sexta-feira, junho 27, 2008

Eu disse-te mãe, os humanos são como máquinas e tu não podias não ser uma.
Porquê que somos tão como nós, eu como tu e tu como todos.
Quebras-me o coração ao ficares assim, cansada de todo o desgaste tal como uma máquina. E tenho sido tão perfeita, para poder ser algo que finalmente é do teu agrado. Mas tu ficas despedaçada, tão despedaçada que só de vêr magoa.
Não te posso gritar e chorar em simultaneo como fiz um destes dias, não resulta.
Somos surdos tantas vezes, não ouvimos as outras vozes quando as nossas lágrimas caiem para fora do nosso olhar triste e a nossa pessoa nos grita como louca por dentro.
Acho que te compreendo, ou talvez só pense que sim, afinal ainda não me sinto tão adulta quanto tu, mas acho que me cabe a mim cuidar de ti.
Afinal de contas eu sei que tu não és só uma máquina, és tu em ti mãe. E apesar de nunca me teres dito podes acreditar em mim, eu sei que um dia pára de doer, os ecos externos tornam-se distantes e nós vazios. Não sei se fazemos mais sentido assim, desligadas.

domingo, junho 08, 2008

e quando quiseres saber de mim a única coisa que sei é que me perdi de ti.
como te disse da outra vez que fiquei no chão, acho que desta não me levanto, ora, às vezes apeteçe-me mesmo ficar por aqui de vez, o corpo pesa e cola-se ao chão, a mente berra e morre, ultimamente tem estado mais morta que nunca, sou um vazio, um inútil vazio rodeada de caos e medo, acho que me deixo ficar pelo medo, já disse tantas vezes que sou uma pequena, uma miúda, não quero mais responsabilidades, só me quero sentir do meu tamanho e da minha idade.
e depois pergunto-me aonde raios estás tu, e se quando te voltar a ver me vou sentir tão tremendamente desalinhada e se vais ver através de mim não mais que o pesar triste do vazio que me envolve agora neste chão frio.