sexta-feira, dezembro 29, 2006

A mentira ficou nos bancos do jardim onde me sentava com os amigos que tinha ou com ele. Os passos perderam-se e os bancos deixam de ser vermelhos e já não prendem lá mais ninguém. Já mais ninguém se aqueçe lá. Eu já não me aqueço lá. E nessa altura podia ter pego nas poucas tralhas que tenho e ir para lá só tu e eu ou os amigos que tinha. iamos. e contavamos as histórias todas outravez. e lembrar de novo que nos conheçiamos desde a primeira classe e dizer-mos como tinha tudo mudado. nós tinhamos mudado. ou quando não estava eu e eles e estava eu e tu. quando tu te sentavas e eu deitava a cabeça no teu colo e ficava-mos horas a falar. quando era inverno e tu me davas as tuas maos e aqueçias as minhas sempre frias. quando havia alguém nesses bancos vermelhos e se ficava quente e bem. e era-se feliz e não se sabia. e vai-se sempre pelo mesmo caminho de volta a casa, quando o caminho que deviamos ter feito era o de ter lá ficado, nesses bancos quentes de jardim. perdi-me nos passos, perdi-me no caminho e fico eu e as minhas tralhas. já ninguém me lembra mais e agora sabe tudo a mentira e eu já não quero mais saber ir para lá, onde os bancos estão se eles estão tão sós e tão gastos e me dizem a verdade do tempo cravado neles.

sábado, dezembro 23, 2006

O inadaptado

O inadaptado é um frustrado sem amigos, ouve metal, é descuidado na sua imagem e tido como anti-social. Enquanto criança nunca teve amigos, é normalmente egoista após ter sido demasiado simpático. Não é egocentrico. Foge de todas e quaiquer atenções. Não é de nenhuma religião normalmente, sendo por isso ateista. Todos o tratam como um débil mental. E na ideia da maioria é um delinquente que rouba, fuma e bebe. É o tipico Porco/a e também imbecil dado que é completamente inadequada a sua existencia em sociadade. É um lixo. Pode ser perigoso e por isso qualquer atenção é pouca. Apesar da atenção a ter em conta o melhor a fazer é ignora-lo. É um drogado também. Nunca quis saber dos estudos e é um inculto. A qualquer momento pode matar toda gente sem qualquer ressentimento disso. Tudo isto por influência não só dos outros iguais a si como também da música que ouve, que por sinal incentiva a este tipo de comportamento. O inadapatado além de frustrado sofre de graves depressões e de crises de loucura, levando-o isto aos actos referidos anteriormente. Usa o calão frequentemente e os seus comportamentos são inadequados. O inadaptado resume-se a um inutil.

Apteçe-me rir ao ler isto, e quando se vê qualquer ideia destas que em vez de tentar mudar as opiniões ajuda a consolidar tais coisas ridiculas. A falta de amigos, a falta de crença numa qualquer religião, o sentimento de dor e vazio, a música ou a porra que seja não faz do inadaptado um individuo perigoso com intenção de matar toda gente. O máximo que faz é matar-se a si próprio. Se consome droga ou bebe apenas faz o que os outros fazem. Acho que é só incompreendido e é escusado dizer que é estupido rotular qualquer pessoa de anti-social. Pois mesmo que o seja não constitui qualquer perigo e se por acaso constituir algum perigo será tanto como o de uma pessoa normal como ele. O inadaptado apenas não é visto como normal. E depressões qualquer pessoa tem. E momentos de histerismo ou loucura como lhe queiram chamar toda a gente os tem. O problema deve sentir em demasia. Por isso fodam-se os rotulos. E sim. Eu acho-me uma inadaptada e rotulos destes provocam indignação. A verdade é que lá no fundo somos uns mal educadinhos. E a nossa música é doentia porque a sentimos. A vossa que vos mande foder ou não é sempre muito bonita. E sou uma inculta. E juntando mais as restantes caracteristicas isso faz de mim louca por isso eu posso matar toda gente, mas o mais provável é matar-me a mim antes dado que o unico mal de que sofro é de solidão.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Deixo de viver mas não deixo de pensar, e de me sentir inútil e inadaptada. eu devia dizer-lhe tudo e dizer-me a mim mesma que já perdi tanto tempo. e que sou incapaz de pareçer alguém normal com sentimentos. sou estranha. costumava ser simpática. e à medida que me fui apercebendo do meu desinteresse pelas pessoas tornei-me insuportável para os outros. enquanto eu apenas os ignorava de maneira estupida e talvez devido a isso nunca me senti bem entre um grande grupo de pessoas. tanto histerismo ou os estados infinitos de apatia levam-me a pensar se estou louca. ignoro os desconheçidos e os conheçidos. inclusive os mais próximos. às vezes dou por mim a chorar como uma desgraçada ou a rir de qualquer coisa como uma idiota inconscientemente. nunca conheçi ninguém com os meus gostos que eu. ou se conheçi foi por pouco tempo e esse pouco tempo levou-me a um maior estado de apatia. mudaram-me de turma. e não tinha um amigo que fosse. não daqueles que via fora da escola. mas chorei como uma desgraçada desde o momento em que me apercebi que tinha de conheçer mais gente. que tinha de me adaptar e que tinha de aprender tudo de novo. tinha de aceitar de novo os olhares e os comentários. tornei-me egoista e se sempre os tinha ignorado então agora fazia ainda menos caso. tornei-me cansativa. repetitiva nos dias. ouvia musica. ouvia sempre a musica que me fazia chorar. depois apaixonei-me por alguém que pensava que me compreendia mas não demorou muito até ser abandonada. culpei-me sempre. até hoje. sem precisar de compreender mais nada. deixei de pensar nele e não que isso resolve-se nada cheguei ao ponto em que me esqueçi dele por nunca mais o ver. Perdi tempo. demasiado tempo. e continua a necessidade de me aprisionar a alguém que me compreenda. que me faça sentir viva. ele ficou esqueçido e só lembrado nas palavras e nesse mesmo passado deveria lá estar eu sózinha sentada como todos os dias à espera. e vi-o passar. todos os dias. às vezes mais que uma vez. e não era nem é uma paixoneta. e tenho medo de me prender a alguém que não me diz nada. mas que se apercebeu que existo no meio da multidão. que me fixa e pareçe tentar perceber. e assusta. assusta pensar que perdi tanto tempo. que ainda perco. e fico num estado de agonia que não me deixa agir. que não me deixa pensar. fico ainda mais inútil. mais cansada. sem mais força para suportar aquilo em que me tornei.

também assusta gostar de desconheçidos. e perceber que eles nos observam tanto. acho que me tornei demasiado incapaz de me relacionar com alguém que me tornei "nisto". também não sei porque escrevo estas coisas. fracassada devia ser o meu nome. e iludida. e sempre que acordo devia dizer olá solidão e pela tarde cumprimentar a loucura e à noite ficar-me pelo desassocego.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

E quando os meses passarem e tudo acabar? Vou ter de ver-te partir como hoje? isso doi e não devia.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Olá. Adeus. Olá.

Já nem me importo se vinhas e me abandonavas outravez. se me mentias descaradamente e eu acreditava. se eras tu ou não. tu vinhas. ficavas. e ias. não interessa se a solidão é minha. se a dor é minha. tu vais e fica isso tudo. e eu nem sei quem tu és. diz porra. Diz!! porra. isso faz sentir-me um débil mental. olha olha não me sinto especial. toda gente se devia sentir especial e abraçada e ter alguém a quem chamar amor. e ter amigos. e ter essas coisas e pessoas banais mas especiais. não é? toda gente tem isso. eu nem precisava de uma mão cheia de pessoas. uma chega. uma que me oiça e perceba. acho que tu não me ias perceber. nem ias perceber as minhas lágrimas nem as minhas loucuras e muito menos as minhas palavras. não deves de gostar de loucos fracos que todos abandonam mais que uma vez. isso faz sentir-me usada. e de que importa isso? nem aquilo de que mais gosto sei fazer direito. podia pintar. escrever. olhar-te. milhares de vezes que nunca ia ser perfeito. eu sou feita a preto e branco. provavelmente as cores que tenho na minha camisola não chegam para mim e para ti. nem chegam para mudar nada entre nós. olha. o céu está a chorar. e eu podia estar num passeio a levar com todas as minhas lágrimas e começar a pesar-me em mim em cada poro da minha pele. mas hoje fiquei aqui. hoje e ontem e sábe-se lá quantas mais vezes. eu fiquei aqui. no meu quarto. a porta continua aberta. e consigo ver as lágrimas escorrerem na janela. elas perseguem-me. e se houver algum dia uma enchente eu vou afogar-me em mim e como louca que sou vou dizer olha que bonito que infeliz teve a sorte de se afogar. a cor da camisola não chega para nós. que se foda então se fica só comigo. comigo ela não é nada. eu não sou nada. nada em ninguém. no coração de ninguém. tu devias ser especial. eu também. sabes? tu és especial sempre que me abraças. e eu deixo de o ser quando acordo e tu és mentira. ou quando te vejo distante e real e práticamente inálcansável por eu não ser a tal. por ser apenas a que se sente abandonada e abraçada por alguém que práticamente a deve mandar foder sempre que a vê sonhar acordada a olhar para si. Olha podes quebrar-me mais a alma e deita-la fora as vezes que quiseres porque também deixei de me importar quantas vezes me reciclo por nada. para ninguém.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

eu não quero chegar ao ponto em que me acho louca o suficiente para me matar. deixar que a Marta me faça mal porque às vezes tem um coração de plástico. sonhar. sonhar faz-me mal. deixa-me a memória baça. já não sei bem o que é verdade ou apenas criação minha. faço-me pagar por tudo e dou por mim a castigar[me] a marta. a marta é marta e não Marta. é pequena e a Marta continua a maltrata-la porque alguém insiste em fazê-la sonhar. a marta conta pelos dedos as vezes em que foi feliz e conta de novo, preferia não saber contar e achar que foram 100 vezes ou 20 com os dedos das mãos e dos pés...ela sabe e os numeros diminuem para duas mãos e para uma e a marta já não se quer lembrar mais então deixa de puxar pelo coração e começa a puxar os dedos e as mãos e os braços e de novo os dedos e as unhas roxas. se a marta esticar demasiado as unhas e depois os dedos e depois os braços e se a Marta não a maltratar e a ajudar a puxar mais um bocadinho a marta consegue tocar no tecto e ter o branco. talvez deixe de chorar ou ser maltratada ou talvez pare de pensar no abraço que precisa porque sonhou com ele de novo a abraça-la. os sonhos cansam e os dedos doem e o coração seca e grita. ela não sabe de mais nada por hoje vai dormir e sentir que é abraçada e depois acordar e sentir-se maltratada e "desabraçada" e sózinha.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

vale apena lutar quando já sabemos de que não adianta de nada e seja lá o que se faça isso só vai prolongar a dor e tudo vai continuar a acabar na mesma, num quarto de hóspital, entre quatro paredes à espera que os pulmões falhem por fim, depois da luta e do sonho, o erro inútil da estupida máquina humana.

quinta-feira, novembro 30, 2006

Se apenas o coração bombeia, o sangue circula e o cerebro pensa isso faz de nós vivos. E o resto? Quem se importa se nos sentimos vivos? Se nos deixamos ficar num corpo imóvel. se nos sentimos inúteis. dispensáveis. frustrados. A necessidade de amar alguém. de sofrer por alguém. a maneira como nos inventamos e pensar que existimos não como seres dispensáveis. saber que caimos no esqueçimento e que as lágrimas secaram porque chora-mos dia-após-dia. estámos gastos. tudo o que há em nós está gasto. os sonhos já não são sonhos. já só passam de desejos um dia idealizados. o olhar está vazio e distante. estamos perdidos em nós.

eu sou estranha e dispensável. não me sinto viva mas estou viva. Está frio. as mãos geladas e os pés quietos. o sinal de que estou viva. a cada respiração vemos o ar que é nosso. afinal vivemos todos do mesmo ar. e respiramos uns dos outros. é tudo uma troca. dar e receber. ou esqueçer. e à falta de mãos quentes ou frias que se deiem. juntamos as mãos em forma de concha e levamos perto da boca. supramos e aqueçemo-nos connosco e com quem tenha respirado o mesmo ar que nós.

segunda-feira, novembro 27, 2006

....e se é assim que tem de ser dito, então foda-se, diga-se, eu alimentei-me de ti, suguei-te até ao fim, dei-te o meu coração, e tu sugas-te-o todo. até ao fim. suguei-te sempre que a minha incapacidade era maior do que a vontade, duras-te um bom tempo, mais de um ano, eu aproveitei-me de ti. nunca consegui evitar de te pensar mesmo depois daquela merda de adeus em que pedimos desculpas um ao outro. mas que merda de adeus. se era adeus não se pediam desculpas. dizia-se adeus e pronto. mas tu também fizes-te questão de te alimentares de mim sem saberes e até eu acabar deves ter-te dado por feliz e em mais de um ano provavelmente so te lembras-te duas vezes que existo porque eu te dei pistas caso contrário eu sou mais pequena que uma formiga e indiferença esbanja de mim. também não sei porque estou a escrever esta merda. não tem sentido e deve vir provar mais uma vez que estou perdida. assim é que vejo na merda que me tornei. da maneira como passo dos limites. da vidinha que não tenho mas que me sufoca. e se o tempo congelasse pra ti como congelou pra mim talvez deixasses de achar tudo e todos tão normais. isto devem ser só dramas....é o prazer da escrita e a força da invenção.....e passa mais de um ano...muito mais....e tudo o que foi e não foi escrito era eu, em cada letra de cada palavra, parada no tempo, num dia, numa data, numa hora.....não me quis tornar cega amor,,,,,e sempre te quis chamar amor. que se foda então. se tu me fizes-te sempre mais do que uma coisa e me fizeste sentir eu chamo-te o quiser sabendo que não te amei mas que te devo qualquer coisa, e que se isso é a minha vida desperdiçada, então seja. tu sugas-te-me até ao fim dou por mim acabada. e sabes que mais a Marta que se foda. não passa de uma desiquilibrada que não sabe o que quer

sábado, novembro 25, 2006

Quanto é que vou ter que perder? Quanto? Foda-se. Quanto? Quando é que vou parar e arranjar uma maneira de mudar. E que se foda se mudar é viver ou decidir morrer. Fiquei parada aqui. aqui onde ninguém me vê. aqui onde se perde a vida e não há mais nada sem ser eu. o quê que ganhei neste tempo todo? quanto é que pareçi feliz pra ninguém se aperceber da puta triste que sou? quantas máscaras são precisas? e quantas lágrimas. e quantos gritos? quando e quanto tenho de deixar de ser eu sem parar no tempo e perder a MINHA vida. não consigo mais perceber, nem descrever o que sou. eu só não sou aquilo que sou este tempo todo.
Vamos dançar à chuva e ser felizes?
Sim?









Eu disse-te bem alto "gosto de andar à chuva" mas tu continuaste com a tua vida feliz, com o sorriso nos olhos e de guarda-chuva na mão.

Assim já não vamos dançar.

quarta-feira, novembro 22, 2006


Sempre que inspirares mais fundo os pulmões vão doer-te, és tu a sentir-te. Olhas para o poço. Ele engoliu-te. Vês-te lá dentro do lado de fora. Não tens luz nem uma mão a querer puxar por ti. Doiem-te os pulmões. Talvez te tenhas afogado. Sentes-te estranho e não chegas a saber. Estas cansado de pensar e sentir. Inspira de novo e não grites por ajuda. Tu foste sempre o que se pronunciou de boca fechada. Quando se está no fundo do poço a boca abre-se e a água entra. Não podes pedir ajuda nem sair daí. Esperas que o tempo te leve e quando te virem és só ossos sem pele. A alma já não grita e os olhos perderam-se lá no fundo e são confundidos com pedras. Não chegas-te a ver a luz brilhante e a sentir as retinas queimar por teres visto o sol. Foi sempre tudo no escuro. Uma vida no escuro. Estás no fundo do poço e não sabes como. Não compreendes o mundo porque nunca o chegas-te a ver. As pessoas não te maltratam nem te olham de canto ou julgam. porque nunca te viram. ninguém sabe de ti nem tu de ninguém. não tens saudades porque nunca houveram lembranças. não tens nada. e flutuas em ti. no teu nada. e sim. doem-te os pulmões. também ninguém te disse que era coração que se chamava.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Eu não tinha perspectivas para o futuro. Se algum dia houveram planos já não me lembro. Mesmo assim eu esperava sempre um amanhã sem grandes esperanças de que o dia fosse melhor, mas eu esperava. às vezes pensava em suicidio e pensava em queimar o tempo rápidamente pra deixar de pensar e assim no dia seguinte eu tinha só pensado em loucuras. Nunca me esfoçei por nada. Penso sempre demais. E a cabeça explode. Durmo. E já é o amanhã. É hoje. Eu não me esforçei. Eu não mereço o dia. Eu não mereço nada. Sou uma fraca. Não luto pela vida. Eu só a observo. E aqui entre quatro paredes nada tem movimento. Nem eu. Que fico deitada na cama a olhar para o tecto e a chorar. Não tinha grandes esperanças mas esperava sempre um amanhã, nem que fosse para queimá-lo. Sinto-me incapaz. Deslocada. Estou aqui à tanto tempo. Só me vejo, oiço e cheiro a mim. Sinto-me miserável. Não penso num amanhã com esperança Oh meu deus eu sou vazia. Eu falo d'um deus e nunca acreditei em nenhum. Se eles existissem eu era alguma coisa E eu não sou nada. e já nem me é tão duro saber isso. O coração secou e os movimentos paralisaram. eu sou uma pequena coisa que chora quando adormeçe e acorda com vontade de chorar. eu gastei as palavras. gastei as tintas e já não pinto. eu não era nada mas sentia-me alguma coisa. a coisa pequena que sou. agora cheguei ao fundo e está escuro e sinto-me nada. dantes tinha estrelas, já tinha dito não tinha? Estavam coladas no tecto e brilhavam, outras vezes desciam, tocavam-me e entravam-me pelos olhos e eu tinha cor. Agora por mais que me estique, por mais que me esforçe só vejo escuro. nem sei. mas isso deixa-me triste e com vontade de chorar. e choro porque os olhos deixam cair lágrimas sem eu as conseguir conter.........perdi-me e tenho medo.

domingo, novembro 19, 2006

olá monstro! olá. Apetece-me bater-te. Já não sei se sou eu ou és tu. Eu quero matar-te. Eu quero fugir-te. E tu estas aqui. Só te posso matar então. Não sei se és tu que és vazio ou se sou eu. Tenho medo de pensar que tu me comandas e me enlouqueçes. Tenho-te medo por me fazeres assim. sou fraca e dominada por ti. Tenho medo de ti. Tu não estavas aqui quando eu estava no baloiço ou no banco de jardim de mãos dadas. Tu nunca estavas aqui dentro de mim. Tomas-te-me de assalto e agora eu sou tua. E digo "olá eu sou um monstro porque tenho um dentro de mim". Eu só te tenho a ti. Ou a mim. E tenho de te matar pra fugir de ti. Deixas-me triste monstro é por isso que não gosto de ti. Fazes-me desapontar as pessoas. Não gosto de ti. Não gosto. Eu peço-te por favor e com voz calma pra saires e tu sais. Sais? Tu passas a vida a gritar-me e a fazer-me gritar. E sinto-me vazia contigo aqui. Vejo-me ao espelho cada vez mais miserável e vazia. Devia ver-te lá dentro do meu olhar. Mas não estás lá. e nem sei se sou eu ou se és tu. E se não és tu sou só eu. Tenho de matar-te monstro. Eu sou só uma pequena coisa miserável com um monstro dentro de mim. Isso serve de desculpa pra dizer que não sou eu quando sou. Dantes tinha estrelas dentro de mim apesar de ser uma pequena coisa era menos miserável.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Mãos frias. Frias. Frias. Tenho as mãos frias. Estou molhada dos pés à cabeça. E tenho as mãos frias. O resto não interessa. O resto eu quis. Eu quis andar à chuva. Não quero as mãos frias. Nem a boca roxa. Estou pálida. Pareço doente. As doenças arruinaram sempre tudo. Pelo menos aqui. Havia alturas em que ele pedia morfina. Doia-lhe. Ele tomava. E doia na mesma. Só que menos. Agora quero morfina. Também me doi. Eu quero. Mas não posso. Isso é só para doentes a sério. Sabem? E eu não sou uma doente a sério. Não daquelas que vai morrer porque o senhor doutor diz que já não dá mais, então dura uma semana. E morre. Até porque eles mentem às vezes. E podem passar anos. E passam. E ele está bem e sem morfina. Já não doi. Doi-me a mim. E fico com as mãos mais frias sempre que penso nisso. Não tento ser sarcástica nem irónica. Fico mais pessoa. A lembrar do que passou. E eu ando à chuva sempre que posso. Pra ficar doente a sério. Assim não me dão morfina, mas lembram-se que eu existo. Olá. eu existo. olá. tenho as mãos frias e o coração seco mas existo. Quero mãos quentes. E um céu novo. Com cor se possivel. E se poder ser responde-me ao olá porque me cansa continuar a falar sózinha. Falas pra mim menino grande de calças vermelhas? Eu sou pequena e preciso. Eu gosto das tuas cores. E às vezes penso se sou eu que te olho muitas vezes ou se és tu que me olhas. Fica dificil. Vejo-te tantas vezes e às tantas estás aqui ao meu lado sem eu te ver. Nunca dizes olá mesmo. Eu também não te digo por isso deixa lá. Tu olhas-me e eu olho-te. já é um olá não é? Se não é podia ser. Assim tu eras a pessoa que mais olás me dava. E era bom acreditar nisso e isso ser verdade.



Eu não quero gostar de ti. Não quero. Nunca mais gostar sequer. Depois vem a puta da felicidade e a merda da tristeza que nunca tive. E depois há aqueles filhos da puta que são felizes e fazem questão de dizer que não. Hmm. Eu calada estava bem. Mas eles ainda mais. Sim, porque eu mereço tristeza. Nós merecemos. Não é? Nós é que somos os filhos da puta que não prestam e que nunca fizeram ponta de corno e sábe-se lá a merda da razão mas somos sempre nós. Os restantes que se digam com sorte, caso contrário morram todos. Não sabem a porra que é suplicar uma merda d'um olá ou uma merda de um sorriso. Não sabem a tristeza que é pensar no tempo perdido. Mas eu como não presto e mereço vou mas é estar calada. Porque "olá eu sou uma merda de pessoa. Sou uma cabra mal educada. E mando-me foder tantas vezes quanto a vocês". Mastiguem-me. Porque eu não sei as merdas que escrevo. Mas quero e posso. E por isso escrevo.
Eu até acabo sempre a dizer que não mereço nada do que tenho. Porque não mesmo. Não me esforço. Sou a carraça das carraças da sociedade. Sou um nojito. E ainda gosto de desconheçidos.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Ele faz-me sempre pensar que não sou nada. Fala como se fosse o dono da razão. Acha que tem o direito de julgar a maneira de sentir dos outros. Acha que sofre mais. Ele sofre sempre mais. Eu só finjo que sofro. Acha que tenho prazer em sofrer. Quem me dera sabes? Quem me dera. Assim não sofria queria só sofrer. Diferenças. Apesar de tudo ele sabe sentir. Distinguir as mentiras. Cai em contradição. Mas continua a ser ele. E não. Não me acho melhor. São tudo ironias e sarcasmos. Não queres só que te diga "olá eu sou uma merda de pessoa". Não digo mas penso. Não digo porque acho triste demais. Nem sei. Mas é que podes achar que gosto de sofrer. De ser deprimente. Eu era alguma coisa sociável um dia. Até que me perdi. Eu perdi-me. Ouvis-te? Perdi-me. Não gosto disto. Não tenho prazer nisto. E tu dizes o que dizes. Sabes muito e não sabes nada. E isso até deixava de fazer de ti o senhor sabedoria. Mas és tu. E tu tens sempre razão e és sempre melhor que eu. Porque eu deixei de ser uma coisinha sociavél para ser uma coisinha que chora, grita e quase nunca ri. Gostas? Gostas da minha verdade?
Eu não. Apeteçe-te rir de mim? Achas que minto quando escrevo? Então ri porque tu és o dono da verdade e da razão e eu não me acho nada.

terça-feira, novembro 14, 2006


A cabeça vai rebentar. Quero levar-me ao ponto de exaustão em que o cansaso me faz chorar. Doi-me a cabeça porra. Quase não durmo. Quase só oiço o senhor Molko o dia todo. Uns fodem a cabeça aos outros, eu fodo a minha. Eu estrago-me. Puta de adolescencia. Estou podre. Podre e cada vez mais obcecada com merdas que nem ao diabo lembra. Digo foda-se sempre que posso. Digo e escrevo. Mal educada não? Quando se está cansado não se pensa. Não penso. Choro. Eu quero mesmo dar cabo de mim. Atirar-me contra as paredes. Para o meio da estrado. Abaixo da ponte. Para o fundo do poço. Ironias. Já me sinto na estrada, debaixo da ponte, no fundo do poço. E ele ainda me canta que eu é que sou a verdade e não ele. Ele é que é a verdade. Ele é o perfeito. Ele sente e sabe. Foda-se. Eu podia amá-lo. Mas penso demais p'ra amar alguém. E aí só o senhor Pessoa tem razão. Ele sabe tudo também. Tudo e mais alguma coisa. É bonito ver que nunca vamos pertencer aqui. Nasci por nascer. Tanta gentinha a precisar de vida e eu aqui a desperdiçar. Sorte a minha. Que fico a desejar conheçer um monte de gente. Somos sempre tão diferetes. Porra e porra. Também somos iguais. Mas isso nunca chega. Da proxima que te olhar manda-me foder. Eu cansava-me se me olhassem assim como te olho, como te vejo. Se quiseres fala-me. Sábe-se lá, eu só preciso de alguém. Era provável que te pergunta-se uma merda do género, de forma ingénua, queres ser meu amigo? É que eu não sou ninguém. E ninguém é amigo de ninguém, por isso já sabes a tua resposta. É não, não é?

segunda-feira, novembro 13, 2006

domingo, novembro 12, 2006

Qualquer coisa

Olá Marta!! Olá.
Porquê que continuas a falar sózinha Marta? Porque sim.
Os débeis mentais fazem isso. Eu ainda continuo a ser uma atrofiada.
É domingo Marta. É domingo e acordas às 6 da manhã. É domingo e quebras a promessa.
É domingo e eu já devia de ter parado de escrever. Eu prometi. Eu nunca cumpro nada mesmo, pois não? Acho que é porque sempre fizeram o mesmo comigo. Não me sinto amada. Nem amo ninguém. Isso é mau? É pois. Ou não. Deviamos morrer sempre no auge da felicidade. Isso é morrer feliz. E se nunca amei nem fui amada, não pude morrer feliz. há sempre aquelas vezes em que ficamos com alguém por ficar. Tenho nojo de mim. Eu prometi que nunca mais ficava por ficar. Nunca mais. Os corpos dão-se. E as mãos unem-se. E estamos só por estar. Tenho nojo de mim e da outra pessoa. Eu sou vazia. E dava-me assim. A qualquer um. Pensava que o sentimento mudava. E que sim, um dia ia ama-lo. E ele a mim também. Mas eramos só corpos. Corpos nojentos. E já nem o desejava. Mas deixava-me ficar. Eu não presto. Nessa altura era um nojo. Depois deixei de me dar a qualquer um. E conheçi-o. Só dáva-mos as mãos. Não haviam compromissos. E os abraços chegavam. E os passeios chegavam. Ou pelo menos deviam ter chegado. Depois ele quis dar-me o nome dele e eu recusei. Chegaram os intrometidos. Aqueles porcos sem vida propria e sem nome. Estragam sempre tudo. Os intrometidos. E a culpa continua a ser minha. Porque me deixei ficar antes de saber que as mão dadas e os abraços chegavam. E não quis o nome dele. Porque ainda não sabia o meu. E quando sei o meu não tenho o dele.



sábado, novembro 11, 2006


Não os deixes rirem-se mais de mim. Não deixes por favor. Não deixes que o meu coração seque. Que as estrelas me saiam do céu. Dos olhos. Do sangue. Da mente. De mim. Não os deixes tirar-me a cor. O resto de cor que ficou. Preto e branco. Eu gosto de preto e branco. Não quero ser transparente. Invisivel. Deixa-me ver. Ver-me. Ver-te. Deixa de me olhar como uma louca quando te olho como alguém especial. Não me deixes. Nunca mais. Ser rude. Mal educada. Escrever só por escrever. Não me deixes nunca mais dizer que quero morrer. Que não presto. Não me deixes mais acreditar no que me disseram dessas mentiras. Não me deixes porque eu quis acreditar. Eu quis e acreditei. Eu quis e já não quero amor. Nem quero mais chorar. Nem quero mais gritar. Nem quero mais sofrer. Não me deixes. Não me deixes porque um dia eu quis mesmo chorar e gritar. Eu quis mesmo sofrer. Eu só me quis sentir viva. E tudo o que consegui foi morrer. Não me deixes. Nunca mais Magoar-me porque tu me dois. Eu não quero. Nem te quero. Só não me deixes nunca mais mentir-me quando me olho no espelho e me vejo sorrir.É mentira amor. Eu sou triste. Eu sou louca. só Nunca me deixes meu amor. Nunca. Por favor.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Putas. Drogados. Vagabundos. Vádios. Desencontrados. Desentendidos. Desamparados..... Tantos tipos. Tão pouco espaço para tantos. Não sei de onde vim. Nem de onde sou. Sou uma peça às vezes. Porque me julgam assim. Porque julgam poder pegar-me e levar-me e pousar aqui ou ali. E a menina é perfeita em qualquer lado sempre que se deixa levar por alguém. E pra sair daqui pra sitios desses então escolho ficar aqui. E são putas, e drogados e vagabundos e vádios. São da rua. E são os desencontrados, e os desentendidos e os desamparados. Temos em comum uma coisa. Fomos alguma coisa na vida. Se não o fomos podiamos ter sido. Somos os fracos. Os que se deixam ficar. Não somos nada na vida. Não duramos muito na vida. Mais cedo ou mais tarde vamos morrer de overdose, suicidio, desidratação.... Mais cedo ou mais tarde desistimos a meio. Eramos jovens e tristes. Sentimos demais, PORRA, DEMAIS a juventude, choramos porque nos doi. Choro porque me doi ser qualquer coisa desencontrada em mim. E desamparada. E cheia de sentimentos. E podia quase pareçer que se escolhe entre sentir ou viver. E Sentir é morrer.

sábado, novembro 04, 2006

Repete. Repete. De novo. Repete. Ficaram-me aqui depois de ditas. Nem deviam de ser nada. Nada nada. E depois Repete de outra maneira com a mesma intesidade. Porquê que me dizes sempre isso? Sou assim tão insuportável. Irritante que me tens sempre de dizer essas coisas? Olá mamã!! Desculpa! Mãe. Eu nunca fui a menina da mamã. Só a menina da mãe. Sentia-me intimidada se alguma vez me passasse pela cabeça chamar-lhe mamã. Agora é foleiro pois claro já passei da idade. Dantes ficava constrangida. E agora. E agora?? Agora sou uma aberração para a mamã. Eu não me visto como a mamã gostaria que eu me vestisse. Eu respondo a tudo. A mamã acha-me mal educada às vezes. A mamã só não me conheçe. Acha-me normal demais. Ou sei lá. A mamã nunca me vê triste. Ela nunca sabe mesmo de nada. Eu oiço música má, muito má. Que segundo ela faz mal à cabeça. Eu odeio religião. E depois blá, blá BLÁ. sobre religião. e a culpa de eu não acreditar em nada disso já é da música e das companhias. Que companhias? A menina deixou de ter amigos. E só a mamã não percebeu. A mamã só percebe de criticar as imperfeições da menina. E eu sou mesmo má. Pois sou. Não presto e ponto final. Fodam-se as mamãs assim. qual mamã? é só mãe, menina. O resto é confiança a mais.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Doente

Olha-me. Vazia. Sózinha. Inútil.
Sinto-me mal porque te pensei e choro, choro sózinha. Estou cansada. Sinto-me uma inútil. Pensei se pensas em mim. Sinto-me doente mentalmente e hoje a precisar de ajuda porque nos outros dias me esqueçi de me lembrar de ti. Olha-me aqui a escrever e a chorar. A achar que abuso das palavras e que por isso as devo deixar. A ouvir esta senhora que me canta as músicas mais bonitas que podia ouvir. A vê-las chorarem por dentro e a esconderem-se das verdades das palavras. A vê-las outravez fracassar e voltarem para a Ana e agora para a Mia. E elas arruinam a vida. E eu arruino a vida. E o que sei fazer é observar. Observar a vida cair. Nunca vamos ser felizes. Elas sabem disso. Mas acreditam sempre que cada quilo é uma grama de felicidade. E sorriem ao olhar para a balança. Ou choram. Olha-me. Vê-me. Que vida. inútil inútil.
Dois-me. não te quero para isso. Quero ter uma vida. ou ter a metade que me falta. se é que ainda é metade.

/Regina Spektor-Summer in the city

domingo, outubro 22, 2006

18

hoje o 18 cabe em mim. Cheguei ao 18 sem o mereçer. eu nem devia existir. hoje muito menos.
Apodreçi. Não. não cheguei a amadurecer ou a passar por todo aquele processo de crescimento. unica e simplesmente nasci e apodreçi. e já nem sei se sei mais sentir. neste tempo todo acreditei que os sorrisos
e as palavras estavam aqui perdidos. devo pedir desculpas por acreditar ingénuamente nisso como uma criança e sorrir descaradamente sem sentir. mentirosa. mentirosa. a vida é feita de mentiras e inútilidades e de vazios no coração. e de suspiros. cansada da vida.
Desaprendi a viver. Então eu desvivo. vou-me matando naquilo que fui porque é só isso que tenho. recordações velhas e sem sentido.
Porquê que começei isto, começo no número um. acabo no 18. Acham-me perfeita. a menina com cara triste mas perfeita. eu sorrio sempre no momento exacto. passo despercebida.existo para os momentos precisos. e só. Podia no 1 ter ouvido gritos de uma mãe que perde um filho. isso ia poupar-lhe toda uma vida. e não ia ficar a ver-me apodreçer a olhos vistos e a cair em lágrimas.
eu só desejava não ter nascido. não para me tornar no que sou.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Nunca cheguei a dizer que te amava porque não, não te amo. nunca mais te encontrei num sorriso. e tudo o que escrevi fosse pelo que fosse era para me lembrar de ti, de que um dia te gostei e não te amei. mas precisei de tanto tempo. de tanto silêncio nas palavras. de tantos pianos cá dentro a chorar e a fazer do meu quarto o meu barco no meu mar que pensava ser nosso. precisei de tanto tempo. de tanto silêncio. ainda preciso. mas hoje sei. caminho para o dia em que nasci com vontade partir. descançar no mar ou no céu. ou lá pra onde se vai. e sinto que não posso ir. que tenho de parar de gritar. de cair. de me erguer e viver. mas hoje também sei que já não sei nada disso. achei que sabia demasiado em determinado momento. apaguei tudo o que as palavras me diziam. achei que elas se calavam e quando isso aconteceu eu parei de gritar e sentias espetarem-se na pele e entranharem-se em mim e ficarem em todas as cicatrizes que já eram tuas e se tornaram mais tuas sem tu as mereçeres.

A Marta só queria ir embora daqui. e isso devia ser tão fácil. mas doi sempre tanto. só de pensar. só de tentar. às vezes a Marta acha que quer isso. às vezes a Marta acha que não quer isso. às vezes a Marta acha tanta coisa. e outras vezes devia fazer o que faz sempre. amuar e ficar num canto a pensar. a chorar. a Marta às vezes tem pena dela. e acha isso triste demais que acha que nem o devia dizer.

terça-feira, outubro 17, 2006

Sabem, eu vivo aqui, dentro do meu coração sem sonhos nem sentimentos. E mesmo assim consigo ter os olhos manchados de vermelho sem lá ter lágrimas. E aqui dentro acabo por viver de memórias ou fazer de conta que me lembro e que houveram coisas bonitas. E quando durmo, às vezes ainda o vejo, como hoje, e quase pareçe verdade o que não foi, e que as desculpas se pediram e que os dias recuaram ao dia em que tudo se perdeu e tudo começou de novo outravez e o dia de hoje não existia mais. E depois. Acorda-se. E dá-se a queda.
Podesse eu chamar a isso sonhar. Não se sonha quando a nossa casa quebrou e a nossa casa é o nosso coração. Quando estamos sózinhos só com lembranças de mentira. Ou coisa alguma.


A Marta devia ler mais e escrever menos. A Marta vai fazer isso pra não ter mais de se esconder atrás das suas palavras porque a dos outros chegam sempre.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Gatilho

Acabo por deixar que a tristeza me satisfaça. A supor que sem ela ou com ela o meu fim seria o mesmo. A fazer de conta que vivo. Só porque sim. Sorrir. Esforçar ao máximo todos os sorrisos e olhar e gritar. Um pedido de ajuda que se arrasta pelos olhares de pavor. Receiam-me. Ignoram-me. Morro. Morro devagarinho. Canso-me da tristeza. Canso-me de pensar em todas as vezes em que quase vivi ou sorri. Choro e grito de novo só porque sim. Quase podia achar que afinal a senhora das palavras bonitas nos mentiu. E que afinal aquele lugar não existe. Nem as mãos se deram. Porque nunca se morre de mãos dadas. E as pessoas tristes acabam sempre desencontradas. Separadas por um gatilho.

M.

terça-feira, outubro 10, 2006

Partida

Ardem-me cá dentro todas essas palavras desmerecidas que são agora deles. E somos assim. E passamos o tempo todo a queimar tudo o que temos e a perguntar porquê nós? Temos frio, muito frio. Temos fendas, muitas fendas. Não sabiamos. E tinhamos cá dentro palavras que nos ardem, que nos queimam. Que se perdem. E eles vão. Dizem sempre que vão viver. Que se vão juntar à multidão. E desse lado nos observam naquilo que eram. Sempre postos num canto, de livre vontade, como livros empilhados esqueçidos. Sublinhados no pior que temos. Esqueçidos no que melhor tinhamos. Cabisbaixos. Melancólicos. Mas com estrelas que nos entram pelos olhos a dentro e nos fazem brilhar por dentro. Mas eles nunca querem ver. Eles não gostam de estrelas. E às vezes sabemos que não vivemos mas vivemos. E que às vezes temos de ir viver. Porque fazemos parte do mundo. Que nos ignora e magoa. Mas fazemos parte dele. E um dia somos fracos. Mas fracos no meio da multidão. E levamos estrelas connosco. E ainda sabemos quem as tem. E quem somos. E aqui no canto já não gritamos porque o nosso amor morreu.

M.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Já nada pode ser estranho quando tudo se torna rotina. Nada é nosso eternamente. O amor claro muito menos. Ainda mais hoje. Já ninguém se preocupa muito em estar e ser com alguém realmente de verdade. "Hoje não dá. Amanhã secalhar, quem sabe." Amanhã. E amanhã. E depois. Depois já perdemos a vontade e somos nós a adiar para outro dia. "Apareço no msn ou ligo-te para te compensar e ainda te mando um sms de boa noite." Pois sim. Alguém se contenta com isso? Com relações tão virtuais. Ora. Isto agora é assim. Vejo-me a discordar com tudo isto. Não sei se o devo dizer, mas, gostava de ter vivido num momento em que não existiram telemóveis, computador e todas esta tecnologias que nos facilitam a vida e nos estragam o espirito. E se é só o meu que mo estragam[ram] então talvez me deie por satisfeita. "Corre corre vamos chegar tarde." Sempre o maldito do tempo. Claro que hoje os jovens andam sempre muito atarefados (como se fosse enganar alguém a dizer isto) e tempo defacto é o que mais lhes falta[gargalhada]. Ou não dirias tu. E dirias ainda mais que dormir é uma perda de tempo por isso temos que fazer com que o dia seja ocupado mas a noite também. Eu como jovem estudante mas também trabalhadora ocupo o tempo , e depois daquela ironia de à pouco e da gargalhada está claro que disse uma mentira e das grandes. Pois ou eu ando um pouco à frente ou ando muito atrás. Não cheguei ao vicio das roupas, dos morangos, das longas saidas em que gasto o dinheiro que concerteza seria mais util para outra coisa. "Anormal." Digo-vos eu de seguida. "Vazios." Vazios pois, não lêem um livro que seja a unica coisa de que sabem falar é de roupinhas e programas televisivos que são no minimo sem conteudo tal como o resto da televisão portuguesa que é também uma piada, escrever, ora, eu não sou defacto a melhor para criticar tal coisa pois dou bastantes erros, mas vamos lá ver que ainda vou sabendo algumas coisitas e sei o lugar dos C's em vez dos K's e afins. Quanto às saidas. Chegamos a segunda. "Foi demais". Sim, deve mesmo ter sido, faltando a parte de admitir que foram porque fica bem e que por acaso nem acharam muita piada mas tinham de ir na mesma até porque os teus pais não ganham tanto como os meus mas como tu vais eu vou porque senão fico em desvantagem. Damn. Eu vejo isto deste modo. E em convivio indirecto posso afirmar que as coisas se passam assim muitas das vezes e na maioria dos casos. Pois estas pessoas [jovens atarefados] continuam a achar ter muito na cabeça grande mas diminuida ao mesmo tempo. Enfim hoje deu-me para as criticas. Resolvi deixar um pouco de lado os dramas. E sim, continuo a ser uma anormal, ainda faço os meus dramas só resolvi pensar mais no assunto e não escrever no momento dramático mas sim depois dele passado. Concluindo. Eu já fui assim, não viciada em televisão, mas em computador, não em telémovel, mas dado que vivemos todos em sociedade e se convivo com alguém algum dia ia ter de "desfrutar" do uso do telémóvel. Deixei de lado o telémóvel, apesar de o usar para fazer umas chamadas de vez enquando (não sendo uma telémóveldependente), deixei o computador apesar de fazer uso dele para ler blogs e postar nos meus. Em relação ao msn. É provávelmente a maior porcaria inventada neste mundinho virtual. Estraga relações. Inventa-as mas não as constroi porque no final foi tudo virtual e quando é chegado o momento do cara a cara lá se foi a coragem e cá estamos nós desconheçidos, estranhos. Isto faz do "amor" actual estranho. São tantos que o vivem assim. E a mim o que mais me estranha é que fui assim, cansei-me, nunca é a mesma coisa. Acabaram os amigos virtuais e com isso acabaram as conversas que ia-mos tendo porque quase nunca nos viamos. E não me venham com tretas de que se lembram das conversas que tinham virtualmente. Elas não são doces nem amargas. Não sabem a nada. E o depois. São todas as recordações fisícas. Cada dar de mãos, cada olhar, cada beijo. Amargo ou não. É real. O que me faz sorrir. Sorrir por já não achar graça a palavras sem expressão coladas num ercã.
E por hoje é só. Acabou por ser um enorme texto mas não grande coisa. É o meu lado critico. Além do mais é sempre bom escapar à rotina mesmo que seja uma rotina da escrita.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Vi-me retratada nela. Sentia triste e só. Como é que pude deixar passar e não lhe falar. Ela precisava de uma palavra. Ou de um sorriso. De todos os sorrisos que tinha de partilhar sem nunca nenhum ser dela. Ela só precisava disso. Eu só precisava disso. E de hoje não me sentir tão morta. Doente. E deixar de sentir lágrimas. Não conseguir deixar de sentir. Lembrar.Não conseguir tirar os pianos e as lágrimas. Tristes. Tristes. Fico a olhar para uma parede. Ou a desviar o olhar pra que não vejam que quero chorar. Pareço chorar por tudo o que deixei. Eu era pequena. E era assim como ela. Hoje sinto-me assim. Como era e ainda sou. Nesse tempo não tive ninguém que olhasse pra mim e me visse perdida. Porra é preciso perder-mo-nos pra sabermos que alguém pode vir a ser assim? É?
Estou apática e chorosa. Inconsolável. Não sei porque escrevo agora. Não sei porque choro agora. Nunca sei. Ele acabava por ser sempre uma desculpa para todas as lágrimas. Mas hoje não choro por ele. Não sei pelo que choro. Doi tanto. Mais que das outras vezes.....
inútil. eu sou isso. inutil. sózinha. e tanta coisa. preciso de ajuda por já não saber mais mudar.........

Desigualdades

Que se fodam a injustiça, a dualidade de critérios, as preferências, o dinheiro, os conheçidos, a puta da escola e toda aquela gente. Igualdade? Isso é? Não é. Pra mim não é. Quando não se têm demasiados conheçidos ou lá a porra, é assim. E ninguém pede para ser excessão apenas para ser igual ao outros. E quando os outros são excessão nós também o deviamos ser porque isso seria ser igual.
Merda pra isto. Pra este post.
Foda-se a vida.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Shhh. Não chores pela minha morte. Não gastes lágrimas em sentimentos frágeis com alguém inútil que já nem cá está mais. Prometi que te escrevia uma carta com as lágrimas e as palavras mortas que já só tinha pra te dar. Morri-te. Mas continuo aqui a escrever-nos. A ler outras pessoas que sentem. Quase pareçe que só sabemos ser tristes. Ou que não há sorrisos em nós. Nunca. Todos olham com desprezo. Não sempre. Mas não nos sentem. Não nos sabem. Julgam-nos tanto. Ignoro isso. Eles têm ar de escritor. Oh sim. Ar de escritor. Ar de quem sente. Eu não. Não tenho ar de nada. Já te morri nas minhas palavras em que tudo é silêncio. Continuo a querer que me mintas. Que me mintas para me achar feliz ou menos inútil por assim dizer. Para ter palavras mentirosas deste jogo imaginativo de mentiras. Porque talvez o que sinta é indizível ou as palavras continuam a não querer nada com cadáveres com vida inúteis. Quantas e quantas vezes já referi o quão grande é a minha inutilidáde. Perdi-me em nós e isso faz de mim inútil. Disseram-mo e eu acreditei. Também acredito em gatos das botas. Num gato branco de botas pretas. Que viaja. E sempre que sai vai à lua. Tenho um gato assim. Mas ele continua a esconder as botas. Recebi uma carta ontem ou lá quando foi. Era um convite para uma decapitação. Ainda suspeitei. Mas tive logo a certeza de que quem a tinha escrito era eu contigo cá dentro. Acabei por ignorá-la. Isso aniquilar-me-ia o amanhacer e impedir-me de ver que é Outono, que chove e faz frio. Não me ia lembrar mais de todos os sonhos forjados. Tudo o que não fui. Todas as palavras que não sou ou que não me cabem mais cá dentro. Escapa-se-me o verdadeiro sentido por isso ainda te espero. Talvez um dia isso mude quando eu já não tiver coração ou não tiver de me esconder na sombra do silêncio das minhas palavras. Acabo sempre por te morrer nessa tua ausência.

sexta-feira, setembro 22, 2006

A Marta hoje está triste. - disse ela (mãe).

A Marta estava a chorar. A Marta não aguentou mais. Teve de chorar. A mãe percebeu. Ela está triste.



quinta-feira, setembro 21, 2006

Dor


Dor.
Prolongou-se. Ainda a sinto.Ainda te sinto. Aqui. Cravado na minha pele enfraquecida. Foi assim desde o momento em que me suicidei em ti. Permiti-me a isso. Nunca soube bem quando começou ou quando acaba mais. Chamo-te dor todas as vezes que te lembro. É tão sem sentido. Devias ser amor. Amor que não foi amor. Hoje consegues doer menos. Fazias-me falta. Ontem. Hoje também. Mas ontem precisava-te mais. Precisava de me sentir confortada. Estava sózinha numa sala de espera no hóspital. Angústiada. Tive medo. Tanto medo. Todo o meu futuro me passava diferente na mente. Diferente daquilo que sempre foi planeado. Era um passado a tornar-se futuro. Como se fosse tudo tornar-se a repetir. Só que desta vez não tinha um pai doente. Tinha também a mãe. ficava eu. só eu. Pra tomar conta dos dois. Senti-me terrivelmente só. E tudo o que tinha ontem aí eram olhares pesados sobre mim. Nunca me imaginei tão desamparada. Só precisava de um abraço. De não sentir tanto medo. Não quero tornar a [re]viver tudo de novo. e sentir-me tão miserável que precise de um maldito abraço teu. Foda-se. Afinal tu és só dor. Lamento não teres sido mais do que isso. Lamento que apenas caibas nessa palavra minuscula de nome dor. Lamento-te assim como lamento a minha existência tantas e tantas vezes.

terça-feira, setembro 19, 2006

Só não tenho essa grande capacidade de comunicar, socializar e fazer uma data de amigos em meio segundo.

terça-feira, setembro 12, 2006

I dream about you

Tenho medo do escuro. Dás-me a mão, por favor?

quarta-feira, setembro 06, 2006

Morri-te e as palavras morreram comigo

Odeio que me faltem mais as palavras. Odeio pensar em ti, mas não te odeio. Odeio o simples facto de não te odiar ou não conseguir fazer-te indiferente. Odeio ter de perder tanto. Odeio não ter mais uma história para te contar. Não ter mais vida para viver. Objectivo para alcançar.

-Depressiva??
-Não. Não preciso de análises nem atestados.
-Sempre soube o que tinha menos a cura.
-Talvez seja um beijo, um sorriso, um olhar ou uma simple palavra.
-Os gritos de suplico por algo tão simples como isso não foram suficientes.
-Parei de gritar. Acham que não mereço nada.
-Afinal só estou aprisionada a um corpo.
-As pesssoas acabam sempre por ignorar "pesos mortos".
-Estou morta?
-Sim. Há tanto tempo.



Morri-te e as palavras morreram comigo.

quinta-feira, agosto 31, 2006

Eu sou uma miserável. E é só.

Vejo uma miserável ao espelho e no meu olhar algo de triste. Sinto-me no fim. Não planeio uma vida melhor. Não sonho mais. E quando me ocorre algo. São merdas destas.
Post da treta básicamente.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Fuga de nada

Perdida. Sem respostas. Sempre com as mesmas perguntas. Hoje. Um nó na garganta. Desespero repentino. Porque faltam respostas. Actos. Tenho paz. Externa. Nenhuma interna. Os meus olhos brilham. Não sorri. Chorei. A expressão continua vazia. Mas com ar de perda. Tiram-me um bocado de nada. E eu retribui com uma fuga. Fuga de nada. O nada podiam ser sentimentos. Mas ainda continuam a ser muita coisa. Pode ser sempre o que quisermos. Ao menos nisso sou livre. Mesmo estanto presa a sentimentos que me doiem.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Arranha-me. Mata-me. Deixa-me ser cobarde e ir. Eu nunca disse que sou forte. E o que eu quero é mesmo para os fracos. Aprendi alguma coisa? As asas não são minhas. Nem as desenhadas na areia ou neve. Escapam-me sempre. Em tanto tempo podia concluir nada. E saber que não existem culpas. Mas. Isto doi-me todos os dias. Falo em mim. Mas evito-me. Não uso um eu. Uso sempre um nós. Nós não fomos nós. Eu é que tentei sempre ver mais além nesta cegueira. E quando por fim vi. Vi alguém pouquissimo importante estragar-me o pouco que tenho. Podia ser eu. Sim sou eu também. Mas também são eles. Eles são fantasmas. Arranharam. Fizeram com que me deixasses. Eu não existo. Culpo-os a eles. Mato-me um pouco todos os dias em que te penso. Ou ignoro o olhar de um recomeçar. Não sei começar mais.

O cigarro já vai no fim e eu nem fumo. Continuas a insistir em tê-lo perto do meu coração. Acabo eu queimada no fim. E tu sem cigarro. Há-de haver sempre mais um. Por isso. O fumo não te importa. Mas porra tira-mo. Atira-o para o chão. E pisa por fim esse cigarro cobarde dependente de ti. E deixa-me continuar. Sem precisar de haver mais culpados. Deixa as cicatrizes. A nuvem espessa do fumo algum dia há-de passar. Quando passar eu ainda devia estar aqui.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem.
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.
Não pelo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos actos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.


Sophia de Mello Breyner


Há quem não nasça com o dom da felicidade, há quem não nasça com o dom de escrever bem e bonito. Nenhum desses me pertençe. Não que desista de algum, mas, por hoje não escrevo pois nada do que escrevo(ria) sai(ria) perfeito tal como o que ela escreveu. Invejo-lhe as palavras bonitas. E isso não é nada bonito.

quarta-feira, agosto 23, 2006


A vida devia ser mais que uma simples rotina. Consumismo. Materialismo. Sentimentalismo. Deviam ser corações suspensos no ar. O cheiro doce. O colorido. As borboletas. Pensava que era uma. Não sou. Elas vão ser sempre da primavera e do colorido. Elas vão ser sempre da felicidade. Não de pessoas como eu. Com um olhar vazio. Não tenho expressão. E não que me sinta sempre cansada, mas tenho aspecto de quem está sempre cansada. Ou triste. Bem. Isso também não é importante. Acabo sempre por falar em mim. Oh. Sou tão égocentrica. Talvez o suicidio seja demasiado egoista. Ou faça parte de pessoas que desistem ou se odeiam. Não sei. Só não consigo parar de pensar nisso. Já fiquei tantas vezes distante de mim pelos outros e agora tudo o que me surge sou eu, tu, ou ele. Apagava-me. E deixava-vos. Não vos perseguia mais nos meus pensamentos. Deixava de pareçer tão triste ou cansada. Não pareçia mais. Não tinha mais de o ver evitar-me mais e de ouvir esta música triste sempre cá dentro a lembrar-me. . .
Se ao menos não sentisse que perdi a minha vida.
Valeu tudo apena até agora?
Ou simplesmente fui nada?
Certezas?
Apenas uma. Não pertenço aqui.
Nem nunca hei-de pertençer.
A algo que nada me diz.



domingo, agosto 20, 2006

Apaguei tudo. Não podia ler mentiras em que eu queria acreditar. Não que não pudesse algum dia achar que afinal sou suficientemente boa que até 'sirvo' para ti. Não que não achasse que poderias olhar para mim mas não consigo evitar sempre de pensar de que isso é impossivel. E isto tudo torna-se sempre impossivel. Os pensamentos controlam os actos. Todos os actos acabam em tudo menos em algo do que pensamos. Defeitos. Vejo-me repleta deles. Acabo sempre a pensar que as pessoas me julgariam por eles. De facto. Acabamos sempre a fazer isso. A fazer juizos de valor das pessoas. Existirá alguém que não julgue? E que apesar de todos os defeitos e de pequenas virtudes nos aprecie verdadeiramente. E nos aceite. Assim, só como somos. Se algum dia conseguir evitar isto, tirar-te de mim, tirar este péssimismo. E voltar a sorrir. Com um olhar expressivo que reflita esse mesmo sentimento. Não gosto no que me tornei. Distante. Sempre com um mau feitio a que as pessoas chamam personalidade forte. Na verdade, sou demasiado vulnerável e acabo por afastar-me. Ou fico agarrada a pessoas como tu. O que faz odiar-me tanto. E querer-te ainda mais. É sempre confuso. Se nunca tivesse ficado nesta situação não pensaria desta mesma maneira, continuava a não dar importância ao que sinto e não saberia o que sei hoje. Porque o tempo trouxe dor mas também sabedoria.
Olha no que nos tornámos.
No que me tornei.



quinta-feira, julho 27, 2006

Um dia qualquer

Seguia-mos em direcção ao centro da cidade, ia-mos apenas às compras. A caminho, tive ainda a oportunidade de ver de relançe o lugar. Continuava igual. Só que vazio. As portas continuavam fechadas e hoje, ao contrário dos restantes dias, não haviam lá pensamentos distantes sozinhos acompanhados de alguém já velho ou de um jovem apenas cansado do percurso. Reparei na paisagem, das outras vezes não tinha dado conta de que era digna de uma pintura de Outono quando ainda é Verão, os tons de castanho e um enorme conjunto de árvores infinitas. Dentro do carro ao som da mesma música que me acompanha agora, apercebo-me da velocidade do tempo e da lentidão do mesmo p'ra mim. Do que ele me arrancou ou do que eu fiz questão que ele me levasse. Sinto-me à deriva no tempo, sem retorno possível ao ponto de partida. Por fim chegamos ao parque de estacionamento. Saímos do carro. E subimos em direcção a uma loja de roupa. Não comprei nada. Tudo o que devia de agradar a uma jovem estava naquele local. E eu, não estava minimamente interessada. O que queria era apenas sair daquele lugar abafado. Por momentos notei que algumas daquelas pessoas se deparavam com a escolha entre uma ou outra peça e faziam disso uma importante escolha. Achei logo de seguida ridiculo. E passado poucos minutos tornei-me insuportável, pois a minha mãe insistia para que levasse algo. Finalmente, e após uma enorme quantia gasta por ela, saimos da loja. O sol fez-se sentir. Queimava-me a pele, talvez por essa razão detestava praia e tudo o que fosse feito no Verão.Caminhamos de novo em direcção ao parque, já só faltavam fazer as compras para casa. Rápidamente, e porque a minha mãe não me conseguia acompanhar o passo, se fez notar uma pequena distância entre nós. Continuei, cabisbaixa, escondendo-me atrás de largos passos através da multidão que evitava sempre. Nunca gostei de multidões, talvez medo, me faz fugir ainda mais delas. O receio de te encontrar num olhar e me reflectir nele. Tudo o que me possas dizer o que sou. E queria. Queria tanto ver-te. Ver-te sem me veres. Tenho medo da reacção que terias. A espontaneadade que algum dia fez parte de mim. Deixou-me. E agora. Imagino vezes sem conta como seria reencontrar-te. Falar-te. Não sei o que isso é. Quem sabe se as minhas pernas iriam tremer de novo e as minhas mãos ficarem ainda mais frias. E o coração que já só bombeia sangue frio. Aqueçeria. Isto seria demasiado perfeito. Desejo isto, mas contudo, não o queria planeado ou perfeito. Não consigo deixar de te pensar. E quando deixo há sempre alguma coisa que me lembra de ti. Como se estivesses no ar. ou numa palavra que é só tua. Já pensei em apagar isto tudo. Tudo o que te escrevi até a este dia de Verão. Não posso. Não consigo. Nem quero. Só pensei. Devia ser castigada por isso. Ou devia escrever tudo em papel e deitar ao mar em pequenas garrafas e depois apagar tudo daqui. Sabes. Um dia quando morrer quero ser cinzas e ser entregue ao mar. O mar assusta-me. O vento faz-me sonhar. Aí. Ia ser livre. Não ia ficar restringida a quatro paredes. E um tecto já tão branco que me cansa....

M.

quarta-feira, julho 26, 2006

Gostava de conseguir começar algo e depois acha-lo bonito, sem ter de falar de ti ou de todos os dias em que me sinto triste, apenas meia viva ou estonteada de viver em circulos perfeitos pelos quais espero um rebentar à tanto tempo. Sinto-me cansada e triste pela rotina e por me castigar por te ter deixado partir e me deixar cá dentro perdida. Fugi de toda gente por pensar que não merecia mais ser feliz. Fiquei agarrada a uma imagem tão morta e tão viva que me consome e me entristece e à qual escrevo tantas vezes. A minha mente enche-se sempre de palavras e frases que quero e não consigo escrever. Choro palavras às vezes ou tento ficar cega pra não me ver já só meia viva e a perder outra metade. Evito os espelhos. Custa tanto ser-se indiferente a nós mesmos. Como é que posso deixar tanta vida para trás? Tanto tempo? Querer viver tanto e evitar a vida. Queria ter-te aqui presente e não ter de evitar todos ou achar-me louca por ficar sempre aqui a escrever ou a pensar em algo que nos descreva. Precisava de alguém de substituição e de saber que afinal fomos alguma coisa e apenas nada. Queria sentir não dor nem felicidade. Queria sentir e não pensar que não mereço isto porque te deixei ir. Queria sentir-me apenas alegre. E conheçer não alguém que te substitua ou me tome a alma toda como tu...

M.

sábado, julho 22, 2006

Os desalmados amam demais.

Se isto que faço todos os dias é viver como me dizem. Então. Digo-te com a pouca firmeza que tenho. Que o que todos os dias faço é morrer. Quem sabe se não sou imortal. Ora!! Alguem se preocupou ao menos em perguntar se queria morrer ontem ou hoje numa eternidade que se vai repetindo e me enfastia? Dia não atrás de dia não. Angustia. E imcompreensão. De um tombo só. Cair num chão. Frio. De realidade. Abstrata. Chorar porque me escapas-te totalmente. Não tenho já nenhuma imagem nitida tua. Uma lembrança fiel à minha memória. Como se me contenta-se por aquilo que [não] sou. Demasiado conformada. Ou demasiado longe dessa realidade. Desse chão frio. O que sinto afinal. É a frieza bombeada por um coração fraco. E até isso confundo com a realidade. Como se já basta-se ter-te confundido com um grande amor. Sabes? A palavra amo-te. é demasiado complexa para pessoas como eu fazerem uso dela. Uma desalmada que ama demais.

quarta-feira, julho 19, 2006

Solidão

De certa forma a solidão é uma prisão. Um prisão mental. Acompanhada por depressão. Em que só nós temos a capacidade de nos aperceber dela. Nós. Uma folha de papel. Um lápis. E a própria solidão.

quinta-feira, julho 06, 2006

Lembranças...

Dizem que não podemos viver do passado ou que as lembranças não importam assim tanto. A verdade é que aquilo que sou é resultado de um passado fracassado. Daquilo que era. Era a que fivaca de parte. A que quase nunca tinha amigas. Era a obrigação constante de uns pais demasiado ocupados. Depois fui crescendo queria a todo custo sobressair ou simplesmente fazer-me notar entre alguém. Invejava as coisas que hoje em dia acho mais superficial nas pessoas. Invejava uma imagem. Invejava ainda mais. Os amigos que os outros tinham. E o avontade com que se expressavam. Estar ou não estar era exactamente o mesmo. O meu pai veio a tornar-se canceroso. A partir daí vieram jornadas de luta atrás de luta contra um cancro que se alimentava de todos. Viagens diárias infinitas do Porto a Braga. Nunca fiz questão de dizer que tinha um familiar doente. Na verdade sempre evitei falar disso. Era como se me obrigassem a vasculhar no maldito passado e reviver tudo de novo. E sempre que falava nisso chorava sem razão. O cancro "adormeçeu" apesar de maligno. E de ainda lá continuar. Veio ainda outra época. A da entrada na adolencencia. Sempre com vontade de agradar aos outros. Várias tentativas ridiculas. Não saber quem sou. Não gostar de mim. E tentar fazer com que os outros gostassem de mim? era no minimo ridicula. Consegui. Mas o sabor dessa conquista. Essa conquista em que todos somos demasiado superficiais para nos preocupar-mos em saber quais os medos ou pensamentos de alguém. A verdade é que essa conquista não me trouxe nada. Além de mais vazio. E a descoberta do que é ser notada entre alguém afinal não é algo de tão extraordinário. Ou eu não passo de mais uma que pensa que teve ou foi alguém e no final não foi nada. Isso levou-me a descobrir que não tenho de viver para agradar os outros. Ou muito menos viver em função do que os outros pensam (mesmo que esses outros sejam teus amigos). Alguém que fosse verdadeiramente teu amigo não te julgaria pelas tuas escolhas, afinal já devia saber que só queres ser feliz. Descobrir que somos nada no meio de nada ou de muito ridiculo. E que quando tento ser eu mesma. Quando tento fugir a um padrão. O verdadeiro eu assusta demasiadas pesssoas. Habituadas a tão pouca verdade. Passei a detestar toda essa superficialidade. A não dar mais importância a olhares repugnantes que não sabem sequer o que é ser. E que se acham sempre acima de mais alguém. Só por serem o que são. Cópias de alguém.
E eu? Quem sou eu? Afinal de contas acabo por ser nada. Nem menos nem mais que eles. E sim. Coloco-me em pé de igualdade com esses que eu detesto. Porque apesar de tudo. Fiquei habituada a estar muito mais abaixo de todos. E a saber que quando há um meio termo. E sabe-mos estar lá. Isso sim é tão mais digno do qualquer outra coisa.
No fim de contas somos todos nada. A diferença está entre saber ser nada e saber ser alguém.

domingo, julho 02, 2006

terça-feira, junho 27, 2006

Alfinetes no coração

Que diferença faz se rasgo a pele quando quero rasgar a alma e o coração?
Vontade de sentir alguma coisa mais que a solidão. Castigar-me por tudo o que deixei perder.
E espetar alfinetes. Num coração já cheio deles.
Preciso de eternidade.
Quebrei o meu mundo. Não quero voltar a faze-lo.

Quero ouvir outros suspiros além dos meus.
Não quero ter de te pensar sempre. Nem quero que me doas para sempre.
Tu. Tu não és um alfinete. Tu não rasgas. Apenas dóis. E fazes rasgar.
Isso, isso são tudo loucuras.
Acompanhadas por música que me entristece ainda mais.

E repete uma e outra vez. Até passarem horas. Já falta pouco.
Ainda é terça-feira. Ainda é Junho.
Ainda sou eu que fujo do tempo.

Um dia ele é que vai fugir de mim.
Ele deixa de me roubar a Vida que não tenho.
Eu roubo-lhe a eternidade.
Nesse dia. A paz vai ser minha e tua.




segunda-feira, junho 26, 2006

O meu mundo

Vivo distante desse mundo de que fujo todos os dias, fica-me apenas a um abrir de uma janela ou alguns passos que não vou dar. Isolo-me. Sei que me tirariam a pouca paz que tenho e a angustia seria ainda maior. Procuro por alguém aqui neste quarto lastimoso, alguém que gostava de encontrar lá fora, no outro mundo, alguém que não me tirasse a paz, alguém que procure o mesmo que eu. Um sorriso inocente que só por si devolve toda a paz e serenidade procurada no que se foi.
A satisfação de receber um sorriso. A ironia de tudo isso. A minha propria inocencia em acreditar que há um lugar, uma rua, um sitio qualquer, onde haja mais gente simplesmente à procura desse sorriso. Aí sabe-mos ser. Respeitar. E reconheçer a necessidade da simplicidade do aconchego desse sorriso. Gostar de palavras. E de um toque delicado dos dedos finos na face ou por entre os cabelos macios. No silêncio um olhar revela tudo aquilo que és....
Corforta-te. E já não sentes que precisas dessa maldita pergunta ÉS FELIZ?!.

sábado, junho 24, 2006

. .


Um dia gostava de saber começar um conversa. Sabes como me sinto frustrada por não conseguir exprimir algo dos meus sentimentos? Torna-se dificil articular as palavras e alterna-las com os sentimentos numa conversa a sério em que não se fala de roupa, peso, novelas ou de um gajo qualquer. A fútilidade e o vazio torna-se cada vez maior nos seres. Detesto isso. É maçador e torna-se de tal forma irritante ouvir tanto discernimento. Mais ainda que a dor que me toma o espiríto. Dantes dizia aquele olá. E ficava á espera que alguém continuasse a conversa. Ou ficava num silencio desmedido à espera que fizessem o mesmo. Porque nunca soube o que dizer e acreditava e continuo a acreditar que no silêncio dir-te-ia mais do que palavras descompassadas. Saber ouvir. E saber susurrar uma coisa qualquer. Mas com sentido. E poder dizer-te que lamento um segundo que perdi ontem. E que somados aos tantos outros são meses perdidos. Sei que não vou poder repetir esses dias. E sei que amanha torno a fazer o mesmo. E fico a pensar no dia de hoje. No dia que perdi ontem. Passo algum tempo a escrever. A tentar descodificar uma desalmada consumida pela dor, solidão e uma agonia que não lhe cabe mais. A perceber que quem me rodeia talvez tenha medo de descobrir que afinal eu não sou tão normal. Que não passo de uma miúda tão cheia de dor e sem perspectivas para o futuro. Que não passo de uma nada que acorda todos os dias de uma overdose que já nem tenta curar. Limito-me a ser e a escrever o que sou.

sexta-feira, junho 23, 2006

The Gathering - Saturnine

The day you went away
You had to screw me over
I guess you didn't know
all the stuff you left me with
is way too much to handle
But I guess you don't care

You don't need to preach
you don't have to love me, all the time

Whatever on earth possessed you
to make this bold decision
I guess you don't need me
While whispering those words
I cried like a baby
hoping you would care

You don't need to preach
you don't have to love me, all the time

You don't have to preach


Já não ouvia há muito tempo the gathering, e ainda continuo a achar esta música linda,
ouço-a como da primeira vez e como a letra diz chorei como um bébé quando a ouvi.
Chorei desesperada.
E agora ouço-a calma.
São 23:04 é S.João. E nem sair vou.
Porque não tenho com quem o fazer.
E sinto-me a ficar louca, como uma borboleta fechada no casulo.
A mim falta-me a metamorfose. E em vez disso vejo uma enorme regressão.
Porque volto de novo a pensar da mesma maneira.
Vejo-me a deixar demasiada vida pra depois. Precisava de ajuda. De qualquer coisa.
De alguém.

Precisava de gritar.
Mas não.
É como se tivesse muito ocupada a tentar contar as estrelas no meu tecto branco.
Á espera que alguma se descole e me venha tocar.

E me leve. E me deixe leve.
E me deixe ir. E fugir.
Porque nunca quis saber das estrelas, ou dos tectos brancos.
E agora é só isso que tenho.
Isso e a minha vida toda a preto e branco. Com palavras que cansam
e se repetem vezes e vezes sem conta.


terça-feira, junho 20, 2006

Time



Dizes-me ao menos porquê que me deste um adeus num abraço qualquer sem eu querer?

Podes sempre dar-me um arco-iris de recompensa. E cobrir-me o coração de colorido.

Podemos sempre cortar o tempo. que nos afastou ao dois. e já não me deixa mais saber de ti.

Não me deixes pareçer só hoje e depois o que tenho sido. Uma louca à procura de uma resolução interna para problemas externos tão distantes que já nem me dizem respeito. Porque o tempo nos afastou e roubou as cores e estrelas que eram só nossas.

Ou talvez nem tenha havido nada. E isto sejam só delirios ou desejos.
é, é isso.

E sabes faltam-me cada vez mais as palavras.

Felizmente ninguém me lê, tornar-me ia maçadora e repetitiva.

segunda-feira, junho 12, 2006

Queria dizer-te que apesar de tudo anseio pelo dia em que te vou voltar a ver
e te vou dar o sorriso mais treinado e mais doce
porque apesar da tristeza eu te gosto
E apesar de saber que já nem te ter posso
Posso ao menos dar-te um sorriso daqueles que dizem
Sabes gosto de ti!?
E com humildade saber que aí dentro não houve ou há espaço para mim e para ti
E sorrir novamente e esperar que aí caiba um tu e outra pessoa qualquer com felicidade que não houve para nós.

Se ao menos eu soubesse de onde vem este desejo de dor e de querer sofrer. Hei-de procurar. Por mim. E hei-de achar-me. E achar as palavras bonitas que num dia mais escuro perdi.

terça-feira, junho 06, 2006

Tornas-te inalcançavel
Transparente e cristalino
Foco o olhar no teu brilho
Clamo por ti!
Por uma vulgar atenção
Que não renuncias
Convertes-te em inexitência
E nem o maior dos suplicos te tocou
Negas-me o perdão
Transformas-te em ausência por mim
Dás a felicidade ao vento
Ela foge de mim como o brilho que há em ti
É ela triste felicidade que foge de nós .


Textos passados. Do tempo em que havia um eu e um tu. Do tempo em que havia um nós. De um tempo passado .Agora. Sem fadas nem cores. Sem borboletas cintilantes. Sem sonhos que puxem mais por mim. Sem isso a que chamam amor, amizade. Sem sinceridade. Com medo de verdade. E ainda com mais medo de sair mais magoada.
Chego ao fim a pensar. Sabes. Acho-me gorda e feia. Acho-me um lixo. Vota-me ao lixo.
Esqueçe Marta já fizes-te isso.

sábado, junho 03, 2006

"Stop Crying Your Heart Out"

É isso.

É medonho regressar aqui e não ter nada de novo pra dizer ou mostrar.

quinta-feira, junho 01, 2006

Tenho um piano cá dentro.
Às vezes esgrafato com raiva lá no sitio onde ele está pra tirar esta melodia triste do coração.
O piano que tenho cá dentro faz-me chorar.
E faz-me ficar louca.
E depois arranho e arranho mais pra ele sair do coração. E foge.
Foge também para a cabeça. Como se fossem dois pianos. E ele consegue estar aqui dentro ao mesmo tempo na cabeça e no coração.
Pra confundir. E me deixar como louca. E me deixar. A ouvir. Coisas tristes. Que falam por mim.

quinta-feira, maio 25, 2006

E eles?!?


Eles não mereciam chorar...
E eu muito menos devia chorar com eles...como se a lágrima de um levasse a outro e chegasse a mim. e eu a usasse pra chorar por as mesmas razões que eles e por as minhas ao mesmo tempo.
Os meninos não deviam chorar....porra eles não mereciam. Olhares de desilusão não devia caber neles. Nem eles deviam saber o que isso é. Derrepente consegues senti-los perdidos. Derrepente perco-me. e giro como uma criança á chuva. e o mundo gira e gira ainda mais de força. e puffa cai-se pro lado como se fosse adormeçer ali mesmo com o mundo a girar cá dentro. pra depois ficar com a sensação de fraqueza e aquele desalento mesmo sem lá estar.



domingo, maio 21, 2006

[...Apesar de tudo, todos os dias te escrevo. Te digo que o céu continua riscado de cores e laçado de nuvens. Que as nuvens continuam a chorar e que os peixem ainda não voam. Que continuo a ouvir os passos rente ao mar, presos na areia. Que as gaivotas agora ganem de fome e que os meus ossos já se começaram a rasgar de medo. De morrer. Como tu. E como todos os outros que não morrem mas morrem. Que vivem mas eu não os vejo viver. Que as minhas letras já não se encontram. Que já não consigo fazer palavras. Que as minhas palavras já não fazem frases. Que as minhas frases já não fazem sentido. Às vezes estico a mão até ao coração e tento rasgá-lo. Quero ver se ainda moram poemas lá dentro. Outras estico-a até ao céu e tento chegar às nuvens. Ou aos sonhos. Ou a ti. Queria tanto dizer-te que os meus dedos esgravatam a memória para te encontrar. Que agora o frio me trepa o corpo. E que a saudade me varre os olhos. E que os sonhos me levam o coração. Queria tanto dizer-te que o meu sangue já não é vermelho. Que, lá fora, é outra vez Verão. Como no ano em que morreste...]

domingo, maio 14, 2006

quarta-feira, maio 10, 2006

Como se só coubesse aqui a palavra fracasso.

Sabem que mais???
Viva à porra da vida...que por detrás de tanta imputência, incapacidade, fraqueza e mais alguma coisa à mistura não deixa de ser má.
E viva e viva ainda mais, pela porra do dia em que nasci.
Podiam perguntar-nos se queria-mos vir fazer parte deste mundo de pessoas com mascaras sociais.
Ou não!?
Secalhar a estranha sou só eu.
Que bom para os outros então.
E se todos tivessemos esta visão da vida....hmmm....ia ser mau.
Ou vamos lá pegar na caixinha da depressão e votar o hoje e o amanha e o depois e o asseguir
Pra ficar assim.
Como agora.
A rebentar.
A desabafar.
Pra depois tornar a enxer. A sonhar. A chorar. e no fim voltar ao mesmo desabafar.

É que já não me cabe dentro dos olhos aquele lugar, onde estava eu e tu.
E acho cada vez mais que nunca vou ser o suficientemente boa pro que quer que seja. Como se só coubesse aqui a palavra fracasso.
E escrevo o que me vem á cabeça, porque só assim é que olho e vejo....porra se alguém me falasse assim da vida, só me soubesse dizer que é e vai ser um fracasso...ia dar cabo da cabeça a esse alguém.

É uma sensação estupida realmente. Era pegar em mim e dar-me uma chapada pra acordar. Qualquer coisa.
E nunca faço nada de nada. Sei lá. O problema é a eterna solidão. Acha-mos sempre que sózinhos não se vai a lado nenhum. Ainda mais agora acho isso. Até sonhar sózinha não é o mesmo que ter alguem pra partilhar um pensamento, uma ideia, uma coisa qualquer. Mas não. Hoje em dia anda toda gente muito ocupada. Ou outras estão com demasiado tempo e demasiadas ideias sem ninguém pra ouvir uma unica palavra. Ou mesmo quando há alguém, esse alguém é colega. Porque não se tem amigos. E colegas e amigos nunca é a mesma coisa.

segunda-feira, abril 24, 2006


Com o tempo aprende-se a chorar baixinho...
Ás vezes nem precisava chorar, um simples olhar pra mim...
e eras capaz de ver lágrimas e mais lágrimas sem elas lá estarem...
Estava(tou) sempre triste, e mesmo sem certezas, acho que mo chegas-te a dizer..
Não devias gostar de gente calma demais, ou gente sofredora demais, claro que eu nunca gostei nem de tanta calma nem de tanta dor....mas nunca mudei...
Agora....
Nem sei como voltar....
Pra um sitio qualquer, porque dantes me importava demais com isto ou com aquilo e não são essas coisas que que realmente importam,,,
Dão-se tantas voltas quando um sitio qualquer serve
E quando acordo já não tenho uma pessoa para um sitio qualquer, porque para um sitio qualquer não serve uma pessoa qualquer.
Nem sitio. Nem pessoas. Nem tu.
E sabes? Não gosto.
Nem gosto de ter de chorar, ainda menos de chorar baixinho.
Não fossem os outros preocuparem-se.

sábado, abril 22, 2006

Broken Glass

Strange vibe
circles round
Tries to comfort
buzzing sound
Form an arrow
point at us
We the target
are the one
Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
Don't fall down
Breathe the air
through the water
Form an arrow
point at us
We the target
are the one
Place your bet
on the best
The fastest horse
you can find
Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
Don't fall down
Breathe the air

through the water

The Gathering-Broken glass

segunda-feira, abril 17, 2006

"nunca estou contigo, nem vou estar, não é?"
Escrevi isto em Julho do ano passado, e nessa altura ainda falava-mos, percebo agora que te era muito pouco, que estava-mos muito pouco.

Que sempre fui pouco colorida e que já nem a preto e branco consigo ser.
Sou incolor.
Fico.
A arranjar desculpas para tudo.
A arranjar desculpas até para fugir de mim.

sexta-feira, abril 07, 2006



Tenho pena ás vezes...
De que as minhas overdoses de sentimentos já só passem por desesperos de tristeza e que não haja uma unica overdose de felicidade.
Não as borboletas não pegam em armas, nem pegam mais em coisinhas brancas, a borboleta agora já sabe que pra se morrer não é preciso isso ou coisas piores. A borboleta morre quando a dita felicidade acaba ou quando já ouveram demasiadas overdoses de tristeza. A borboleta morre quando deixa de haver propósito ou fim, morre quando já não há um lugar, rumo ou direcção pra se voar.

segunda-feira, abril 03, 2006

quinta-feira, março 30, 2006

.

Tudo se resume a um ponto mais quente ou menos frio quando não há mais nada para dizer.
Ou quando não há mais nada cá dentro.
Quando já não há mais palavras bonitas.
Nem mais ninguém para escrever.


Desculpa-me por já não ter palavras. ou sonhos.
Desculpa-me se não te soube gostar.
Desculpa-me porque te gostei e não te soube dizer.
Desculpa-me por ainda te pensar. te gostar. e mesmo de leve me ferir por dentro ou por fóra por não te saber tirar daqui.

quarta-feira, março 29, 2006

Sinto-me como se fosse a pior gaja do mundo.
Como se sempre o tivesse sido. e só agora. isso mesmo. só agora é que acordo de uma porra de um sonho infinito e sinto-me esta porcaria que sou.
Chegar ao ponto de ter tantos numeros para ligar e perceber que já não me relaciono com nenhum deles. Perceber que não tenho amigos. Que nem uma pessoa para o café eu conheço. Que passo a porra dos dias em casa. E ainda à pouco olhar no espelho e ver só olhos tristes em mim. E pensar demais em ti. E depois pensar demais outravez nessa merda que é o suicidio. E depois querer ser anórexica ou querer deixar de comer o que seja por estou farta de mim. E escrever aqui tudo sem sentido ou nexo. Porque as coisas não têm sempre de ter sentido. E acabar a pensar Que puta de vida. Que puta de olhos tristes. Que merda mesmo que isto é.
Como se estivesse louca.
Como se não soubesse que isto é uma porra de uma depressão.
E fico sem querer saber. Porque ninguém quer saber.
Ninguém pergunta se estou bem.

E fico assim a chorar e a pensar. Sem ninguém.

terça-feira, março 28, 2006


Fiquei sem saber se foi mero engano.
Se foi propositado.
Só sei que foste tu.
É bom acreditar que foi intencional. Mas enfim uma porcaria de um "telefonema" não trás nada.



Ontem fui sentar-me lá perto do sitio onde acabava-mos sempre. Onde ria-mos. Onde chorei. Ontem não havia lágrimas nem sorrisos, só memórias a passar como flashes e uma vontade enorme de chorar sem chorar.
Ontem não havia lá nada, como sempre no final.

domingo, março 26, 2006

Flutuo

Flutuo, consigo deslindar o meu gosto sem esforço
Balança é o que a maré me dá e eu não contesto
O meu destino está fora de mim e eu aceito
Sou eu despida de medos e culpas, confesso


Hoje eu vou fingir que não vou voltar
Despeço-me do que mais quero
Só para não te ouvir dizer que as coisas vão mudar amanhã

Flutuo, consigo deslindar o meu gosto sem esforço
Balança é o que a maré me dá e eu não contesto
Amanhã, pensar nisso sempre me dá mais jeito
Fazer de mim pretérito mais que perfeito


Hoje eu vou fingir que não vou voltar
Despeço-me do que mais quero
Só para não te ouvir dizer que as coisas vão mudar amanhã,
amanhã
Hoje eu vou fugir para não me dar a vontade de ser tua
Só para não me ouvir dizer que as coisas vão mudar amanhã,
amanhã, amanhã
Flutuo




Flutuo nisso que as pessoas passam o tempo a relembrar como colorido e bonito. Talvez daqui a muitos anos vá achar que sim, que era uma jovem feliz com colorido cá dentro. Enquanto isso não sei. Flutuo cá dentro perdida.

sexta-feira, março 10, 2006

Desculpa-me. Por nunca ter sabido morrer lá.

Acho que nunca ninguém sabe a altura certa.

Quando poderes, ensina-me de novo a viver, e eu juro-te em como aprendo a morrer, só pra viver de ti, nem que seja mais uma vez.


Já nem te tenho todos os dias "aqui dentro" no coração, na alma, na mente.
O tempo leva-nos aos dois "daqui".

Eu não me sinto Eu, e não, não gosto nada disso, só não consigo mais mudar o que quer que seja.
Ainda sou a Borboleta, sózinha e conformada. Mesmo depois deste tempo todo.

domingo, fevereiro 26, 2006


:O
é lindissima a imagem....

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Ás vezes é assim,
desapareço montes de tempo, e nem dizer posso que depois de tanto tempo estou melhor ou pior.
Dou por mim, agora mesmo, a ouvir a mesma música que ouvia quando parei de escrever.
Com os mesmos tons tristes paro, com os mesmos tons tristes começo. Igual a mim mesma. Igual ao que sempre fui. Triste. Isso mesmo.
E nem dizer posso. "Olha, tenho orgulho no que sou, no que me tornei". Ninguém se orgulha disso. De ser triste.
Porque ás vezes não devia ser assim, e chateia só por isso, por ser sempre assim. Incolor.