comparação com outros, voltou o sentir-me menor. voltou a realidade fria sem tempo para me habituar. também voltaram as paranoias. mesmo tendo parecido sempre isso. voltou o desistir e um choro incontrolável. voltei a precisar de tudo. sabia tanto que ia vir tudo de rajada quando menos esperava. sabia tão bem que estava numa queda imparável. num sonho maldito de que nunca consigo fugir. voltei ao limite. ou ao inicio. ou ao que quer que isto seja. volta a repetir-se vezes e vezes sem conta sem conseguir uma única vez evitar. eu estava a comer a minha dor. a mastiga-la infinitamente. ecoa sempre que vou cair. ecoa sempre e nem sempre posso comigo aqui dentro. quero tanto sair daqui. de mim. tenho medo de parar de cair e de voltar a cair. tenho medo de repetir vezes e vezes sem conta até à exaustão. eu não quero a exaustão. não quero. nem quero ter medo dela por estar a quere-la neste momento. estou a suplicar por calma e por paz. isto nunca acaba. nunca chega a ter um fim. eu não quero felicidade. não quero essa maldita. só não quero estar eternamente neste estado apático ou num histerismo desesperante e acabar com tudo. não sei porque te deixo levar-me a isto. a deixar-me cair. quase não pareçe importar que me faças isso. não importa. claro que não. a minha insanidade chegou a isto. a deixar-te fazer-me mal. a nem sequer gostar de mim. é por isso que não presto. não te valho nada. nem um olhar. nem uma palavra. nem uma lembrança. não te queria a doer desta maneira. não me queria a desgostar de mim assim. eu já não sei mais o que quero. menos ter-te aqui. só és dor e dor. e odio por mim. como podia ter-te aqui a odiar-me? não podia. não podia e tu tens de ir embora de mim, por mim. só eu te posso tirar daqui. mas parei de saber agir. paralizei. eu falei no colapso mental. e na queda e na dor. e em ti. eu sabia que voltou de novo. eu sabia e nem sequer fui a tempo de me impedir. não consegui parar. olha para mim. quando é que me ias ver assim. eu sou assim. e se dantes não prestava não é agora que suplico paz e calma a mim própria que estou melhor. isto nunca vai melhor. a queda não pára. a Marta não pára. a loucura não pára e muito menos vai embora.

sexta-feira, maio 25, 2007

Na realidade eu sou a melhor para decepcionar, magoar e esqueçer. também sou uma caixa de música em colapso mental, não sou uma boa máquina, tanto que tudo o que tenho já só é dor de um resto de sentimento. As máquinas não sentem. e eu não te quero sentir. nem quero olhar para mim. nem ter pena disto que sou. nem chorar. nem mais nada do que se repetiu ultimamente.


Every day is exactly the same

quinta-feira, maio 24, 2007

The Fragile.

Entoa cá dentro. engana. conforta. lembra. doi. Tornaram-se bem melhores que as palavras deles. bem melhores. e este senhor. tem raiva e vida dentro dele. e tem o the fragile dele. nosso também. nosso também por tantas letras e sons que nos fazemos sentir. Paralizada em colapso mental.
não quero mais dançar. só quero dormir, dormir e dormir para sempre. caixinha de música.

segunda-feira, maio 21, 2007

Eu não te queria a olhar para trás. Nem me queria a chorar. nem me queria a ouvir linda martini, assim, neste estado, nem as palavras deviam cair cá dentro e soar a verdade. eu não queria estar em queda, eu não sei estar aqui a vermo-nos olhar para trás. não sei.

sábado, maio 19, 2007

não está tudo dito.
as horas estão a matar-me e isso é o que menos importa. uma cama não serve. as pessoas que me rodeiam não servem. o chão não serve. eu não sirvo. eu nasci para não caber neste mundo. lugar. ou qualquer coisa que lhe possa chamar. mundo, mundo, mundo. mundo não. mundo é muito e menos que isso é pouco. o sol não vai embora. e os olhos insistem em ficar abertos. se ao menos valesse apena. hoje vale ainda menos. dantes eu tinha um nome. e da ultima vez que deixei cair umas palavras ainda me fui lembrar dele. mas que merda sermos só um monte de nomes. eu tenho quatro. um é sabedoria. e sabedoria é coisa que também não serve muito em mim. café, sol e sabado. sol e sabado até que podiam combinar, não para mim, mas é de todo aceitável. uma caneca de café, sol e sabado. não, não combina. uma caneca de café, frio e sabado. sim. as máquinas de lavar roupa também não servem. as pessoas insistentes também não. se ao menos o barulho parasse. e as pessoas se calassem de vez. mas o melhor é ser-se irritante e ouvir a menina sem nome ou a menina que dantes tinha um nome, gritar, gritar e gritar. nervosismo e café. e eu que só queria paz e o meu canto para ficar. o meu canto das das horas que em que doi, bem que podia ser o meu canto quase a tempo inteiro. a menina nasceu para ficar lá a ouvir cair as palavras e a chuva e ter uma caneca de café quente do lado direito ou outro qualquer. seja como for a menina não pode ficar aí. seja como for a menina volta aqui, desperdiça um bocado de tempo e maltrata as palavras. depois, se a tivesse, voltava para uma varanda. de noite. e também se o fizesse fumava um cigarro. não há varanda, não há cigarros. apesar de haver telhado, e o telhado é bem melhor que a varanda, o telhado é alto demais e os senhores inconvenientes não acham grande ideia ir-se lá para cima. os senhores deviam pensar mais no que dizem. se pensarem bem, eu só ia estar mais perto do deus deles. e nada melhor que um telhado e um deus. um deus de noite e um cigarro na mão. um gato branco no jardim, deitado perto de uma arvore. nem ele tem nome. é meu, e é por isso que não tem nome. tem o que quiser quando quiser. está quieto e calado. não discutimos. eu estou no telhado. e ele está ali, aleijado de uma pata da frente à qual prefiro chamar mão. ou mãozinha porque é pequena. ele tem a sorte de me ter a mim. não lhe dei um nome. por mim também não me tinham dado nenhum. é como baptizar alguém. és disto e está acabado. se não gostas. muda. e como é que se muda um nome para nome nenhum? nós gostamos de obrigar alguém a alguma coisa e está dito. o contrário é mentira. não queres um deus mas tens um. não queres um nome, tens quatro. queres gente calada e só o gato é que não fala. até a máquina de lavar roupa incomoda. muito mais que o aspirador. o aspirador é diferente. não faz um barulho irritante a cada 2 segundos, faz todo de uma vez só. aspirador e aspiratudo. tem um nome bonito. ao contrário da máquina de lavar roupa que tem quase tantos nomes como eu. falta-lhe um. um número. na vida temos na maior parte das vezes só dois. os que têm três já não mudam mais. só temos uma vida. e diga-se de passagem que a minha é um desperdicio. mas deus entende dar vida a individuos sem a menor aptidão para a aproveitarem. viva o nosso deus então. não rejeita sujeitos deprimentes como eu. eu devia pareçer ter os dois números que tenho. na verdade não. a menina de nome pareçe uma menina menina. vendo bem isso ou é muito mau ou bom demais. a menina pareçe uma menina dependente de drogas incrivelmente deprimente. gosta de chãos e de letra e de cafés e de paz. e não gosta assim tanto do deus porque lhe deu uma jaula eu forma de corpo. meninas assim já não são bonitas. meninas assim acabam sempre a dizer e fazer coisas sem sentido. meninas assim não têm jeito nenhum. nem motivo nenhum. nem mereçer nenhum. meninas assim já não sabem o quanto são meninas. a menina continua a gostar de cores e de musica e de danças. fica no seu canto, mas o seu canto tem isso e mais aquilo tudo de ao bocado. já nem pareçe tão mau. depois há as outras meninas. que se pareçem com os numeros delas, isto é, não pareçem nem menos nem mais. são tanto dali que eu às vezes gostava de ser assim, uma menina que se pareça com os seus numeros. isto também devia deixar de ser confuso. e a menina arranja alguma coisa que fazer. pára de tentar fechar os olhos se eles querem ficar abertos, salta cá pra baixo e deixa o deus lá em cima. e quem sabe os numeros encaixam. e as coisas já são o que devem ser. sem se precisar tanto de palavras e de numeros certos. e palavras brancas em fundos pretos e palavras pretas em fundos brancos e palavras a brilhar. e coisas de gente alucinada assim assim. cansada e sem nada para fazer e sem nada para querer pensar. o melhor disto é ninguém ler. o melhor é eu saber isso. o melhor é eu poder escrever tudo o que quiser. seja como for, se o lessêm também o faria. isto é uma espécia de histerismo disfarçado. não me lembro dele nem me lembro de mim, aquela não sou eu, nem aquele é o meu gato, a verdade disto tudo só pode estar no senhor deus. sim. sem dúvida que sim. e agora já está tudo dito. mesmo sem ter dito nada que valha apena ler. está tudo.


A Marta não aguenta outravez. é isso e mais nada.
ela volta a cair e que se foda mais isso. hoje a marta só consegue chorar. ouve-o. deita-se. vai tentar dormir. não consegue. vai vê-lo. e continua a chorar.
estamos de preto sem branco. preto sem branco.
Eu sou uma intrusa. eu sou uma intrusa e vocês uns elitistas. são apologistas do sentir e do não julgar. e depois querem diferença e esqueçem-se que a vossa reside na mesma da dos outros. a vossa diferença está em seleccionar. em rir dos outros. em ignorar os outros. porque vocês claro. sentem e sabem e julgam. ou será que me enganei e vocês não julgam. não claro que não. vocês riem da vossa superioridade. e eu fico e continuo calada para não darem por mim, não vos olho para não ter de vos ver dizer que o meu lugar não é aí nem em mais lado nenhum.



Eu não quero interpretar as coisas mal, não quero ignorar se não fui ignorada. só queria perceber. mas a maldita cabeça parou de pensar e o mundo anda cá dentro em guerra. a queda é grande ou até mesmo maior. da outra vez havia razão, desta não. estou cansada e vou dormir. ou não vou dormir e vou ouvir música até a cabeça não doer mais. isto não passa. isto nem sequer teve motivo para começar. quero sair daqui. e ir a tempo de estar lá e vê-lo. quero estar lá e saber que pertenço ali.

sexta-feira, maio 18, 2007

O resto não valeu apena. Apaga a luz e deixa-me estar.
Não vou.
E sabes, continuo a cair, agora mais que nunca.
Não sei...

terça-feira, maio 08, 2007

Queira saber que sou a personificação da indecisão e da irresponsabilidade ponderada. Certo e irrevessível é unicamente o passado. aqui a mudança é constante. ora luta com o ego, ora luta com a mente. ora altera. ora mantém. Acho que também não lhe falei da minha preguiça. daí a minha tão pondera irresponsável que chega a ser quase tão planeada como um acto completamente digno de alguém cumpridor. Queira saber também que quando lhe entreguei esse relato de mim, e já no fim de o escrever por falta de mais, onde coubesse história para lhe contar, tal como nos tinha pedido, tudo, item por item, apenas um pouco desordenado, apenas um pouco em falta, apenas o toque que nos chamava para sair. A letra estava feia e desleixada. E isso que lhe escrevi ficou apenas com o suficiente daquilo que queria e achei que lhe devia contar. Em casa pude escrever o essencial. Com a letra do computador, certa certa. como eu nunca a faria. Falei mais das minhas escolhas, pormenorizadamente, e espanto o seu será o que eu lhe acrescentei. Aquilo que eu quero porque descobri. Não, a minha vida não é uma montanha russa. e eu não passo de uma pessoa emotiva, mas racional. Na verdade aqui a monotonia chateia por demais. E espero ser aquilo que espera porque eu nunca quis ser mais que qualquer outra pessoa. Apenas não me soube/ sei encaixar nos moldes que nos deram e aos quais temos de nos aprender a moldar. Sei tanto de mim, tanto quanto possa imaginar, tenho tudo aqui perdido. ainda tenho tanto que saber e depois tanto que juntar que nem chega a valer apena ter sentido agora e ter de construir um segundo depois. Eu disse. Sou a personificação da indecisão. falei-lhe daquilo que possivelmente achava ser, a letra estava feia, e a minha história é incrivelmente confusa e mesmo assim veio chamar-me. Digo-lhe, não valerá apena. eu sei tudo quanto sou. mas nunca quando sou.

segunda-feira, maio 07, 2007

feita de trapos. cada vez mais trapos e hoje excessivamente cansada de tudo.
cai de baixo pra baixo cada vez mais dentro de mim.

sexta-feira, maio 04, 2007

A fada chama-se Joanna

Ela pareçe uma fada. ela tem voz de fada. e é a fada mais bonita que já vi.
A sala encheu, o "senhor" roberts cantou. e depois veio a fada. e o dia que tinha começado com a lua cheia às 05:27 acabou com a lua cheia e a fada, à meia-noite e qualquer coisa.
Cansativo. o dia. mas talvez um dos mais perfeitos. o concerto, o mais perfeito.
A fada chama-se Joanna e toca harpa como ninguém e tem uma outra voz e jeito como ninguém.