quarta-feira, setembro 15, 2010

Espera!

Deixa-me pensar um bocadinho....é que preciso mesmo de reflectir.
Não sei o que dizer. Aliás., é suposto saber o que dizer neste exacto momento?

Espera! Deixa-me pensar de novo....

Já passaram sete horas e ainda não sei o que pensar. Ridículo, bem sei.
Não percebo.
A ideia, breve, mas ideia, é que matei tudo com a minha lucidez, depois com a minha estupidez e, finalmente, comigo própria.
Não te memorizei o rosto, com medo de te olhar fixamente.
Não fiquei nervosa, mas temi todas as palavras que por breves instantes ousei dizer.

Eu disse, não tenho jeito para as pessoas, não tenho.

E não sei porquê, mas agora é que começo a duvidar de mim. Porque a Marta normalmente sentiria alguma coisa. Boa ou má, mas sentiria.

Amanhã penso nisso.

As coisas hão-de ser violentas, brilhantes e no fundo vão-me tocar, a cabeça vai estremecer e eu vou culpar-me. Eu sei. Sim, eu também tenho algum auto-conhecimento.

E depois não vais dizer nada. Porque eu não sou marcante, porque não há persistência na memória quando o objecto sou eu, eu física digo. Raios!

Olha, já sei tudo sobre a Adília Lopes, não um bocadinho, nem meia dúzia de poemas...
Agora posso ir ler Herberto Helder e ficar descansada. E depois posso ir dormir. Mas sei que me vou lembrar de ti. Sim, vou.

E depois, talvez quando for Domingo te lembres de mim. Ou então talvez me esqueças.
Até lá, só passaram oito horas.

E ainda tenho um "espera! Deixa-me pensar"...vai-se prolongar, vai, sim vai.

Depois digo-te o que pensei se pensar.

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