domingo, fevereiro 24, 2008

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Perguntas-me como estou hoje e porque levo os pés descalços. Respondo que não sei.
Ultimamente não me vi, não houve altura melhor como aquela em que me via por ti. Era uma imagem pálida é verdade mas chegava-me para sonhar e manter o mundo a girar. Lembro-me de ver o ar quente e vivo de expirar e do canto pequeno de onde te via tão colorido como quase sempre. Levavas vermelho e preto. Levavas-te a ti e a mim. E se me faltavas na vista o resto era frio e escuro. Faltam-me todas as palavras que melhor te caracterizam e me puxavam para alguma coisa que pelo menos vale apena sem ti. Estou Num mundo cego e mudo. Aonde me levas. Por onde fiquei? porque me deixas num lugar que doi sem ter mais o que doer. nada te trás, nada me leva. não quero ficar se não ficas. não posso. não te sei encontrar. não sei porque me perdi. porque me perdes-te. Devias levar-me perto do peito, aconchegada e quente, protegida da fraqueza sem me sentir tao frágil como nunca. já me levava-vas descalça. só me perdes-te no rasto que levavas. e deixas-me no quente que sabe a frio. e no escuro que ainda vejo como violeta. não quero sentir o choro, nem a dor de pelo menos não saber morrer. fico só, a pouco e pouco. tenho sono. não te vás. não me percas de novo. nunca mais me leves, nem me acordes antes de adormeçeres. eu já aí estava ao longe a ver-te de vermelho quando eu ainda era violeta e não sofucava de frio, nem adormeçia sem te aconchegar à melhor das memórias e ao mais quente abraço vazio e a pequena mão quente que erguia sem tu nunca a pegares.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Acho que preciso de um abraço e de uma mão quente.

A marta está magoada mas prefere não saber porquê. Doem-lhe os braços e os olhos pedem palavras. Tudo lhe pede algo seguro sobre a dor. Diz que passa. Diz que acalma e nunca mais lembra. Diz que pára e fica na tua imagem, estagnada e perfeita de dor. Rompe os olhos e o riso foi-se. Sabe-se lá quando e porque volta. não pior nem melhor que o rasgo. é dor e acabou. é minha, parece pertencer ao meu ser que não ri, nem corroi, nem floresce uma única vez. sou de dor, como pedra, não morre nunca mais em mim, não vai além do vazio que pouco trás. Volta com força e rasga. De que importas? Os abraços e as mãos quentes que precisas tornaram-se frios. Um dia morre e deixa de doer, isso podes guardar e lembrar, o resto tenta esqueçer, faz de conta que o mundo deixou de doer. dorme num sonho querida marta. dorme para parar de doer.