segunda-feira, abril 30, 2007

Pára. de. olhar. para. mim..



sábado, abril 28, 2007

Hoje não tem muito de ti. Tem-te apenas a ti como o começo de tudo. O pensamento a frio. a percepção. a lucidez acima de tudo. Temi a paz talvez por hesitar aquilo que me mostrava. aquilo que me trazia de ti. sem o odio ou ressentimento que tenha ficado. acho que me levaste a isto. a isto que apelidei de miserável. ultimamente consigo simplesmente saber aquilo que sou. aquilo a que cheguei. aquilo em que me tornei. há descontrolo e dor na realidade. nunca que poderia ser perfeito saber tanto, tanto tempo depois e tudo pareçer normal. na verdade nunca soube identificar esse limite da normalidade. fui sempre a seguir de tudo. e ali, quando tu apareçes e julgas saber tanto, inexplicávelmente eu acredito em ti. eu acredito no que não sou porque tu o dizes. deixas-me mais que partida e eu continuo a acreditar. era tão simples de mudar. era crer só um bocado em mim. em vez de ter de sentir aqui qualquer coisa a odiar-te e a consumir-me mais que tudo tanto tempo. trouxes-te-me tanto medo. medo de fugir dessa normalidade. medo de ser julgada. medo de nunca ser aceite. merda. levas-te-me a isso e haverá maior erro que eu ter-te deixado fazer isso? decerto que não. não foste o culpado acho. apenas te dou como o inicio da minha queda e o final da minha percepção. já te tinha dado por acabado, mas nunca ninguém acaba se deixa dor, ressentimento ou um resto de nada que seja.

sábado, abril 14, 2007

Achei-te. E o resto não interessa.
Agora já te posso matar. a ti e ao teu nome. tiro-te daqui e está feito. acabou.

vamos ler uma manga? vamos? vamos cantar? sabes que mais? sabes? faz-me sorrir porque estou cansada que chegue por tempo indeterminado.
esqueçia-me de te pedir para dançar. dançar e cantar alto até não podermos mais e depois terminar-mos no chão, deitados, a olhar para o ar e a ouvir feeling good.






A Marta perdeu-se da realidade. sorri das coisas mentirosas. imagina mais coisas mentirosas. e depois continua a viver uma vida mentirosa. até que a consciência se torna dela de uma só vez. vão-se embora a espontaneidade e todos os sorrisos que ela trazia. vão embora a mentira e as canções deitadas no chão de olhos fechados. vão-se embora sempre que a mentira satura e a consciência tem conta da sua presença. Vão-se embora e a Marta fica com a alma pesada, porque ela também devia de ir embora com isso tudo dela, tudo o que ela imagina para ela, com ele. às vezes a Marta fica sem perceber porquê que só ela pode ficar se sempre fez parte desse mundo faz de conta.

quinta-feira, abril 12, 2007

já não me quero perceber. não me quero importar se estás aí ou não. continuo a sentir em tudo vazio. tudo sem sentido. e isso agora não me preocupa. não tanto como dantes quando remoia dias seguidos o mesmo pensamento até ter outro tão parecido como o anterior. continuas a ser a coisa perfeita. continuas ali a ser alguém que me diz tanta coisa nos movimentos, no comportamento e na fala que não ouço. continuo a ver-te. continuo agarrada à música, quero que me traga tudo de novo da mesma maneira, com a mesma intensidade. não trouxe nada. apenas deve ter deixado de fazer sentido sentir-te. não foi sempre tão sem sentido isso? nunca deixou de haver distância ou frieza em cada percepção tua. nunca deixou de haver aquele pequeno sentimento de vergonha por me sentir ridiculamente fixada a ti. foi sempre assim. sem excepção. não se tornou cansativo. apenas repetitivo. nem quando os olhos quase rebentavam de lágrimas por nada mudar, por te continuar a ver virar costas e me deixares a fazer o mesmo a mim própria. devo ter-me esqueçido de me lembrar de mim sempre que deixei que todos os dias fossem uma merda. esqueçi-me de lá estar quando tu estavas. como é que me ia ver? como é que me ia ver se tinha o corpo colado ao chão e os olhos a rebentar? não podia deixar de admirar a tua perfeição e esqueçer-me de tudo assim de rajada. não podes ser tu e só tu.nem posso ser eu e tu. não pode[mos] ser nada, nunca. não devia ser fácil saber isto antes que o ponteiro nos gritasse e no final de contas já não valer mais apenas acordar? estou penturada à porta de cada, sim, pendurada na porta de casa. não me apeteçe entrar. não quero mais saber o caminho do lugar onde me fecho. não vale apena querer lá estar infinitamente a esconder-me. ficou vazio. ficou incolor. sem sabor. ficou assim quando o ponteiro fugiu. e eu fiz questão de o encher de cor. de pintar e colar tudo o que pinto. eu fiz questão de me mentir e dizer que ali é o meu lugar. e que ali se está bem como tu estás em qualquer memória que me acrescentas ou apagas. ficas bem em ti e isso chegou-me para te gostar. eu não tenho de ficar bem em mim. nem tenho de ficar mim. não te consigo tirar daqui. não te consigo puxar sem me importar se isso vai acabar por nos levar aos dois. fico pendurada à porta de casa à espera de chegar até mim até matar a estúpida vontade de te querer ver. não vou entrar ali. é isso que penso e mais nada. passa um segundo. passam dois e mais. dez chegam-me para me tirar dali. tenho tanto a certeza que não vais estar ali. não vais chegar a ser a pessoa que me diz olá mesmo sem me conheçer. sei isso. e tiro-me dali. não faz sentido ficar à espera se não vais chegar.não sou perfeita para ti. não que isso me chegue de resposta. mas resolvi mandar-me calar. cantar-me baixinho e tentar acalmar-me. acabaram-se por hoje os monólogos a dois. entre mim e entre ti.

domingo, abril 08, 2007

não nos conhecemos. não sabemos nada um do outro. somos completos estranhos. volta e meia sonho contigo. volta e meia leio o pouco que posso saber de ti. volta e meia faço de conta que não existes e passado algum tempo lá estás tu e lá estou a pensar o que terei eu haver contigo ou tu comigo. no fundo deve ser nada. mas às vezes pareçe tudo. não devemos ter nada em comum. na verdade temos. todos têm algo em comum. tu bem que podes ser o livro de reclamações divino que andam por aí a carregar porta a porta. ora morres ora nasces outravez. ora existis e acredito em ti ou então és mentira e faço de ti verdade. não é assim que aconteçe ao livro divino de reclamações e perdões? nunca ninguém lhe diz nada. eu pelo menos nunca lhe disse. as senhoras dão-lhe esmolas e vá-se lá saber se na crença delas aquilo serve de alguma coisa senão dar dinheiro ao padre e pareçer que há mais paz na mentira que faz de conta que é verdadeira. não se devia chamar fanatismo a isso? é isso que digo sempre que posso, isto até todos me cairem em cima e eu pareçer mais a filha do diabo que outra coisa qualquer. eles até chegam a ter sorte ao menos têm um livro de reclamações com uma caixota gigante onde cabe um homem que se faz de sabedor. sabedor da vida dele e da dos outros. ele dá-lhes paz e eles notas ou moedas. Na verdade lamento informar mas a paz compra-se, compra-se à hipócrisia do faz de conta e mais lamentável é a hipócrisia gratuita dos homens da caixota e dos seus seguidores.
continuamos a não ter nada em comum, nada que se saiba, falo de ti e comparo-te ao livro de reclamações e aos homens das caixotas e ao fanatismo. é isso. talvez não gostes de paz barateada ou dada e talvez nem sequer gostes de fanatismo ou nem acredites no livro divino como eu.

sábado, abril 07, 2007



As verdades.
As que ficaram para o fim morreram.
Eles não são mais o que são mas as verdades continuam lá. Antes do fim.
Antes de morrerem.

Eles desapareceram como todos acabam um dia por fazê-lo. Espero que a ultima asneira tenha sido aquele misero cd. Eles desaparecem rodeados por fãs. Fãs que gritam uma coisa qualquer que nem ao trabalho me dei de ouvir por completo. Mesmo assim há-de valer apena pedinchar por companhia para vê-los. Ninguém fica só por um cd ou ninguém fica pelo único erro que deixou antes de se dar ao trabalho de desapareçer. Que se lixem os erros. Vamos voltar ás verdades e vamos dançar e chorar até ao momento em que eles souberam que morreram? Deviamos fazê-lo até o chão voltar a ser chão e tudo ter sentido com dor e com verdade.

segunda-feira, abril 02, 2007

Deixa lá isso! Eu não te quero fazer lembrar mais nada. Pelo menos, daquele nada que nunca valeu apena. Dizem que isso que te aconteçeu é o teu inconsciente a resolver problemas pendentes, mas colocando as coisas assim, a única coisa que o inconsciente faz é devolver-te problemas pendentes.
Essa coisa dos sorrisos aconteçe raramente em ti. Sem falar de quando acordas a sorrir. Isso sim é raro. Não te sentes estúpida a sorrir assim por nada? Às vezes tenho à ideia de que é maluca ou doida ou uma coisa qualquer bastante fora do normal. Fazes-te assim só porque sim. A dor não foi embora e a felicidade nem sequer cá chegou. Consegues ser quase perfeita a ser isso que és. Mas como te disse o que és, és isso mesmo, nunca se sabe porque choras ou porque sorris. E ainda te lamentas dos sonhos, haverá coisa mais perto do real, pena é quando acaba e dás por ti a acordar intrigada e sorridente. A propósito gosto do nome Marta, não que te fique bem, isso é nome de menina, nome de sonhadora a tempo inteiro. e isso tu não és. não mais menina, não mais sonhadora a tempo inteiro, a vida inteira.
Também é primavera e chove. Aqui não há sakuras, nem as estações são o que eram. Aqui a realidade nunca é aquilo que devia ser. Estamos bem aqui porque somos daqui e isso bem que podia ser verdade.